Capítulo 42

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Semanas depois...

O dia do baile finalmente chegou. Micaela acordou e Joseph já havia partido. Ela seguiu sua rotina, cuidou de Suri e fez tudo de modo normal. Ao entardecer deixou Suri brincando e foi em seu quarto, sentar-se um pouco para descansar. O choque se deu quando abriu a porta do quarto. Havia um vestido mais lindo que ela já viu, era de festa cor de pele, meio acinzentado com vários detalhes. Micaela estava paralisada, se aproximou da cama tocando o tecido do vestido. Era leve, suave.

Na loucura de Joseph sobre ela ir ao baile, ela nem se quer pensou nisso. O vestido, as roupas debaixo, sapatilha, meia calça, luvas cinzas e uma máscara negra. Ao lado havia uma rosa vermelha com um bilhete. Ela sorriu apanhando o papel branco.

Use isto e será a mulher mais bonita da história.

A mulher que estará ao meu lado, e que fará os homens terem inveja de mim por possui-la.

Eu te amo

Joseph.

- Micaela. Suri se recusa a ir para o banho se você não for até lá e antes que eu perca a paciência... – ela parou na porta aberta, olhando tudo. O vestido delicado estendido na cama, as roupas, as luvas, a sapatilha preta nova... a máscara – Eu não acredito nisso. Ele vai levá-la ao baile!?

- As coisas em que tu não crês e que são verdades poderiam compor um livro.

- É impossível. – disse exasperada olhando o vestido.

Micaela revirou os olhos se aproximando dela, mostrando o bilhete. O rosto de Nina desmoronou e Micaela riu pondo o bilhete na cama junto ao vestido.

- Irei ver Suri, vamos saia daqui. – Nina a olhou ainda incrédula – Não pense que eu irei deixá-la aqui para quando eu voltar encontrar meu vestido aos pedaços. – disse e esperou Nina sair, trancou a porta. – Se alguma coisa acontecer a esse vestido, direi a Joseph que foi você, e que deus tenha piedade de sua alma perante a ira dele. – avisou fazendo-a entender, e saiu.

Uma vez longe de Nina, Micaela riu gostosamente. Estava rindo quando chegou ao quarto de Suri. A menina sorriu, satisfeita.

- O que houve anjo? – perguntou se sentando.

- Uma criada queria me levar para o banho, mas eu disse que voce era minha criada e que eu iria só com você. – disse orgulhosa e Micaela sorriu.

- Mas precisarei sair. – disse acariciando o rostinho da menina – Trabalharei no baile.

- Ah – disse erguendo a sobrancelhas – Eu havia esquecido.

- Fazemos assim. Te dou um banho e te deixo prontinha, então outra criada trará seu jantar, trato? – ofereceu a mão.

- Trato. – disse apertando a mão de Micaela, que riu abraçando a menina.

Micaela banhou Suri, a aprontou e deixou a menina jantando. Depois foi para o quarto tomando um banho bem perfumado e demorado. Em seguida escondeu o vestido e as coisas e pediu para uma criada a ajudar com o corpete. Quando terminou, ela vestiu a meia calça e em seguida o vestido apertando-o ainda mais por cima do corpete. O corpete tinha o decote em V, os seios fartos realçados e as camadas do vestido delicadamente pousados. Encaixou os pés nas sapatilhas que logo ficara ocultas pelo vestido. Soltou os cabelos e os escovou até que os cachos ficassem lustrados caindo perfeitamente no meio das costas. Calçou as luvas e por fim pôs a pequena máscara.

Estava pronta. Se olhou no espelho procurando imperfeiçoes, mas não encontrou. Foi até o banheiro apanhando um frasco delicado de um perfume que Joseph lhe dera, pondo-o levemente no pescoço, no decote e atrás de orelhas. Foi quando ouviu a voz dele.

- Carinho? – chamou fechando a porta. Joseph se portava de terno luxuoso.

- Estou aqui. – respondeu apanhando a rosa na bancada do banheiro e saindo. Joseph demorou quase um minuto admirando a beleza dela. Parecia um anjo caindo em sua frente. Ela sorriu ansiosa e os olhos de ambos se encontraram.

- Em nome de deus, se vê tão preciosa que deveria ser um pecado eu ter que partilhá-la. – disse encantado.

- Não seja tolo. – disse ruborizada.

- Se vê encantadora. – disse se aproximando. Ele abriu uma caixinha a frente dela. Micaela recuou.

- Isso já é demais. – recusou. Havia uma gargantilha e um par de brincos na caixinha.

- São safiras. Valorizarão teus olhos. – disse apanhando a gargantilha.

- Joseph, não. – ela se desviou dele que revirou os olhos. – Não irei usar as joias de Camila, não precisa fazer isso. Eu estou bem assim.

- Camila odiava safira e tudo mais que fosse azul. Isso não é dela, é seu, comprei-as hoje para você. – ele se aproximou novamente – Vai usa-las é uma ordem. – ressaltou.

Sem alternativa Micaela permitiu que ele colocasse a gargantilha. O toque frio da prata se fechou sobre o pescoço dela, e logo as duas alfinetadas dos brincos na orelha. Os brincos eram só pedrinhas, mas por ser singelos eram preciosos.

- Eu deveria trancá-la para que eu, apenas eu pudesse contemplá-la. – Micaela o empurrou de leve – Está linda, meu anjo.

- Pare com isso. – pediu ruborizada.

- Tudo bem. – ele apanhou a capa que tinha deixado em cima da cama antes de entrar. – É minha – disse pondo a capa em cima do ombro dela, amarrando em volta do pescoço – Irá na carruagem comigo, quando chegarmos lá, eu desço primeiro e entro. Siga a carruagem, desça nos fundos e me encontre no salão. Deixe a capa na carruagem antes de descer. – orientou e ela assentiu, enquanto ele colocava o capuz em sua cabeça. Ele deu um beijinho no nariz dela que sorriu, radiante.

E assim seria

Se entregando ao inimigoOnde histórias criam vida. Descubra agora