Capítulo 78

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Micaela estava em seu quarto. Seus pés doíam terrivelmente. Pensava em sua mãe, que agora dormia salva e segura perto dela. Foi constrangedor explicar como as marcas em sua pele não havia sumido, e sim piorado. Mas no fim deu tudo certo. Ela caminhou ate o espelho se encarando. Sua vida havia mudado tanto! Ela sorriu. Ela não se cabia de felicidade, então subitamente, estava dançando. Há tempos não se sentia assim tão bem e tão leve. Dançando, rodopiando, sorrindo.

- O que é isso? – Joseph estava parado na porta, olhando fascinado. Ela se virou sorrindo, e estendeu as mãos para ele que foi até ela. Ele se sentou aos pés da cama e ela lhe beijou a testa.

- Quando eu era pequena, antes da guerra. Eu tinha uma tia. O marido dela era comerciante e viajava muito, então ela o acompanhava. Sempre me trazia presentes lindos, e me contava histórias. – ele observava ela – Dentre essas, ela me contou sobre essa dança. Era em algum lugar no oriente, as mulheres dançavam para os maridos, e tinham panos, eram lindos! Ela havia me dado vários, mas ficaram em casa. Ainda assim, sei dançar. Na verdade, não se dança com essas roupas, elas se vestem bem diferentes, com bem menos roupas.

- É algo que eu quero ver. – disse com um sorriso malicioso, imaginando.

- Verá logo. – ela selou os lábios com os dele, várias vezes.

- Parece que faz tanto tempo... e foi ontem. – suspirou.

- Toque de recolher. – Nicolas avisou na porta.

- 5 minutos? – Joseph negociou e Nicolas assentiu saindo. – Venha aqui. – ele a puxou para o seu colo, enchendo-a de beijos.

- Estou feliz. – disse acariciando o rosto dele, enquanto montava em seu colo. – Feliz, feliz, feliz! – distribuía beijos mordidos nele.

Sabendo que teriam pouco tempo, ele a beijou de modo doce e apaixonado. Ele a apertou em seus braços, e ela correspondeu abraçando-o.

- Não sei se já disse... – ela beijou os lábios dele, como se provasse – Mas eu gosto quando me beija... é gostoso. – admitiu travessa.

- É? – perguntou mordendo os dela que assentiu. Ele tomou os lábios dela novamente, afundando a mão por dentro dos cabelos, que suspirou satisfeita. Dessa vez não durou muito. Havia alguém batendo na porta. – Inferno, Nicolas.

- Eu permiti o dobro do tempo. Vamos, saia daí.

- Mais 5 minutos. – disse beijando-a. ela riu enlaçando as mãos no pescoço dele.

- Eu não sou a mamãe, Joseph. – disse debochado. Não ouve resposta. Ele deu dois murros na porta, fazendo eles se assustarem. – OLHA ESSE SILENCIO AI!!!

- Nicolas... – suspirou. Micaela jogou a cabeça para trás, rindo.

- Vamos, não me obrigue a entrar e ver algo que eu não quero ver. – debochou.

- Não estamos fazendo nada.

- E as marcas em seu lindo decote apareceram por obra divina. – debochou – VAMOS JOSEPH. SAIA!

Terminou que Joseph teve que ir embora. Micaela se banhou e foi direto para cama exausta. Mas pela primeira vez dormia feliz, sabendo que tudo o que ela queria, já estava perto dela.

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O dia amanheceu no quarto dos Nefas. Vanessa dormia sobre o peito do marido, quieta, ambos cobertos até a cintura. Zach já havia acordado, acariciava os cabelos dela quieto, pensando. Nunca sentiu o medo, medo era para os fracos. Mas ontem ele se fez fraco. Se fez fraco diante da possibilidade de perdê-la, sentiu medo, angústia, pavor. Encontrou sua única fraqueza no mundo, algo que pudesse causar toda sua ruína: Vanessa.

Se entregando ao inimigoOnde histórias criam vida. Descubra agora