Capítulo 66

346 26 0
                                    

Joseph a observou atentamente. Ela apanhou o primeiro vestido que encontrou e jogou por cima, prendendo os cabelos. Ela apanhou um canivete da escrivaninha dele, e abriu o envelope, despejando as flores brancas na mesa. Micaela começou a cortas as pétalas, e se virou para ele.

- Toque fogo em todas elas. – pediu e ele assentiu, pegando e as levando ate a lareira. Atiçou o fogo, e as jogou lá dentro. O cheiro subiu forte.

Micaela apanhou um vidrinho vazio, sob a escrivaninha e colocou o caule da flor. Com o canivete, extraiu o sumo opaco que saiu dali. Fez isso com todos os caules, no final havia 12 frascos cheios.

- Acha que precisará dos 12? – perguntou, e podia se ouvir a hesitação dele sob aquilo, enquanto andava com ela no corredor.

- Não sei ao certo a quantidade. Irei dar aos poucos, até que ela recupere os movimentos totalmente, então eu paro. Não é uma ciência exata. – disse, e ele parou na porta do quarto de Suri, respirando fundo – Confie em mim.

- Estou confiando. – disse mas ainda parecia nervoso. – Estou lhe confiando o que tenho de mais precioso. – ele respirou fundo novamente.

- Vai ficar tudo bem, acredite. – garantiu, e selou os lábios com os dele, entrando no quarto.

Suri despertou satisfeita, por ter seu pai e Micaela ali. Mas sua satisfação foi embora assim que ela viu o frasquinho. O sumo cheirava a planta, era branco opaco, quase cinza.

- Não vou beber isso. – disse, vendo Micaela apanhar uma colher.

- Sim, a senhorita vai. – Suri fez bico – Tu serás rainha, seja corajosa. – incentivou.

- Nem estou doente. Para que isso? – Joseph se mantia calado.

- Quando for o momento certo, saberás. – Micaela não queria dizer para não criar falsas expectativas.

- Papai. – apelou, desgostosa, vendo Micaela depositar o xarope na colher.

- Ouça ela meu anjo. – pediu.

- No três. – disse, e Suri olhou o remédio com careta – Um, dois, três!

Joseph abaixou os olhos ao ver Suri abrir a boca e engolir o remédio. Micaela ainda lhe deu mais duas colheres cheias.

- Minha boca está ardendo! – exclamou com uma careta. Joseph olhou para Micaela preocupado.

- Está tudo bem, já acabou. – ela apanhou um copo de agua da cabeceira e deu a menina, que bebeu.

- Mica, minha garganta está queimando. – se queixou, atordoada. Sentia os lábios ardendo, dormente, assim como toda a boca e garganta. Ela tomou mais água, mas ainda não passou.

- É para o seu bem, acredite. Se deite mais um pouco, logo vai passar. – prometeu, ajeitando a menina da cama. Suri tinha uma caretinha desgostosa no rosto – Vai passar. – sussurrou, beijando a testa dela em seguida, e a menina sorriu de canto, fechando os olhos.

- E agora? – Joseph sussurrou

- Agora esperamos. – respondeu e ele suspirou. Ela o abraçou, e ele a apertou forte em seu peito aspirando seu perfume, enquanto observava a filha.

Só restava esperar...

Se entregando ao inimigoOnde histórias criam vida. Descubra agora