Capítulo 58

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Ambos não acordaram. Joseph porque estava exausto e Micaela provavelmente pela paz que tinha ali. O dia expirou e os dois continuaram ali, abraçados, dormindo. Nicolas mandou uma criada na hora do almoço, mas sobre as batidas na porta Joseph apenas se remexeu puxando mais Micaela, afundando o rosto em seu pescoço. No final da tarde, a enviada foi Nina. Após bater algumas vezes, então ela resolveu entrar. Micaela dormia demais e precisava trabalhar. Parou em choque, ao entrar no quarto.

- Não é possível. – rosnou consigo mesma.

Micaela dormia com Joseph, ambos confortáveis, descobertos até a cintura. O braço de Joseph cobria os seios dela, e ele tinha o rosto afundado em seu pescoço, como se quisesse ficar ali. Ela o abraçava pelas costas com o braço bom, o outro caído em seu lado, engessado.

Tinha o rosto virado para ele, os lábios na testa dele. Ódio consumia Nina. Ela fez o que fez e ainda terminava ali? Onde estava a justiça?

- Apenas vim apanhar o meu livro quando esqueci... essa porta já estava aberta? – uma voz no corredor estava se aproximando. Era Vanessa junto com Samantha e Cristal.

- Doce Jesus. – disse paralisada, com os olhos arregalados.

- Mas que diabos... por que esta porta está aberta? – perguntou atordoada. Micaela e Joseph seguiram dormindo. – O que você fazendo aqui?

- Eu devia chamar Nicolas para ver isso. – disse divertida, Cristal riu.

- Eu bati e ninguém atendeu. Pensei que ela estava dormindo, então entrei... – ela suspirou. O olhar de Vanessa estava fixo em Nina.

- Tome o maldito livro e vamos sair daqui. Se eles acordarem e nos pegarem aqui, serei forçada a me jogar da janela. – disse apanhando o livro na mesinha e entregou a Vanessa.

- Você presencia cenas como esta, e fica em pé olhando? – perguntou debochada.

- Vanessa, vamos! – Samantha a chamou já no corredor. Mas Vanessa não estava nem ai para o casal dormindo.

- Não fiz por mal senhora, confie. – pediu Nina de cabeça baixa. Vanessa ergueu a sobrancelha.

- Me deixei ser clara, não confunda o fato de não colocar fogo em você enquanto dorme, com a minha confiança. – Cristal, no corredor riu alto. Saia daqui.

- Qual o problema? – Samantha viu Nina saindo, mortificada.

- Há algo nessa mulher que não me agrada. – disse observando Nina sumir pelo corredor. – Preciso conversar com Zach sobre ela.

- Fará queixa a Zach contra ela, apenas por causa disso? – Samantha perguntou.

- Tem algo nela que me irrita, me ofende. Como se algo dentro de mim, me alertasse. – disse, com os olhos distantes. – Sim, irei falar com ele, ainda hoje. Mas vamos sair daqui, por deus.

O silencio reinou sob o quarto. Ambos dormindo, alheios ao mundo. Mas Nina, porém, havia comprado um problema.

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Os Nefas se preparavam para dormir. Vanessa havia feito a queixa, mas Zach não levou muito adiante.

- Não é possível que você nao ouviu o que eu disse. -perguntou, olhando o teto. Ouviu o riso dele e suspirou.

- Eu ouvi meu amor, mas não posso simplesmente mandar matar uma criada, ou ao menos prende-la porque você simplesmente não foi com a cara dela. – explicou coçando a sobrancelha enquanto terminava de ler.

- Na verdade, você pode. – disse parando de se mexer na cama.

- Eu te acostumei mal. - mais não era uma repressão – Sim, eu posso. – disse rolando os olhos.

- Então?

- Não estamos em casa, minha vida. – disse e ela ouviu a voz dele perto, o que a fez abrir os olhos.

- Há algo de errado com aquela mulher Zach. Confie em mim.

- Só porque ela estava espiando. – ele pegou um dos pés dela e começou a massageá-los. Ela suspirou deliciada. – Se for assim, tu também estava.

- Eu... eu não estava espiando! – se defendeu, indignada. – Eu apenas fui buscar meu livro. A porta estava aberta.

- É claro, não se exalte. – ele deu um beijinho num dos pés dela.

- Prefiro fazer, do que olhar. – disse atrevida, e ele sorriu mordendo o pé dela. Ela se sentou, e ele ficando entre suas pernas. O abraçando pela cintura. Passando por cima dele.

- Não. Eu estou me distraindo. – disse passando uma perna de cada lado de seu corpo. Mate-a Zach. – insistiu, e sentiu a boca dele afastando a alça de sua camisola.

- Não.

- Irá simplesmente ignorar o que estou dizendo? – calma até demais.

- Claro que não. Colocarei meus melhores homens para vigiá-la. Um passo suspeito dela e entrego em suas mãos. – ela sorriu consigo mesma e ele franziu o cenho apertando o quadril dela ao sentir uma mordida em seu pescoço, próximo a veia. – Satisfeita?

- Ainda não. – respondeu, subindo a boca até a dele.

Verdade, é que ela não estava satisfeita. Estava acostumada a ser atendida sempre em primeira ordem. Mas por hora aquilo bastava. Se nina desse um passo em falso, Zach a atenderia. Vanessa trataria para ser esse passo em falso.

Se entregando ao inimigoOnde histórias criam vida. Descubra agora