Capítulo 46

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- VOSSA ALTEZA! – disse raivosa abrindo as duas portas do quarto dele. Joseph que saia do banheiro, abotoava sua camisa.

- Jesus, me proteja de mim. – murmurou para si próprio, vendo a forma como ela estava.

- Joseph, o que é isto? – perguntou mostrando o folheto a ele. Joseph suspirou colocando a mão sob o rosto. Ela o observava – Eu ainda tive esperanças de que tu o negasses, MAS OLHE ISSO! – disse furiosa, largando o folheto no chão.

- Se acalme. – pediu olhando para ela.

- Me disse... não,havia me prometido que não se casaria. – ofegava de raiva – Prometeu olhando nos meus olhos. Eu não posso acreditar nisso.

- É necessário, tente me entender carinho. – pediu sem saber como falar.

- Eu compreendo, claro. – disse encarando-o e ele esperou. Ela tirou uma chave do seu decote, atirando em sua direção. – Entendo perfeitamente. Obrigada por tudo, me esqueça. Adeus. – disse, e deu as costas batendo em retirada.

- Não ouse dar mais um passo. – rosnou irritado. Joseph tentava controlar seu temperamento perto dela, mas algumas vezes era impossível. Micaela respirou fundo, se virando.

- Precisa de alguma coisa, majestade? – perguntou formalmente.

- Está sendo infantil. – observou. A raiva dela piorou consideravelmente com isso.

- Como o senhor preferir. Com licença. – e tentou sair novamente.

Mas...

- MICAELA! – rugiu, fazendo-a parar.

- NÃO OUSE GRITAR COMIGO! – rebateu se virando, Joseph ergueu a sobrancelhas. Ficou louca?

- O concelho todo estava indo embora, o que queria que eu fizesse?

- Não é da minha conta. Eu sou apenas uma criada. Meus sinceros votos de que seja feliz com a vossa princesa escolhida, senhor. – disse debochada.

- Não irei brigar com você, você está com raiva. – agora ele também estava – Tome. – ele catou a chave no chão – Vá para o seu quarto, e se acalme. Mais tarde conversaremos. – mas para surpresa dele, Micaela gargalhou, a cabeça caindo para trás, segurando a barriga. Era ironia, e Joseph odiava ironia. Ele deu as costas a ela, se bloqueando da visão, tentando por tudo não se irritar...

- O que pensa, alteza? que ira se casar, e quando vossa esposa dormir tu irás escapar na calada da noite, me procurar que eu te aceitarei?

- Você não tens escolha. – lembrou, em voz baixa. Ela via os ofegos de raiva dele.

- Pois me deixe te dizer uma coisa Joseph. – disse e agora não havia mais ironia em tua voz. Ela falava sério, em um tom baixo. – A partir de hoje, tu não me tocas mais. Uma vez sendo cassado, esqueça que um dia possuiu meu corpo. Aliás, guarde como uma boa lembrança, afinal tu tiraste minha pureza. Mas não se equivoque, isso termina aqui. Com licença.

Micaela ia sair quando a mão dele apanhou os dois lados da porta, batendo-os com força. O barulho ecoou pelas escadarias. Vanessa que conversava com o marido, e com Robert ergueu os olhos delicadamente, sorrindo de leve.

Joseph arfava atrás de Micaela que estava encurralada entre ele e a porta. Ela podia sentir o hálito quente dele em seu ouvido. A mão dele a apanhou com força pelo braço, virando-a para ele.

- Não se equivoque ao pensar que pode me deixar. – disse em tom baixo. – Isso só irá terminar quando eu disser que acabou, Micaela. Me casarei com que eu bem entender, e você estará em minha cama quando eu bem desejar, para satisfazer todas as minhas vontades.

- Isso é o que nós vamos ver. – debochou atrevida.

Ela só sentiu o peso da mão dele em seu rosto. Joseph a esbofeteara. O rosto dela se virou. No andar debaixo, Vanessa ergueu os olhos novamente passando a mão no rosto como se achasse graça em algo.

- Algum problema meu anjo? – Zach perguntou apanhando a mão dela, e ela o encarou, com o sorriso ainda perdido.

- Apenas uma distração. Perdoem. – disse mas ainda sorria. Robert a encarou por um instante, procurando algo que ele tivesse perdido, mas ela negou com a cabeça.

Micaela parou, ofegando, olhando o chão considerando a ideia de passar a verdade na cara dele agora, só para ver a convicção dele se desfazer, mas seria tolice. Antes que ela pudesse se recompor, ele apanha o rosto dela pelo maxilar, fazendo-a encará-lo.

- Já disse, não se equivoque carinho. Tu me pertences, não importa a circunstância. – Micaela o encarava com um ódio que não podia ser descrito.

- Me force. – desafiou, os olhos fixados aos dele. Perdeu o juízo, mulher?

- Sabe que eu posso fazê-lo quantas vezes eu quiser. – assinalou.

- Pois faça isso, me obrigue, me force. Será o único modo de me ter em sua cama agora, querido. – disse percebendo subitamente tranquila. Apenas seus olhos denunciavam seu ódio. Joseph sorriu de canto, e ela esperou.

- Posso forçá-la a inicio mas, me rejeitar nunca foi uma capacidade sua, não é? – brincou malévolo, e ela aguardou – Por fim estará se espreitando por mim, feito uma gata.

- ME FORÇE, JOSEPH! – repetiu raivosa

Joseph a observou por um instante, a raiva pulsando em seu sangue, então a beijou. Micaela franziu o cenho travando os lábios, o empurrando. Ela estava blefando, ele iria mesmo forçá-la? As mãos dela não eram ofensa para ele, nem de longe ela tinha a força para reprimi-lo. Apanhando-a de surpresa, Joseph mordiscou os lábios dela, que perdeu um instante de sua resistência. Instante esse que ele conseguiu o que procurava: A beijou.

- Que diabos, onde está Joseph? – Nicolas perguntou entrando na sala.

- Está em seu quarto, brigando com a amante dele. – disse tranquila abraçada ao marido que lhe acariciava o braço.

- Estão brigando? Por quê? – perguntou incrédulo. Em geral Micaela e Joseph faziam de tudo, menos brigar.

- Aparentemente ela descobriu que ela irá se casar, foi tomar satisfações. Eles gritaram por um bom tempo, ele esbofeteou ela, continuaram a brigar e eu parei de ouvir pois não é da minha conta. – resumiu – A propósito... tem alguém aqui sangrando. – observou.

- Como podes saber? – Samantha havia adentrado na sala, atrás de Nicolas. Vanessa e Robert riram.

- Digamos que algumas de nós possui a audição aguçada. – disse reservada. Robert riu.

- Você é um pequeno demônio. – Zach brincou sorrindo para a esposa, beijando o rosto dela, levemente.

De volta a torre...

Mesmo tentada pelo gosto dele, o ciúme por saber que ela teria que partilhá-lo e o ódio porque isso seria pela vontade dele vencerem. Ela o empurrou, o esmurrou, até que devolveu na mesma moeda: o mordeu. O gosto do sangue dele veio na boca dela, mas ele não se demoveu. Ela continuou. Tinha os dentes cravados na boca dele que parecia nem se importar com isso. Ele parou na tentativa, não pela dor, pois não se afastou.

Apenas a encarou, observando-a. Micaela queria machucá-lo. Ela so parouinstantes depois, os lábios cobertos de sangue, e ele continuou a observar. Ela o encarou por bem. O sangue descia pelo queixo dele, pingando em sua camisa, mas ele não largaria. Parecia procurar nos olhos dela, algo. Por fim ela se soltou dele, saindo correndo. Joseph respirou fundo, pensativo. Dor física era algo muito fútil. Se ele quisesse tê-la forçado, assim o seria. Mas ele a amava demais para isso. Pena que ela não parecia entender.

Se entregando ao inimigoOnde histórias criam vida. Descubra agora