Dias depois
O concelho se reuniu para o julgamento de Henry. Joseph estava irredutível. Robert queria procurar saber das coisas antes de agir. Zach não via necessidade de matar, e Nicolas não estava dando a mínima.
- Podemos resolver isso logo? Ainda temos que fazer a ronda, e eu quero voltar antes da chuva cair, e antes de anoitecer.
- Perdoem o atraso. – Micaela disse entrando na sala.
- Como você desceu as escadas? – Joseph a encarou, esperando.
- Bom dia. – Vanessa surgiu atras de Micaela.
- O que está fazendo aqui, Micaela?
- Eu sou a testemunha. Eu vivi o fato que vai ser julgado, logo tenho que estar aqui. – Nicolas puxou a cadeira para ela, que se sentou – Obrigada, Nick. – ele assentiu. Micaela suspirou. Não se sentia bem desde a madrugada.
- Muito bem, diga o que tem a dizer Micaela.
- Henry me sequestrou sim, mas não teve coragem de me matar.
- Se não ia ter coragem, por que a levou? – Joseph insistiu.
- Porque estava preso! Hades matou toda sua família, só conseguiu sair porque recebeu a ordem de me matar. Tem uma esposa, Emma. Ela está em uma cabana, gravida, sozinha. Joseph por favor. – ele a observava – Estou rogando por ele, se o matar, a esposa dele vai morrer estando largada lá. É cruel demais, principalmente por alguém que poupou minha vida e de Suri.
- Não vai dizer nada? – Nicolas achava graça Vanessa estar calada. Mas ela tinha o olhar de preocupação e angústia para a barriga de Micaela.
- Eu não estava lá. – disse distante.
- Estou implorando. Não o matem. Deem asilo a ele e a esposa. Eu coloco minha mão no fogo que ele não causará problemas. Ele é jovem, apenas quer criar o filho em paz. Por favor.
- Deliberaremos. – Zach estava entediado.
- Conhecem meu voto.
- Ele não lhe fez mal algum? – ela negou – Então não há necessidade de matá-lo.
- De acordo. Zach?
- Deixem-no em paz. – Micaela suspirou, agradecendo.
Todos se levantaram e foram as masmorras. Vanessa tinha o olhar distante, enquanto se levantava. Nicolas apanhou a mão dela, fazendo-a rodopiar, como em uma dança, então a inclinou para trás, ela riu.
- Nicolas, eu sou uma mulher casada. – riu, encarando-o. ele riu debochado.
- Então temos algo em comum. – ele saiu dali, rindo e ela foi atrás.
Micaela não tinha boas memorias das masmorras. Henry estava sentado no monte de feno, algemado. Ele ergueu o rosto, assustado quando todos entraram. Micaela se aproximou e ele se levantou. Estava fraco.
- Henry, onde está Emma?
- Não sei explicar, alteza. Apenas sei chegar lá. – respirou fundo – A senhora conseguiu perdão a ela? Podem me algemar, apenas me permitam levar até ela, não irei fugir. – os olhos do rapaz estavam cheios de lagrimas.
- Na verdade... vamos buscá-la. Você está livre Henry.
- Como assim? – ele parecia perdido.
- Que vamos acolhê-lo. Tu e sua esposa. Ficaram aqui em segurança. Quantos meses Emma tem?
- Quatro, majestade.
- Meus vestidos antigos servirão. Ficaram folgados, já que meu bebê é grande. Vamos providenciar a você roupas. Ficarão no castelo, trabalhará aqui, até construir sua casa. É um presente como forma de gratidão.
Henry não teve reação. Então se ajoelhou perante ela, chorando. Sobressaltada, Micaela abraçou sua barriga e Joseph avançou, mas não era nada. Ele tentou beijar os pés dela, como forma de agradecimento. Mas ela não deixou.
- Não faça isso. Eu quem sou grata. Agora se levante, precisa comer e buscar sua esposa.
- Obrigado majestade, obrigado.
- Soltem-no. Meus soldados o acompanharão até onde sua esposa está. Se tentar fugir ou qualquer coisa do tipo, eles têm ordem para matá-lo na hora, fui claro?
- E tu. – ele olhou Micaela – Venha, não devia ter saído do quarto. Estou saindo, não irei demorar. Você precisa descansar. – ele a levou para o quarto.
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Se entregando ao inimigo
Romance" Eu nunca pensei que conheceria meu verdadeiro amor desse jeito. Primeiro vi seu lado demônio e depois seu lado anjo" Micaela, uma formosa plebeia. Sendo perseguida e cobiçada pelo rei de seu próprio reino, sendo sua única saída fugir. Agora fugir...