Capítulo 94

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Dias depois

O concelho se reuniu para o julgamento de Henry. Joseph estava irredutível. Robert queria procurar saber das coisas antes de agir. Zach não via necessidade de matar, e Nicolas não estava dando a mínima.

- Podemos resolver isso logo? Ainda temos que fazer a ronda, e eu quero voltar antes da chuva cair, e antes de anoitecer.

- Perdoem o atraso. – Micaela disse entrando na sala.

- Como você desceu as escadas? – Joseph a encarou, esperando.

- Bom dia. – Vanessa surgiu atras de Micaela.

- O que está fazendo aqui, Micaela?

- Eu sou a testemunha. Eu vivi o fato que vai ser julgado, logo tenho que estar aqui. – Nicolas puxou a cadeira para ela, que se sentou – Obrigada, Nick. – ele assentiu. Micaela suspirou. Não se sentia bem desde a madrugada.

- Muito bem, diga o que tem a dizer Micaela.

- Henry me sequestrou sim, mas não teve coragem de me matar.

- Se não ia ter coragem, por que a levou? – Joseph insistiu.

- Porque estava preso! Hades matou toda sua família, só conseguiu sair porque recebeu a ordem de me matar. Tem uma esposa, Emma. Ela está em uma cabana, gravida, sozinha. Joseph por favor. – ele a observava – Estou rogando por ele, se o matar, a esposa dele vai morrer estando largada lá. É cruel demais, principalmente por alguém que poupou minha vida e de Suri.

- Não vai dizer nada? – Nicolas achava graça Vanessa estar calada. Mas ela tinha o olhar de preocupação e angústia para a barriga de Micaela.

- Eu não estava lá. – disse distante.

- Estou implorando. Não o matem. Deem asilo a ele e a esposa. Eu coloco minha mão no fogo que ele não causará problemas. Ele é jovem, apenas quer criar o filho em paz. Por favor.

- Deliberaremos. – Zach estava entediado.

- Conhecem meu voto.

- Ele não lhe fez mal algum? – ela negou – Então não há necessidade de matá-lo.

- De acordo. Zach?

- Deixem-no em paz. – Micaela suspirou, agradecendo.

Todos se levantaram e foram as masmorras. Vanessa tinha o olhar distante, enquanto se levantava. Nicolas apanhou a mão dela, fazendo-a rodopiar, como em uma dança, então a inclinou para trás, ela riu.

- Nicolas, eu sou uma mulher casada. – riu, encarando-o. ele riu debochado.

- Então temos algo em comum. – ele saiu dali, rindo e ela foi atrás.

Micaela não tinha boas memorias das masmorras. Henry estava sentado no monte de feno, algemado. Ele ergueu o rosto, assustado quando todos entraram. Micaela se aproximou e ele se levantou. Estava fraco.

- Henry, onde está Emma?

- Não sei explicar, alteza. Apenas sei chegar lá. – respirou fundo – A senhora conseguiu perdão a ela? Podem me algemar, apenas me permitam levar até ela, não irei fugir. – os olhos do rapaz estavam cheios de lagrimas.

- Na verdade... vamos buscá-la. Você está livre Henry.

- Como assim? – ele parecia perdido.

- Que vamos acolhê-lo. Tu e sua esposa. Ficaram aqui em segurança. Quantos meses Emma tem?

- Quatro, majestade.

- Meus vestidos antigos servirão. Ficaram folgados, já que meu bebê é grande. Vamos providenciar a você roupas. Ficarão no castelo, trabalhará aqui, até construir sua casa. É um presente como forma de gratidão.

Henry não teve reação. Então se ajoelhou perante ela, chorando. Sobressaltada, Micaela abraçou sua barriga e Joseph avançou, mas não era nada. Ele tentou beijar os pés dela, como forma de agradecimento. Mas ela não deixou.

- Não faça isso. Eu quem sou grata. Agora se levante, precisa comer e buscar sua esposa.

- Obrigado majestade, obrigado.

- Soltem-no. Meus soldados o acompanharão até onde sua esposa está. Se tentar fugir ou qualquer coisa do tipo, eles têm ordem para matá-lo na hora, fui claro?

- E tu. – ele olhou Micaela – Venha, não devia ter saído do quarto. Estou saindo, não irei demorar. Você precisa descansar. – ele a levou para o quarto.

Se entregando ao inimigoOnde histórias criam vida. Descubra agora