Capítulo 105

227 12 0
                                    

Vanessa tomou banho, prendeu os cabelos, vestiu um short e um sutiã. Colocou o roupão de renda preto por cima. Não podia permitir que isso acontecesse. Seu casamento nunca tivera uma crise. Ela ia se acalmar, ia esperar Zach chegar, ia...

- Nicolas? – perguntou vendo-o parado na porta.

- Escolha interessante de trajes. Melhor do que eu esperava. – Vanessa fechou o robe, mas não adiantou muito, era de renda. – Não, não se dê o trabalho. – disse cínico.

- Onde está Samantha? – ela deu as costas procurando algo mais comportado para vestir. Um dos roupões de Zach.

- Onde está Zach? Oh, espere. Eu sei. – o braço dele passou pela cintura dela – Um pecado deixa-la aqui desse jeito.

- Eu não vou fazer isso, Nicolas. Um beijo é uma coisa, sexo é outra. Me solte.

- Não? Diga que a ideia não é tentadora.

- Não sente remorso? Samantha confia em você, em nós dois.

- Eu conheço minha esposa, Vanessa. Samantha está cautelosa demais, hesitante, me olha como se esperasse uma reação minha. Algo de errado ela fez. Me sinto livre.

- Mas eu não. – se afastou dele – Zach me é fiel, sempre foi. Não vou me deitar com você na cama dele. – recusou.

- Isso é medo? Vanessa? Está recusando? – Vanessa se aproximou dele, sorrindo.

- Eu não sei o que é medo, Nicolas.

- Então não sei o que tanto discutimos. – ele a encarou, beijando-a novamente. Ela suspirou relutante, mas retribuiu. O riso de Zach veio na sua mente. O tom de voz, o gosto suave, a cor que os olhos dele ficavam quando faziam amor... ela o empurrou.

- Olhe para mim. NÃO! Nicolas, saia.

- Toda sentimental ela. – ele debochou.

- Não vai querer me irritar. – ameaçou, e era uma ameaça.

- Se lembrou dele quando me beijou. Se lembrou do toque, mas a lembrança está aqui. Vanessa, eu não estou pedindo que se divorcie. É só sexo. Não significa nada.

- Saia daí. – ele estava sentado na cama. Ter Nicolas na cama de Zach era um absurdo – As lembranças dele pouco te importa.

- Verdade. – ele se aproximou. A mão adentrou aos cabelos dela. Ela trincou os dentes de dor quando ele tocou em um ponto onde ela machucou a cabeça na cabeceira – Oh, essa lembrança também é agradável?

- Sai daqui.

- Me faça sair. – rebateu. Ela não teve reação, ele a tomou em um beijo. Ela empurrou o peito dele, tentando se afastar, mas a vontade era maior. Queria se vingar pela guerra, pelo descaso, pela agressão. Por fim ele a soltou, apanhando pelo braço.

- O que está fazendo? – questiona ele, vendo-o levar ela em direção ao quarto.

Nicolas não respondeu. Os dois avançaram no corredor até o antigo quarto de Micaela. Ao fechar a porta, os dois se agarraram novamente se beijando sedentamente. Nicolas procurou o fecho do roupão dela. Ela arrancou o colete dele, retirando a peça. Nicolas se abaixou apanhando-a no colo, e ela enlaçou os braços e pernas nele. Os dois arfando, Vanessa o empurrou, passando por cima dele, segurando os braços ao lado do rosto, enchendo de beijos mordidos. O som do riso de Zach ecoou pela cabeça dela novamente. Ela abaixou o rosto mordendo a orelha dele, e ele ouviu seu sussurro.

- Você é um demônio, Nicolas. Mas quando eu digo não, é não.

E ela estava fora da cama, Nicolas riu respirando fundo se amparando nos braços.

- Quando eu quero algo, eu tenho. – disse debochado – Não vou desistir.

- Espero que goste de se decepcionar. Resolva seus problemas com Samantha, eu não vou trair meu marido.

- É um desafio, Vanessa? – perguntou divertido.

- Não, é um aviso. Nem mais um beijo. Eu sou dele, se convença disso e poupe seus esforços. – e ela saiu.

Na torre...

Joseph ajudou Micaela tomar banho e se vestir. Joseph ficou assustado com as manchas roxas no corpo dela. A barriga, os seios todos machucados. Ela insistiu em amamentar. Quando Charlotte abocanhou o seio da mãe, inocente, Micaela gemeu suspirando.

- Não precisa fazer isso, está te machucando carinho. – ela negou.

- Vai passar. Me traz o George.

Ele buscou o filho no berço. Teve medo de que ele tivesse um machucado grave, mas o menino estava apenas com um roxo. Ela arfou quando foi a vez do filho. Seus seios doíam demais. Quando terminou de mamar, o menino foi colocado junto a irmã. Ele a fez se deitar, tentou massagear o corpo dela para alívio, mas ela não aguentava de dor.

- Chamarei o médico amanhã.

- Não é nada. Eu me curo rápido.

- Há alguma coisa que eu possa fazer? – perguntou angustiado.

- Há, você pode ser meu marido, apagar as luzes, se deitar ao meu lado e me abraçar bem forte? George está bem, é tudo o que importa.

Joseph não teve resposta. Obedeceu. Uma vez deitado ele a virou de costas para ele, e a abraçou com cuidado, dando um beijo em sua cabeça. Nada mais foi dito.

Se entregando ao inimigoOnde histórias criam vida. Descubra agora