Capítulo 55

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- Não vou comer e pronto. Papai não insis... – a menina suspirou e desmaiou de novo.

- Deu-se a desgraça. – suspirou passando a mão no rosto. Nicolas gargalhava na porta. – Vá buscar algo para ela comer. – disse apanhando o algodão com álcool. A criada saiu. – E CHAME O MALDITO MÉDICO! – completou.

- Aproveite e mande o médico se mudar de vez para cá. – emendou e Joseph revirou os olhos.

- Você é uma gracinha, Nicolas. – disse passando o algodão perto do nariz de Suri. Aos poucos a menina despertou. Joseph suspirou. – Já não vê que não pode lutar comigo?

- Não é não. – disse determinada. Estava prestes a desmaiar de novo.

- A tenacidade dela um dia ainda vai ser útil. – disse Nicolas observando.

- Eu quero Micaela. – impôs.

- Ela viajou. – disse e tanto Suri quanto Joseph olharam Nicolas.

- Mentira. – disse lentamente.

- Precisou buscar alguns remédios. – Emendou.

- Remédios? Para quem? – ela cruzou os braços.

- Acredito que para mim não é. – rebateu erguendo a sobrancelha.

- Não preciso de remédios. E se fosse verdade o senhor teria me dito antes. – impôs. A menina piscou uma duas vezes e Nicolas riu novamente, vendo-a desmaiar.

- JESUS, O QUE FOI QUE EU FIZ? – perguntou, apanhando o algodão de novo. Levou uns instantes para Suri acordar. – Vai ficar assim ou podemos entrar em um termo?

- Que... – ela estava meio zonza – Que meio termo?

- Ela irá voltar. – propôs.

- Quando? – rebateu.

- Eu não sei. – disse, sincero.

- Nada feito.

- É tudo o que eu tenho, pelo de deus! – disse exasperado.

- Um mês? – estipulou, erguendo as sobrancelhas delicadas. Joseph se lembrou do estado de Micaela.

- Dois meses. – rebateu, e a menina avaliou – É o que posso fazer.

- Se estiver mentindo... – ameaçou. Nicolas estava vermelho de rir.

- Menina ainda sou teu pai! – lembrou incrédulo. A criada entrou com a bandeja, servindo-a na frente de Suri.

- Dois meses. – lembrou. Joseph assentiu e ela se pôs a comer. Ele suspirou aliviado.

Voltando a torre...

Micaela dormia o sono dos justos. A torre de Joseph era confortável, o clima era gostoso, fazia frio por conta da chuva. Ela tinha sonhos felizes. Em seu sonho, Joseph a segurava em seus braços, ambos rindo enquanto ele tentava cortar lenha. Havia um sorriso no canto do rosto dela. Nina não gostou de ver esse sorriso.

- Fez o que fez, e ainda é absolvida. E ainda por cima, vem parar aqui para ser tratada assim. – disse em um murmúrio para si própria. – Não há justiça nisso. Mas eu vou te mostrar, alteza.

Ela apanhou um travesseiro afofando-o. Micaela não se moveu. Nem quando Nina avançou sobre ela, levando o travesseiro em direção ao rosto dela, para sufocá-la.

- Srtaº Nina? – disse uma voz atrás da porta. Nina se sobressaltou, virando-se. – O que pensa que está fazendo?

- Nada senhor. – respondeu ainda tremula pelo susto. – A porta estava aberta. Entrei para ver se ela precisava de algo. – Joseph a olhou por instantes.

- Claro. – disse debochado – Saia daqui. – ordenou.

- Sim senhor. – ela soltou o travesseiro na cama, dando uma última olhada em Micaela e saiu. Joseph fechou a porta, suspirando. Teria que se dividir em mil agora?

Ele se aproximou da cama, preocupado. Mas Micaela dormia profundamente. Ele se sentou, cansado, respirando fundo.

- Ela está melhor? – perguntou tirando ele dos pensamentos.

- Fora a teimosia, sim está. – disse tirando alguns fios de cabelo dela do rosto. – Ainda sente sono?

- Um pouco... é ainda sinto. – joseph sorriu Joseph, se significa você ter problemas por eu estar aqui não sendo sua esposa e tendo causado todo o problema, eu posso pedir a... – Interrompida.

- Pro diabo com os problemas. A torre é minha e você fica. – dispensou e ela sorriu.

- Você parece cansado. – observou vendo as olheiras dele.

- Eu quase mato você, e ainda se preocupa comigo. – disse negando com a cabeça – Eu estou bem, volte a dormir.

- Se deite aqui, durma comigo. – ela se esforçou e estendeu o braço bom em uma tentativa de abraça-lo. Joseph apanhou o braço dela, repreendendo-a com o olhar, e o pôs no lugar.

Micaela ia perguntar o que foi, mas ele empurrou os sapatos, se deitando ao lado dela, e abraçou pelos ombros com cuidado, beijando-lhe a testa. Ela encostou a cabeça no pescoço dele, logo sentindo seu cheiro. Ambos suspiraram e dormiram.

Se entregando ao inimigoOnde histórias criam vida. Descubra agora