Capítulo 61

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- Sabe que isso é uma armadilha. - Zach ressaltou, vendo Joseph montar no cavalo. Nem ao menos a armadura ele colocou, apenas apanhou uma espada.

- Eu sei, escutem. – Robert, Nicolas e Zach observaram – Eu não posso deixá-la.  Não posso permitir que ela chegue até as mãos dele. Eu... eu não sou capaz. – ele respirou fundo – Se eu não voltar, cuidem de Suri, cuidem do meu reino, honrem o meu nome.

- Boa sorte. – Joseph assentiu e puxou as rédeas do cavalo, saindo a galope.

Joseph atravessou a cidade como um raio. Todos saiam do caminho. Em sua cabeça só pensava em algo: Hades havia pegado Micaela, sua Micaela. Ele preferia morrer ao permitir isso. Ao chegar na fronteira, alguns soldados se olharam confusos, mas Joseph fez o cavalo saltar sobre a barreira, sumindo dentro das arvores. Encontra-la ali seria impossível, atravessar a fronteira de Hades seria impossível. Ele logo seria alvejado a distância. Cavalgou por minutos, desviando de arvores. Ao chegar em uma pequena clareira, avistou algo caído no chão. Porém não teve tempo de identificar o que era. Algo pesado atingiu sua cabeça, fazendo ele cair do cavalo desmaiando.

Joseph não sabia quanto tempo havia se passado. Ele despertou sabendo que tinha algo a fazer, mas não sabia o que era. O tempo estava frio, ventava bastante. Sentiu gotas caindo do céu. Micaela! Ele abriu os olhos, olhando em sua volta. Sua cabeça doía pesadamente por conta da pancada. Ele olhou em volta, a clareira estava vazia, a não ser...

- Micaela. – murmurou, vendo que o vulto caído era ela. Ele procurou forças, mas não achou. Se arrastou um instante, engatinhando até ela. A alcançou e apanhou em seu colo, pegando seu rosto – Ei, carinho. – chamou.

- Ora, ora. – Hades se desencostou de uma arvore logo atras, se aproximando – O nobre Rei Joseph, se curvando para uma simples plebeia. – disse cruel. Joseph tateou a bainha em busca da pistola ou da espada, mas nada. – Não seja tolo.

- Vá para o ínferno. – rosnou.

- Já estou nele. – respondeu, caminhando tranquilo.

- Por que não a deixa em paz? – perguntou raivoso, puxando a Micaela ainda desmaiada para si.

- Ela? – perguntou, com descaso – É apenas um brinquedo que você tomou de mim. Em geral quando eu enjoo, jogo meus brinquedos fora. Mas não foi por isso que eu te trouxe aqui. – disse de braços cruzados – Temos uma conversa pendente antes da guerra.

- Não tenho nada para falar com você. – rosnou raivoso.

- Percebi que você mantendo essa guerra sob uma visão errada. Você primeiro precisa entender, para que assim eu possa mata-lo. – Joseph riu, debochado – Precisa entender o que fiz, porque eu o fiz. Precisa saber por que declarei guerra a você. Nós temos um assunto em comum, Joseph. – havia um sentimento estranho nos olhos dele.

- Já disse que não temos nada em comum – rosnou.

- Temos Camila.

- Não... pronuncie – Joseph estava possesso – Não ouse dizer o nome dela. Não se atreva, não você.

- Por quê? Por que a matei? – perguntou debochado – Não, tu a matou. E veja, você sabia. Você é quem não deveria dizer o nome dela, não eu.

- Culpa sua. Tudo foi culpa sua.

- CAMILA NÃO O AMAVA! NUNCA O AMOU! – rugiu furioso, mas respirou fundo – Ela era minha, minha Joseph.

Se entregando ao inimigoOnde histórias criam vida. Descubra agora