Micaela ficou calma quando percebeu que Zach havia parado Joseph. Ele estava em segurança. Pelo menos ele. Ao chegar na fronteira, os guardas pararam ao ver Micaela. Não havia ninguém no reino de Hades que não soubesse quem era ela. Ela não disse nada, apenas passou pela fronteira, ciente que logo Hades saberia que ela estava lá. Mas antes, ela precisava fazer algo.
- Já vai. – A senhora tirou o avental, pondo-o na bancada. Ao abrir a porta, levou um susto. – Senhor Jesus, Micaela! – exclamou, puxando a filha para os seus braços em um abraço. Micaela já chorava.
- Mamãe. – disse rouca, abraçando-a com força.
Ela percebeu que tudo o que precisava esse tempo todo era isso: Sua mãe. Que ela a abraçasse, te passa-se conforto. Alguém que não a machucasse, e muito menos a faria mal. O peso de tudo que havia passado desde sua partida caiu sob suas costas, e Micaela se apertou ainda mais a mãe chorando. Mary fechou a porta, também as lagrimas, sem soltar o abraço da filha, como se temesse que aquilo fosse um sonho.
- Meu anjo, olhe só para você. – disse pegando no rosto de Micaela entre as mãos, admirando – É uma mulher agora, minha bonequinha. – disse, Micaela sorriu entre o choro.
- Senti tanto a sua falta mamãe, precisei tanto de ti!
Demorou bastante tempo para as duas se acalmarem. Por fim, Mary passou um café com tortinhas de chocolate para as duas.
- Sente-se, vamos conversar. – disse ainda saudosa. Não desgrudava os olhos de Micaela.
Micaela olhou o banco alto, e olhou para baixo. Estava dolorida. Se sentar já era difícil, e depois da manhã inteira com Joseph, teve ainda que cavalgar.
- Mica? – sua mãe a olhava confusa.
- Eu estou bem de pé mamãe. – disse sorrindo de canto.
- Não seja boba, está é sua casa. Sente-se. – disse, ainda sorrindo. Micaela olhou o banco alto de madeira novamente – Tudo bem.
Ela respirou fundo ao se sentar. Micaela tentou se sentar, mas o banco era alto. Sem alternativa, bateu a mão na xicara de café, derrubando. Mary se virou para apanhar um pano e assim Micaela subiu no banco, com uma carreta de dor.
- Ai! – gemeu, mordendo a boca.
- Está tudo bem meu anjo. – disse limpando tudo – Sempre atrapalhada. – sorriu consigo própria. Micaela ainda tinha uma careta de dor no rosto. Então Mary se sentou – O que está fazendo aqui, Micaela?
- Eu precisei... – Deus, aquilo estava impossível! Ela quase podia ver Joseph rindo da cara dela agora - Preciso resolver algo aqui, mas antes precisei vê-la. – disse, tomando seu café. Não podia ser um sofá? Almofada? Por que em um banco alto de madeira?
- Do que...
- Mamãe! – exclamou, descendo do banco, abafando um gemido. Mary franziu o cenho – Vamos para a sala?
- Por quê? – perguntou confusa.
- Senti falta de casa. – mentira, era porque tinha um sofá baixo.
Mary assentiu, e apanhou a bandeja. Micaela passou na frente, indo para a sala. O sofá seria melhor.
- Maldito seja Joseph. – sussurrou baixinho, e se sentou devagar no sofá.
- Aqui. – colocou a bandeja na mesinha. – Pode começar a falar.
- Preciso falar com Hades. – Mary engasgou.
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Se entregando ao inimigo
Romance" Eu nunca pensei que conheceria meu verdadeiro amor desse jeito. Primeiro vi seu lado demônio e depois seu lado anjo" Micaela, uma formosa plebeia. Sendo perseguida e cobiçada pelo rei de seu próprio reino, sendo sua única saída fugir. Agora fugir...