Capítulo 99

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Dias depois...

- Você é impossível! Não pode deixá-la presa! – disse exasperada. Micaela estava em pé observando Joseph calçar os sapatos.

- Tanto posso que estou deixando. Suri me desobedeceu, e deve ser punida. E não se exalte, não vai te fazer bem.

- Punida até quando? Joseph? Amor... me escuta. – ele riu de leve da tentativa dela de ser amável – Ela já foi privada de tudo por tanto tempo.

- Amor... – ele se virou para ela – Não. – Micaela perdeu a paciência.

- Vou mandar arrombarem aquela porta. – ela rosnou, e ele ergueu a sobrancelha.

- Será tua ordem contra a minha. E acho que sei quem eles irão obedecer. – disse indo até ela, dando um selinho.

- Eu mesma irei arrombar a porta. – Joseph virou o rosto sorrindo para ela.

- Adoraria vê-la tentar. Vanessa não irá ajudá-la. Zach a proibiu de se envolver em nossos problemas pessoais. – Micaela suspirou derrotada.

- Ela vai sair do quarto. – disse em tom alto.

- Não, ela não vai. – disse fechando o colete.

- A FILHA É MINHA! – gritou no auge da raiva. Ele sorriu em seguida.

- Eu sei, mas ela é minha também. Se deite e descanse um pouco.

- Deixe apenas ela ver os bebês. – intercedeu.

- Não irei discutir mais sobre isso. – houveram batidas na porta – Entre. – a porta se abriu, era Vanessa.

- Joseph, o sol não vai ficar negro! – respondeu raivosa.

- Eu... interrompo? – Vanessa ainda estava com o pé na porta, indecisa de entrar.

- Papai já vai meus amores. – disse beijando o rosto dos bebês no berço. Os bebês o olharam, ambos abriram os olhos dias depois do nascimento. Eram azuis, exatamente como os da mãe. Assim como os cabelos escuros e pele clara. Ele deu um beijo em cada um deles.

- Joseph. – Micaela rosnou.

- Bom dia, Vanessa. – saudou, cumprimentando e saindo.

- ARGH! – gritou furiosa, apertando os cabelos.

- Qual o problema?

- Joseph é o problema. No episódio com Henry, ele colocou Suri de castigo pela afronta. O castigo duraria até o sol ficar negro.

- Duvido muito. Mal tem sol aqui.

- Esse é o problema. Ela o desafiou perante todo o reino. E Joseph é orgulhoso, quer que ela pague. Mas isso já faz tanto tempo... ela nem se quer viu os irmãos ainda. – andava de um lado para o outro – Onde estão as outras?

- Vindo. – disse indo até o berço. Ela os observou brevemente, então apanhou o braço de Charlotte, puxando a manga levando seu nariz até o pulso da menina, sentindo o cheiro... estava limpo. Charlotte riu com o toque frio de Vanessa. Ela ajeitou a menina e foi a vez de George. O menino a observou com uma dignidade que chegava a ser engraçada. Lembrava Joseph, quando desconfiado.

- O que está fazendo? – Micaela se aproximou, observando. Vanessa soltou o bracinho do menino. Já havia verificado antes, as queria ter certeza de novo. O sangue havia saído do sistema dos bebês, estavam limpos.

- Apenas olhando. – disse se virando – São bebês fortes.

- Eu sei. Quando nasceram eram tão pequenos, tão fracos. Cheguei a ter medo. Mas aqui estão meus pequenos milagres.

- Adoro milagres. – Vanessa disse sorrindo. – Tem se tornado comum, ultimamente.

- Hum?

- Nada. Fico feliz que estejam fortes. – Micaela assentiu.

- E tu? Não pensa em ter um? – Vanessa riu.

- Bom Micaela, as mulheres as minhas famílias... digamos que não podemos ter filhos. Eu, por si fui um acidente. Ou milagre?

- Sério?

- Sim, vem da família do meu pai. Bom, ele encontrou uma mulher, minha mãe e ela teve a mim. Apenas a mim. Ela morreu no parto. Não cheguei a conhecer ninguém da família dela, mas todas as mulheres da família do meu pai são inférteis. Como disse, mulheres como eu não foram criadas para serem mães. – disse dando de ombros.

- Zach sabe? – perguntou e Vanessa assentiu.

- Pessoas como eu, bom não podemos ter filhos. Mas adoramos tentar. – disse e piscou. Micaela riu.


No corredor abaixo...

- Que seja então. – Cristal e Samantha caminhavam quando se bateram com Henry trabalhando no castelo. – Olá. – disseram simpáticas. Henry repousou o carrinho de lenha.

- Altezas. – disse, se curvando.

- Como vai sua esposa? – Henry sorriu.

- Muito bem, majestade. Estamos aqui no castelo, mas não demorará para que eu consiga nossa própria casa. – disse sorrindo. Samantha observava com um sorriso no canto do rosto.

- Tudo bem, se ela precisar de algo, com a gravidez, por favor não hesite em nos pedir. – ofereceu Cristal.

- Obrigado alteza. Com licença. – apanhou o carrinho e sumiu. Samantha ainda observava, sorrindo. Cristal a olhou.

- Os olhos dele são tão azuis! – disse jogando a cabeça para trás – Eu adoraria...

- Os olhos de quem são azuis, Samantha? – Nicolas perguntou subitamente atrás dela, olhando-a. Cristal se assustou, Samantha não. Ela se virou para o marido, sorrindo.

- Quem mais? – perguntou passando os dedos na região dos olhos dele. Os olhos de Nicolas eram mais claros que qualquer um ali. Ele ergueu a sobrancelha e ela sorriu, abraçando seu pescoço, beijando-o. Cristal tinha uma careta no rosto.

- Eu não mereço. – disse saindo dali. Nicolas e Samantha riram de leve, mas ele se afundou ainda mais no beijo dela, e nada mais foi dito.

Se entregando ao inimigoOnde histórias criam vida. Descubra agora