Capítulo 101

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No dia seguinte...

Micaela caminhava com Vanessa, Cristal e Samantha no jardim. Cristal empurrava o carrinho dos bebês.

- Gosto desse clima. – Samantha respira fundo – Essa calma faz parecer que a guerra foi acabada.

- Pior é o cego que não vê. – Vanessa diz.

Aquela calma toda, aquela paz. Era a calmaria que vinha com a tempestade.

- Você fala como se pudesse sentir. – Cristal diz.

- Digamos que eu já vivi o suficiente para conhecer um pouco sobre muita coisa. – comentou, quieta.

- Não mais que nós. O que, 25 anos? – Vanessa assentiu.

- De certa forma, sim. É saudável para vocês acreditar nos 25. – disse divertida.

- Como assim?

- Eu parei de contar em 25. E por que alguém aqui não está me matando de perguntas? – perguntou olhando Micaela, que caminhava com um olhar distante.

- Tudo bem, estamos em 1864. Quando foi que parou de contar? – Cristal instigou.

- Porque não faz essa mesma pergunta ao Robert, Cristal? – perguntou e Cristal suspirou. Robert não responderia – Como vai, Joseph? – perguntou, olhando para frente.

- Bem, obrigado. – disse atrás dela. Todas se viraram. Como ela sabia? – Senhoras, vocês poderiam tomar conta dos bebês por um instante, por favor?

- Estão seguros. – Vanessa disse tranquila, e Joseph agradeceu com a cabeça. Estava em seu cavalo, observando-as.

- Posso falar com você? – perguntou, observando a esposa, que o olhou por um instante, e assentiu indo até ele.

Joseph a ajudou subir no cavalo e partiram. Os dois permaneciam em silencio.

- Por que me trouxe aqui? – ele havia ido ao rio. Joseph não respondeu. Amarrou o cavalo na beira do rio, e a ajudou a descer.

- Porque eu precisava de um lugar tranquilo para conversarmos. – ambos caminharam poucos passos – Carinho eu não quero continuar brigando com você. Olhe para nós dois.

- Não parece. – disse, quieta.

- Você também não ajuda. Dançando daquele modo na minha frente para depois... – ele suspirou. – Não é esse o objetivo. O que passou, passou.

- Então porque não solta Suri? – pressionou. Joseph hesitou por um instante, então se sentou junto a ela em uma pedra.

- Precisa entender. Suri nunca ergueu a voz para mim, então me desafia perante todo o reino, ela é apenas uma criança. Se eu não mostrar a ela, o que ela fez foi errado, que mesmo ela sendo a herdeira do meu trono, ela me deve respeito a mim como seu pai, como seu rei. As coisas vão fugir do meu controle, e isso eu não posso permitir. – ele suspirou – Me doí deixa-la presa, mas eu seria incapaz de lhe erguer a mão, esse foi o meu único jeito de puni-la.

- Não acha que foi tempo demais? – ela apanhou as mãos dele – Já faz mais de dois meses. Nem ao menos permitiu deixá-la ver os irmãos, sabe o quanto ela estava ansiosa por eles.

- Eu irei me resolver com Suri. – prometeu, e ela esperou – Logo. Mas não sei agir sob pressão.

- Me prometa que não a manterá presa por muito mais tempo. – pediu.

- Prometo que vou tentar resolver isso com o melhor de mim. Mas não vim falar apenas de Suri – ele tocou o rosto dela – Nós mal nos casamos, e já estamos brigados. Você me irrita tanto que as vezes tenho vontade de matá-la, como pode? 

- Parecia que você não me queria. Me tornei irritada, passou. – disse beijando a mão dele. Joseph se aproximou beijando a testa dela demoradamente. O coração de Micaela disparou ao sentir os lábios dele em sua pele.

- Passou? – os lábios descendo pelo rosto dela. Micaela segurou o rosto dele, sorrindo.

- Só quando Suri estiver livre. – sussurrou, e ele sorriu. Ainda jogando, afinal.

- Que seja. Me deixe ao menos te abraçar. – disse a apanhando nos braços, e ela retribuiu o abraço.

Eles ficaram assim por horas, se beijando, se acariciando, apenas matando a saudade. Nenhum dos dois disse nada, nada precisava ser dito.

- Podemos ir agora? – murmurou nos lábios dele.

- Quer ir embora? – perguntou confuso. Ele fez algo de errado?

- Na verdade, eu ficaria aqui por horas. Mas não irá demorar, e preciso amamentar os bebês. Podemos ficar mais uma hora no máximo. George se irrita quando está com fome, faz birra.

- Vamos. Podemos passear um pouco antes de voltar. – Micaela sorriu, apanhando a mão dele e se levantou.

Dessa vez ela montou com uma perna em cada lado do cavalo, e ele montou atrás dela, apanhando as rédeas. Passaram por um campo onde cresciam girassóis. Já anoitecia. Os dois voltaram brincando, rindo e Joseph acelerou o cavalo, fazendo-a gritar com ele assustada. Porém o ritmo do cavalo fazia o corpo dos dois se esfregarem. O acúmulo de desejo preso por meses desde a gestação, os dias de provocação de ambos, a tarde cheia de beijos e carinhos, havia deixado eles excitados. Ela ficou quieta e ele a viu agarrar ainda mais a crina do cavalo, e sorriu consigo mesmo. Instigou o animal a correr ainda mais, aumentando a fricção do corpo dos dois.

Ele observou as reações dela. Micaela aguentou firme o quanto pode, mas no fim gemeu. Aquilo bastou para ele. Ele a virou para ele e devorou sua boca. Parou o cavalo e ambos caíram ao chão. Estavam no meio do nada, mas isso não importava. Havia perdido, sabia disso. Ali, no fundo ela queria perder. Joseph não esperou sua reação, tomou a boca dela, e suas mãos desceram pelo corpo dela, apanhando o decote do vestido, pronto para rasgá-lo.

- Não! Assim não terei com o que voltar. – explicou para ele.

Puxou o zíper do vestido para fora do corpo, deixando-a nua. Micaela se contorceu ao sentir o hálito quente dele passando pelo seu corpo, abaixo dos seios sentindo ele dar beijinhos em sua pele. As mãos dela buscaram o cinto dele, abrindo a calça e empurrando para baixo, ele subiu ao rosto de novo, mordendo o pescoço, o maxilar, chupando, marcando.

- Tire isso. – disse angustiada com os vários botões do colete. Queria sentir a pele quente dele. Ele puxou a camisa pela gola e voltou a abraçá-la.

Micaela gemeu abafado quando ele a possuiu, mordendo seu pescoço em seguida. Joseph amparou a cabeça no pescoço dela, respirando aos ofegos, mãos do lado do seu corpo, no chão, tomando força nos movimentos. Havia passado tanto tempo! Micaela deixou marcas nas costas dele, sentindo os músculos se contraindo e relaxando em cada investida, cada vez mais forte. Por fim ela não conseguiu conter o grito, e logo foi a vez de ele gemer o nome dela. Depois o silencio reinou.

- Eu te amo. – ele murmurou, beijando o rosto dela. Micaela, sorriu de dando um beijo singelo. Estava quieta.

Ela o amava, de modo mais absoluto que uma pessoa pode amar outra. Mas isso não mudava o fato de que ela havia realmente perdido.

Se entregando ao inimigoOnde histórias criam vida. Descubra agora