Capítulo 15

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Joseph foi direto ao quarto dela, mas ela não estava lá. Que diabo! Não podia haver tempo para se arrepender, ou voltar atrás. Ele andava a passos largos, quase ofegante pela corrida. Foi quando parou na cozinha.

- Onde está Micaela? – perguntou direto.

- Eu já dei a dispensa, senhor. Precisa de algo? – nina perguntou confusa.

Joseph não respondeu, pensando. Ela recebera dispensa e não estava no quarto... ele sabia onde ela estava.

- Preciso do molho de chaves. – pediu.

Nina ergueu as sobrancelhas e buscou algo preso em sua cintura. Era o chaveiro com uma cópia de cada porta que havia no castelo. Havia mais de cem chaves, Joseph sem dar explicação saiu dali. Só parou quando chegou a frente da sala de banho dos funcionários. Havia barulho de água lá dentro. Joseph tentou abrir a porta, mas estava trancada. Levou alguns minutos até ele conseguir encontrar a chave certa dali. Ele já havia chamado por todos os demônios que conhecia até lá.

Abriu a porta com cuidado, fechando-a atrás de si. Pensou por um instante, mas reconheceu o perfume dela. Era ela que estava ali. Joseph caminhou ainda hesitante pela sala, até em um dos boxes. Era apenas um quadrado de madeira que ocultava o seu corpo. Ela estava de costas, ele só enxergava até altura dos ombros.

Tinha os cabelos emaranhados em espuma. Joseph sorriu ao vê-la sacudir a cabeça após puxar a cordinha que fazia a água cair. Micaela se virou e se assustou ao vê-lo ali parado.

- Meu deus! – disse, pondo a mão sob o peito respirando fundo pelo susto.

Os dois se encaravam novamente, azul contra verde sem dizer nada. Até que Joseph largou o molho de chaves, indo em direção a ela. Ele abriu a porta do box, apanhando-a pelos braços e a beijando agressivamente. Micaela o aceitou, ofegante e feliz. Ele voltou para ela. Na afobação os dois terminaram de puxar a cordinha, e um jato de água caiu sob a nuca de Joseph, fazendo Micaela rir.

Ele sorriu e a beijou novamente. Daquele ponto até ele ter perdido as roupas, que ficaram pelos cantos foi muito rápido. Os dois não se soltavam por nada, a respiração era difícil, a vontade guardada era muita sem contar o espaço que era mínimo. Quando Joseph por fim, possuiu Micaela os dois pararam por um instante, apenas desfrutando a sensação. Porém quando ele se moveu...

- Aí. - gemeu franzindo o cenho – Não, pare! – disse espalmando as mãos no peito dele. Joseph a olhou confuso.

- O que há? – perguntou com a voz quebrada. Como ela era louca de mandá-lo parar agora?

- Eu não sei, eu... – o corpo dela parecia estar se adaptando, se adequando.

- Estou machucando você? – perguntou preocupado.

- Me dê um instante. – pediu confusa com o que sentia. Aquilo costumava ser bom, qual era o problema?

E Joseph esperou. Procurando mais uma lista de demônios para praguejar mentalmente, mas esperou. Alguns minutos ela se moveu, se remexendo. Se continuasse assim ele teria um desmaio.

- Eu acho que... – ele a encarou. Ela estava corada isso dispensava o resto da frase.

Ele tentou novamente e dessa vez ela não se queixou. Logo os dois se consumiram ardorosamente, com todo o ímpeto de saudade que exigia. De vez em quando um dos dois se batiam na cordinha ganhando um jato de água pela cara ou pelas costas, o que garantia gargalhadas. 

Quando terminou Micaela abafou um grito no ombro dele que se deixou vir chamando pelo nome dela, as mãos apertando-a saudosamente. O silencio reinou ali. Nenhum dos dois sabia o que fazer, ou o que dizer. Então Micaela ainda no colo dele, puxou a cordinha fazendo a água cair sob os dois novamente, ambos riram.

Se entregando ao inimigoOnde histórias criam vida. Descubra agora