53. Aceita namorar comigo?

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Olivia me entregou a chave dos fundos do colégio. Segundo ela, todos os grupos de representantes sabem onde ficam as chaves reservas. Então a ideia de que ela estava lá não era tão absurda assim.

Ela, juntamente com Welker e Noah, foram até os lugares em que Mya mais frequentava, enquanto me deixaram com a missão de olhar a sala de música.

Quando me coloquei de frente ao lugar, meu coração se apertou ao imagina-la chorando mais uma vez no chão daquele lugar.

Como não pensei antes que ela estaria aqui? Esse é o lugar para onde ela mais vai quando está em um momento de crise. Engraçado o lugar que mais a atormentava ser agora um porto seguro para os dias maus.

— Eu sabia que uma hora ou outra você me encontraria. — Assim que abri a porta, escutei uma voz em meio a escuridão. Liguei a luz e lá pude vê-la, sentada ao lado do sofá com os olhos tão vermelhos que era quase impossível notar o azul. Seu nariz estava da mesma cor, mas era interessante ver o quanto ela estava bonita.

Não queria reparar nisso em um momento tão delicado, mas era inevitável. Seu cabelo estava enroladinho e uma parte presa atrás com uma presilha. Ela usava um vestido da cor vermelha que encaixou perfeitamente em seu corpo.

Fechei a porta atrás de mim, e caminhei direção a Mya, ainda em silêncio. Me sentei ao seu lado, permitindo que encostasse sua cabeça em meu ombro.

— Eu sempre vou te encontrar. Isso é certo, não é? — A notei sorrir mas logo em seguida o seu sorriso foi desmanchando.

— Aconteceu uma briga em casa. — Ela engoliu a seco tentando nao voltar a chorar. — Meu pai descobriu de alguma forma que estamos meio que juntos. Ele tinha até uma foto nossa.

Aquilo foi um tremendo baque para mim. Então toda essa briga foi por minha causa? Foi por não ter me aprovado como um possível namorado?

— Ele gritou comigo, com a minha mãe e quando Larry chegou, ainda gritou com ele também. Chegou a dizer que o expulsaria de casa por ele ser "rebelde". — Prendeu os lábios um no outro, lutando para não chorar. — Essa é a família que todos acreditam ser perfeita, até olharem por trás das cortinas da mansão Campbell.

— Eu sinto tanto por você ter que passar por tudo isso. — Eu a puxei mais para mim. — Em pensar que isso é culpa minha por ser tão desleixado com a minha vida e querer namorar a filha de um dos empresários mais renomados do país. — Suspirei e ela ergueu o corpo com um olhar incrédulo.

—Isso não é culpa sua! — Retrucou. — Isso é culpa dele, totalmente dele. Como pode um homem ser tão frio assim? Não ligar nem mesmo para os sentimentos da sua esposa? Minha mãe está casada com ele há tanto tempo e eu nem imagino o que ela já sofreu. As coisas horríveis que já foi obrigada a escutar. Nem imagino o quanto ela teve que se submete. — Agora ela parecia furiosa. Não pela briga do pai com ela, e sim pela mãe. — Minha mãe é linda e adorável mas precisou casar com esse homem podre de coração, tudo porque foi "prometida" a ele.

Observei atentamente uma lágrima que ameaçava cair de seus olhos, a limpei antes mesmo de rolar pelo rosto. Mya me observou e por um instante, toda aquela raiva pareceu sumir de dentro dela.

— Mike. — Chamou a minha atenção. — Você acha que... — Demorou um pouco para dizer. — Você acha que eu sou insignificante ao ponto de merecer não ser amada? — Eu quase não acreditei quando ela me fez essa pergunta. Ele a fez acreditar nisso? Que não era digna do amor? — Será que eu tenho alguma qualidade que faria você ficar? — Eu senti o medo em seus olhos. De repente uma onda de raiva surgiu dentro de mim ao vê-la daquele jeito, tão insegura por conta de palavras que lançaram.

Peguei a pequena caixinha do meu bolso e estendi para a menina, que a encarou por uma grande quantidade de tempo.

— Se você não é digna do amor, como é que eu posso te amar? — Ela continuou encarando a caixinha até entender o que estava acontecendo. Suas mãos foram até a boca e seus olhos encontraram os meus. — Tem um tempinho já que eu queria pedir para que fosse oficialmente minha namorada. E me corta o coração ver que você pensa não ser digna do amor. Mya eu te amo em cada pequeno detalhe seu! Eu amo o quanto você se dedica e se compromete com pessoas que não estão na mesma reciprocidade, mas mesma assim você se dedica a elas, mesmo não merecendo. Eu amo cada vez que você sorri porque parece que eu me derrete um pouco em cada uma das vezes. — Seus lábios se curvaram em um leve sorriso. — Eu amo o quanto você é determinada ao ponto de me empurrar de uma cadeira sem se importar com as consequências. Amo a sua inteligência e a paciência que tem para ensinar quem precisa de ajuda. Sabe cada uma dessas pintinhas que você tem por todo rosto? — Toquei em vários cantos de seu rosto, a fazendo sorrir ainda mais. — Eu amo todas elas. Eu amo você e você é merecedora desse amor. Não só eu te amo como tenho certeza que Olivia, Hilary, Noah e Larry também amam, não é atoa que estão até agora te procurando. — Eu abri a caixinha e tirei aquele pequeno anel de lá.

O anel que meu pai deu a minha mãe ainda quando jovens. No auge do amor deles, antes de todos os problemas começarem a surgir. Eu lembro o quanto ela adorava esse anel, pois não era um simples anel, era o anel que o amor da vida dela a concedeu.

— Se você também me amar, aceita ser a minha gatinha? — Estendi o anel esperando uma reação da menina. — Eu prometo solenemente me dedicar a esse relacionamento. Não quero te ver sofrer por minha causa nem muito menos chorar por mim. Quero ser o motivo dos seus sorrisos, aquele porto seguro que você pode correr assim que algo acontecer. Quero que você confie em mim de olhos fechados. E que possa desfrutar de todo o meu amor. — Eu nunca me senti tão nervoso em toda a minha vida. Essa menina a cada dia me fazia experimentar emoções únicas. — Aceita namorar comigo?

A Maior Conquista: O AmorOnde histórias criam vida. Descubra agora