32. Tá tão na cara assim?

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— Olivia você está indo dormir ou indo para uma festa? — Hilary perguntou assim que a menina saiu do banheiro. As tranças soltas e uma tiara no cabelo, uma camisola preta com algumas bolinhas e uma pantufa nos pés.

— Estou indo fazer o dois. — Ela sorriu debochada e nos chamou para passar os cremes caros e chiques no rosto.

— Isso aqui vai abrir um pouco os poros. — Ela passou um líquido no rosto que eu sentir refrescar.

— O que você está passando? Isso eu não conheço. — Questionei, sentindo o líquido refrescante no rosto.

— Silêncio, me deixa trabalhar.

Assim que colocou uma máscara preta em nosso rosto, caminhamos em direção a sala. A sala estava cheia de cobertores, travesseiros e almofadas espalhadas. Um monte de comida espalhada pela mesa e um filme na tela da televisão.

— Uau, você caprichou. — Me sentei no sofá e escondi meus pés no cobertor.

— Caprichei mesmo. — Sorriu.

— Só errou na escolha do filme. Sério que você escolheu romance?  — Hilary pegou um dos doces e se sentou ao meu lado.

— Esse filme é uma obra de arte. Escolhi ele pois acho que vocês vão adorar.

O nome do filme era "Quando encontrei você". Era uma história sobre um ator famoso e uma violinista, o que se pode esperar disso?

Conforme o filme foi passando, Olivia chorava de emoção enquanto Hilary segurava o choro.

Era o típico romance onde um implicava com o outro e depois se apaixonavam, mas não podiam ficar juntos. Ele por ser ator, estava entre a carreira e o amor. Mas era incrível o quanto cuidava dela.

Assim que o filme acabou, mais da metade das comidas haviam acabado. Elas choravam enquanto e terminava de comer uma barra de chocolate.

— Como você pode ser tão insensível assim? — Olivia me perguntou enquanto eu comia calmamente.

— Eu adorei o filme, só não vejo necessidade disso tudo. — Dei de ombros, vendo o meu celular acender com uma notificação.

Número desconhecido: oi gatinha, como se sente sabendo que pode me chamar a qualquer momento agora?

Estava prestes a desbloquear meu celular para responder quando Olivia puxou com tudo da minha mão.

— Proibido o uso de telefone em festa do pijama, estará liberado amanhã pela manhã. — Ela colocou o celular na bancada, e voltou a sentar na poltrona.

— Me deixa responder, Olivia. — Ameacei levantar, mas ela me puxou, com um olhar de reprovação.

— É importante? — Arqueou a sobrancelha.

— Talvez.

— E quem é? 

Bufei, me dando por vencida.

 — É o Mike. Mas tudo bem, eu posso responder amanhã. — Olivia deu um pulo da poltrona e correu em direção a bancada. Hilary se colocou de pé e foi atrás da menina com um sorriso no rosto. A de trança ligou o meu celular e viu a notificação. Mas ela abriu um sorriso tão largo, que eu teria medo se encontrasse algo assim pela madrugada.

— Ele te chamou de gatinha!! — Olivia comemorou.

— Bom, isso é normal entre a gente. — Dei de ombros, vendo o olhar de indignação delas.

— Como assim isso é normal? — Hilary questionou. — Acho que precisamos ter uma conversinha dona Mya.

— Eu também acho, né linda?

— Acho que agora precisamos de um papo de garotas. — Ela colocou o celular de volta no balcão e correu para se sentar. — Mike pode esperar até amanhã. Agora os assuntos que vamos tratar são de maior importância.

— Vai Hilary, comece falando quem é a pessoa que você citou gostar na roda. — Cruzei as pernas, colocando uma almofada entre elas. Por mais que eu soubesse exatamente quem era, ouvir da boca dela seria ótimo.

— Como se você já não soubesse. — Olivia revirou os olhos com um sorriso no rosto.

— Não precisa ser muito inteligente pra notar o clima entre os dois. — Dei de ombros, enquanto via o rosto de Hilary aos poucos corando.

— Tá tão na cara assim? — Ela cobriu o rosto com as mãos, se afundando devagarzinho no sofá. Não entendia o porquê de tanto constrangimento já que o assunto estava só entre a gente.

— Está. — Afirmamos juntas, começando a rir logo em seguida.

— Bom, mas pra ser bem sincera, não acho que ele me veja como algo além de amiga. Se é que ele me considera uma amiga.  — A colorida se afundou um pouco mais no sofá, respirando fundo.

— Mas isso você só vai saber se for sincera sobre os seus sentimentos,  não é mesmo? — A questionei enquanto Olivia balançava a cabeça em concordância, comendo algumas sobras de doces da mesa.

— Mas o que fazer quando nem eu mesma tenho certeza dos meus sentimentos?

— Como você não tem certeza do que sente?  — Olivia fez uma careta, a julgando. — É simples. Ele te faz bem? Te faz sorrir até nos momentos complicados? A presença dele te causa algo diferenciado? Como por exemplo um calor fora do normal, um frio detestável na barriga e talvez uns calafrios? — A de pele escura indagou.

— Você está descrevendo uma dor de barriga? — A colorida arqueou uma das sobrancelhas, nos fazendo cair na gargalhada.

Por mais que eu estivesse rindo, aquilo me deixou bastante pensativa. Todos os sintomas da "dor de barriga" eu sentia quando Mike estava por perto. Ultimamente ele tem sido a causa principal dos meus sorrisos, estava por perto nos momentos mais difíceis, e a presença dele me causava algo tão único que é quase impossível colocar em palavras.

Olivia fez uma lista sobre os sintomas da paixão, obrigando a Hilary dizer cada um dos sintomas que ela tinha. Ela riscava com verde os que ela afirmava ter e riscava com vermelho os que ela dizia não ter.

— Como assim "você sente vontade de desmaiar perto dele"? O que é isso gente? Alguma doença grave? — Hilary arregalou os olhos ao ler aquilo.

— Imagina só. — Comecei a rir. — "Oi fulana, tudo bem com você?"

— "Ah não, perai que estou com vontade de desmaiar." — Hilary forçou uma voz bem fina, nos fazendo rir ainda mais.

— E você, Mya? Não vai responder as perguntas? — Observei enquanto as duas garotas me encaravam com um sorriso perverso. 

A Maior Conquista: O AmorOnde histórias criam vida. Descubra agora