— Você costuma trazer aqui as garotas que se interessa e as seduz com essa sua vozinha encantadora, é? — Perguntei, sentada ao seu lado na banqueta, com um dos seu braços envolta de meu pescoço.
— Descobriu meu segredo. — Escutei a sua risada baixa e sorri. — Além disso, eu também ofereço aulas particulares e entrego flores. — Aquilo foi o suficiente para eu soltar uma gargalhada.
— Você é tão bobo. — Encostei a minha cabeça em seu ombro, observando o seu rosto.
— Você também é. Somos dois bobinhos apaixonados um pelo outro. — Beijou o canto da minha boca com um brilho nos olhos.
— Eu nunca me apaixonei, sabia? — Soltei de repente, enquanto ele acariciava os fios de meu cabelo.
— Eu também não. — Ergui o meu rosto, o encarando desconfiada. O menino fez um biquinho de inocente e ergueu as mãos para o alto. — Eu tô falando sério!
— Fala a verdade, Mike. Quantas garotas mais ou menos você já fez cair no seu papinho e beijou? — Estreitei os meus olhos e esperei uma resposta.
— Nunca me apaixonei. E acho que os beijos são reflexo da paixão. Então nunca cheguei nessa parte. — Ele mantinha uma expressão calma e sincera no rosto. — Por mais que algumas pessoas beijem só por beijar, nunca precisei satisfazer os meus prazeres assim.
— Está falando sério mesmo? — Arregalei os olhos ao vê-lo assentindo com um sorriso. — Nossa... mas eu jurava que...
— Que eu era o típico garoto problemático que pega todo mundo e desconta toda a sua raiva no pai? — Ele arqueou a sobrancelha enquanto eu concordava devagar com a cabeça. — Acertou só a última parte. Mas ultimamente eu nem tenho descontado toda a minha raiva nele. Parece que nem sinto raiva agora que você estrou na minha vida. — Aquilo aqueceu meu coração.
Por mais que ele tenha dito espontaneamente, eu sei que foi do fundo do coração. E se eu afastava os sentimentos negativos dele, eu era boa em sua vida, não é?
— Que bom que o meu garoto problemático está melhorando o seu temperamento. — Dei um rápido selinho em seus lábios e ergui o meu corpo. Tomando com uma mão a cesta e com a outra o buquê. — Vamos, antes que você perca o resto das aulas e volte a ser o garoto problema.
— Perai, você disse que eu sou o SEU garoto problemático, é? — Ele tomou os livros pelas mãos, pegando também o caderninho branco. — Quer dizer então que eu sou seu?
— É, ué. Você não é meu? — Abri um sorriso. O garoto retribuiu o sorriso com um beijo em minha bochecha.
(...)
— Esse baile ainda tá de pé? — Noah questionou assim que viu Hilary e Olivia colando os cartazes juntamente com Emma, do grêmio. — Fala sério, que coisa brega é essa? "Quem é você por trás da máscara?" Ah não sei, a Beyoncé talvez? — O loiro começou a gargalhar ao lado de Mike que morria de rir com a sua piada.
— E sabem quem eu sou? — Mike começou a dizer segurando a sua risada. — Eu sou o Batman! — Ele cobriu uma parte do rosto e fez um semblante sério, fazendo Noah rir ainda mais.
— Uau, cadê a graça? — Olivia fez uma careta tão enojada, que ambos pararam de rir no mesmo instante, sentindo um remorso.
Peguei um dos cartazes para ler, notando que o baile aconteceria na próxima semana. Me pergunto se Mike vai me pedir para ir com ele em breve.
— Com quem cês vão? — Olivia perguntou.
— Eu não sei, quer ir comigo Olivia? — Hilary se ajoelhou segurando a mão da menina. Ambas caíram na gargalhada ao ver o quanto aquilo foi ridículo. — Como conseguem fazer isso? Isso é tão vergonhoso, credo.
— Eu senti a vergonha daqui. — Declarei.
Caminhamos pela escola inteira, colando os cartazes por todo canto. As pessoas conversavam animadamente sobre o baile. As meninas decidiam seus vestidos e penteados, os meninos com qual garota chamaria como par. E enquanto isso, o pessoal do grêmio não tinha nem tempo de pensar se tomaria banho. Coitados, graças a Deus estou livre dessa parte.
— Se eu sobreviver até semana que vem, talvez eu pense em levar alguém. — A de tranças segurava uma prancheta com tanta coisa escrita que era impossível ler.
— Livi, se precisar de ajuda é só chamar. — Sorri. De repente todos eles pararam. Olhos esbugalhados e chocados cercavam o meu rosto.
— Você chamou ela de Livi? — Hilary questionou, surpresa.
— Você deu um apelido a ela? — Foi a vez de Noah.
— Nossa, Mya! Eu adorei! Achei que você era insensível e nem ligava pra gente! — Ela veio me abraçar com um sorriso largo no rosto. Que tipo de monstro eles acham que sou? — Livi! Que fofo.
— Ah não, isso não é justo! E o meu apelido? Eu quero um também. —Hilary cruzou os braços.
— Mas você tem vários! Arco-íris, algodão doce, colorida e muitos outros. — Sorri, vendo ela fazer uma careta.
— O que vocês tem com o meu cabelo hein? Não posso nem colorir ele mais?
— Eu adoro ele assim. — Noah falou de repente, causando um silêncio no meio da roda.
— Não é só o cabelo dela que você adora, não é? Ta doido pra galopar de unicórnio pelo arco-íris. — Mike soltou, quebrando o silêncio. O menino ficou tão furioso com a fala dele, que saiu correndo para bater em Mike. Já Hilary estava tão vermelha que parecia que o sangue centralizou todo em seu rosto.
— Meu Deus mais que vergonha! — Ela bateu o pé no chão, tampando o rosto.
— Ele tá doido pra comer algodão doce e não tá sabendo pedir. — Olivia complementou a piada, o que me fez rir ainda mais.
— Vocês são ridículos! Ridículos demais! — Bufou. A colorida tomou os cartazes da mão de Olivia e saiu pela escola para colar mais deles por aí.
— Chama ele logo para o baile! — Gritei, antes que ela sumisse no meio da multidão de alunos. A garota se virou e me lançou um dedo do meio, quebrando completamente a imagem de fofa que ela tem.
(...)
Quando as aulas se encerraram, passei a maior parte do tempo estudando com Alex na biblioteca, depois da monitoria. Prometi a Mike que hoje o ajudaria com as lições e o deixaria me dar aula de piano. Sendo que ao conversar com ele, o garoto entendeu que eu precisava muito passar nessa prova, e até disse que ficaria orgulhoso em me ver honrar o nome da escola. Prometeu ter paciência e esperar as coisas no seu tempo. E como passou grande parte do seu dia comigo, nem se incomodou em perder essas poucas horas longe de mim.
Assim que saí da biblioteca após Alex me prender com assuntos nem um pouco interessas, respirei fundo indo até o portão principal.
— Vamos para casa? — Parei ao reconhecer muito bem aquela voz.
Olhei para trás notando Mike. O menino me esperou até encerrar o estudo só para que pudéssemos ir para casa juntos. Ele estava nitidamente cansado mas mesmo assim, segurou a minha mão e caminhou comigo até a minha casa.
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A Maior Conquista: O Amor
RomanceAtingir uma meta ou um sonho muitas das vezes é uma tarefa bem difícil. Abrir mão de lazeres e das suas próprias vontades para conquistar o tão aguardado objetivo é bem complicado. Mas para Mya essa tarefa não era muito difícil, pois sempre soube ex...