45. Vestido vermelho.

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— Eu não sei porquê concordei em comprar o vestido do baile com vocês. — Eu estava exausta. Passamos mais ou menos em umas vinte lojas, e nada de achar um vestido perfeito. O baile aconteceria na segunda, e a prova seria na terça. Nesses dois dias, não haveria aula, ou seja, os alunos teriam 4 dias de descanso.

E cá estava eu, usufruindo do meu primeiro dia de descanso.

— Por que nada fica bom em mim?! — Olivia se enfureceu a testar o quinquagésimo vestido e não gostar.

— Eu adorei o trigésimo terceiro. — Hilary tentou consolar a amiga.

— Não gostei tanto assim. Fora que esse vestido experimentei na décima segunda loja, que agora fica uma longa distância daqui.

— Eu juro que se tiver que andar mais, eu fico por aqui mesmo. — Declarei, me jogando sobre o sofá no canto da loja.

— Por que você só reclama, hein? Ao invés de reclamar poderia estar vendo um vestido para você! — Olivia argumentou, estressada. — Assim como Hilary já achou o dela.

O vestido de Hilary era perfeito e parece que foi especialmente projetado para ela. Ele possuía um tom rosa pastel e era longo com uma abertura um pouca acima do meio da coxa. O tecido era um cetim brilhoso e possuía apenas uma alça, que era do lado direito. As costas abertas e várias dobrinhas do tecido por todo ele. Era fofo e sensual ao mesmo tempo. Digno de um grande evento. Mas eu nem considerava o baile de boas vindas um "grande evento".

Hilary achou o vestido em uma das primeiras lojas que fomos, e Olivia ainda não achou o dela na décima segunda loja.

— Não estou afim de comprar roupa. E sabe de uma coisa? Eu vou te ajudar porque não aguento mais você reclamando de nada combinar com você. — Me levantei do sofá e comecei a procurar um vestido. Peguei o primeiro que vi e estendi para a menina.

Ele era de um azul fundo do mar majestoso. Da cintura para baixo era de um cetim com duas divisões por conta da abertura do lado do vestido, que chegava até o topo da coxa e a outra parte dobrava por cima. A parte de cima era de um cetim reforçado, e a parte do peito era um corte em V com algumas pedrinhas por todo ele. As mangas eram apenas uma faixa de cetim que cercava o braço um pouco abaixo do ombro. O vestido era bem trabalhado.

— Toma, experimenta. — A vi bufar, mas não ousou reclamar. Ela tomou o vestido de minhas mãos o analisando por completo antes de entrar no trocador e coloca-lo.

— Você acha que ela vai gostar? — Hilary perguntou um pouquinho ansiosa. Nem ela aguentava mais andar. — O vestido é lindo. Se ela não gostar, eu já não sei mais para que loja ir.

— Relaxa, ela vai gostar. — Contei os segundos até que ela saiu com um brilho radiante nos olhos.

— Eu adorei esse vestido! — Hilary me encarou com um sorriso no rosto. Estava feliz de finalmente parar de andar, assim como eu.

Olivia estava linda no vestido. O tom do azul combinou perfeitamente com o seu tom de pele. Realçou a suas curvas e intensificou ainda mais a sua beleza.

— Ficou lindo, Olivia! — Hilary comemorou.

— Graças a Deus, agora podemos ir. — Peguei a minha bolsa e já estava me retirando da loja, até que a colorida me puxou.

— Não, não. Ainda falta você. — Abriu um sorriso aterrorizante. — Senta lá que nós vamos escolher um para você. Vamos, Hilary. Chegou a nossa vez como estilistas.

Passei mais ou menos uns vinte minutos sentadas enquanto elas andavam de um lado para o outro, juntando alguns vestidos no braço.

— Achamos! — A de tranças gritou do outro lado da loja, fazendo com que as pessoas olhassem com uma cara de nojo.

— Não grita! — Briguei, batendo o pé no chão. Ela ignorou o que eu disse e me puxou para o primeiro trocador que viu livre. Colocou o vestido em minhas mãos e fechou o trocador, aguardando do lado de fora.

— Eu achei a sua cara. É formal, delicado e muito lindo! — Ela gritava para que eu ouvisse enquanto eu tentava desvendar de que forma aquele vestido entrava no corpo.

— Se eu conseguir ao menos colocar. — Assim que o coloquei no corpo, dei uma ajeitada e me senti muito pelada ao me ver no espelho. — Pelo amor de Deus o que é isso.

O tecido era de um cetim da cor vermelha. a alça do vestido era uma coisa muito interessante, pois a alça caía sobre o ombro e tinha uma dobra em duas de tecido no decote. Era uma complicação. O corte abria sobre a curva e eu me perguntava do porque os vestido eram tão rasgados na coxa, faltava pano? Nas costas é fechado e nos ombros abertos.

— Você se engana se acha que vou usar isso daqui. — Reclamei assim que ajeitei o meu cabelo. Vendo que a cor dele se destacava muito com o vestido.

— Você vai. Ah se não for! — Ela berrou. — Sai logo para que possamos te ver! — Sem pensar muito, agarrei o vestido para não arrastar no chão e sai.

Elas me encaravam como se eu tivesse me tornado uma pessoa completamente diferente. Como se fosse uma estranha. Tá legal, as vezes eu andava que nem uma desleixada? Sim. Mas isso também é demais. Não ando tão feia assim pra  se espantarem ao me ver em um vestido chique.

— Você está magnífica, Mya! — Olivia levou a mão a boca, emocionada. — Está parecendo uma princesa, meu Deus!

— Está maravilhosa! Adorei. — Foi a vez de Hilary comemorar. — Vamos estar lindas e chiques. Mike vai ficar surpreso ao te ver! — Abriu um sorrisinho malicioso.

Ignorei completamente a última parte do que ela disse e fui pagar o vestido contra a minha vontade. Olivia disse que se eu não usasse ele no dia, ela me "espancaria", essas foram as palavras dela. Segundo elas, eu estava linda demais nele para não usar.

— Vocês conseguiram um par? — Perguntei, assim que nos sentamos na praça de alimentação do shopping. Eu pedi apenas um milk shake enquanto elas esperavam seus pedidos.

— Eu não vou com ninguém. Não tenho tempo para dar atenção, dançar e essas coisas. Vou estar muito ocupada cuidando de cada mínimo detalhe. — Olivia falou, com os olhos vidrados no telefone. Provavelmente resolvendo algo sobre o baile. A bichinha não tem mais tempo para nada além disso.

— Eu esperava que Noah me chamasse, mas era só um sonho mesmo. — Deu de ombros, como se tentasse dizer que não ligava, mas ela ligava sim.

— Vou obriga-lo a te chamar. — Declarei, a fazendo arregalar os olhos.

— Eu te mato se você disser qualquer coisa. — Apontou um palito de dente para mim.

— Nossa, mas hoje vocês estão muito agressivas! — Briguei, ouvindo as risadas.

A Maior Conquista: O AmorOnde histórias criam vida. Descubra agora