52. Pensa, Mike. Onde Mya está?

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Narrado por Mike:

Eu estava a mais ou menos uma hora e meia esperando na frente da porta do colégio. O que aconteceu para ela não vir? Será que não queria fazer par comigo e por conta disso decidiu não vir?

Já estava perdendo as esperanças e cansado das garotas que vinham até mim perguntando se eu estava sozinho. Muitas estava sem par e desesperadas em busca de alguém, não só elas como também muitos dos meninos. Estava prestes a entrar quando ouvi o meu celular tocar.

Peguei rapidamente desejando com todas as forças que fosse ela. Eu esperava atender e ouvir sua voz dizendo que houve um imprevisto, e que sentia muito por isso.

Mas não era ela. Um número desconhecido me ligava. Rejeitei sentindo o meu coração apertado.

Será mesmo que ela desistiu de mim?

O celular tocou mais uma vez, o mesmo número apareceu na tela. Atendi, acreditando que era um engano ou coisa parecida.

Mike? Posso falar com Mike? — Uma voz masculina falou do outro lado da linha. A pessoa do outro lado parecia desesperada pois sua voz passava isso.

— Sou eu mesmo. Posso saber quem fala? — Perguntei, o ouvindo soltar um suspiro de alívio.

— Graças a Deus consegui o seu número! — Ele falou aquilo da forma mais natural possível, me fazer arquear uma das sobrancelhas.

— Irmão, me desculpa mas eu tenho uma namorada. — Declarei.

Ah não, calma. Eu não estou interessado não. Não sou nenhum dos seus admiradores. — Eu tenho quase certeza que ele falou aquilo ironicamente. —  Sou irmão de Mya. Prazer, Larry. — Agora eu quem me sentia mal em saber que ele não era um dos meus admiradores.

— Ah, me desculpe. Eu achei que... — Ele me interrompeu com uma risada.

Não tem problema. Sei do seu histórico e imagino que seja bem requisitado. — Ele riu mais um pouco. — Preciso saber de uma coisa, minha irmã está com você? — Sua voz de repente ficou séria. E ouvindo aquilo, um arrepio percorreu o meu corpo. Mya não estava comigo.

— O que aconteceu? — Perguntei, já enfiando a caixinha com o pequeno anel no bolso e olhando para todos os lados em busca dela.

Ela não está com você né? Meu Deus, e agora? — Ele perguntava mais para si mesmo do que para mim. — Você por acaso sabe se ela está com uma das amigas?

— Estou desde as seis horas esperando ela aqui nos portões da escola. Ela não apareceu. — Ele suspirou. — O que aconteceu, Larry?

— Uma... briga aqui em casa. — Demorou alguns segundos para responder. — Ela saiu correndo estava muito desestabilizada. Me ajuda a encontrá-la Mike, por favor. — Ele não precisou dizer mais nada.

Desliguei o telefone e corri para avisar os outros. O problema é que eu não tinha ideia de onde ela poderia estar. Mya não saía muito de casa, então era difícil saber um lugar que ela se esconderia para chorar, além da própria casa.

— Mike? Por que está correndo desse jeito? — Olivia me avistou e eu quase não a reconheci com as novas tranças.  Era difícil acostumar.

— Você por acaso viu a Mya por aqui? — Tentei puxar um pouco de ar.

— Eu achei que ela já estava com você, não a vi a festa inteira. — Seu olhar de repente se encheu de preocupação. — Tem algo de errado com ela?

— Não se preocupe, eu vou resolver. Você precisa ficar de frente à festa e garantir que nada vai fugir do controle. — Toquei em seu ombro tentando tramitir pelo menos um pouco de confiança.

— Mike, quem liga para o baile? O que aconteceu com a Mya? — Ela agarrou o meu pulso, me obrigando a falar.

— Mya saiu de casa tem quase duas horas. — Olivia deixou sua prancheta cair no chão, levando a mão até a boca.

— Meu Deus, Mike... E como ela ainda não chegou aqui? Sua casa fica uns vinte minutos longe daqui. — Agora sua mão estava na cabeça. Ela andava de um lado para o outro tentando pensar em uma solução.

— Larry ligou perguntando se ela estava comigo. Parecia desesperado. Se ele ligou para mim, é porque provavelmente ela não está com o celular. — Suspirei. — Você sabe de alguns lugares que ela costuma ir? Eu vou procura-la.

— Eu vou com você. — Ela pegou a prancheta do chão e entregou para uma garota loirinha que estava próxima ajudando com a organização. Falou algumas coisas para ela e voltou até mim. A menina arrancou os saltos e parecia procurar alguém no meio de toda aquela gente. — Vem, vamos atrás do Williams e da Hilary. — Puxou o meu braço como uma mãe mandona.

— Precisamos ir logo atrás dela Olivia, não temos tempo! — Briguei com a garota que mantinha o seu semblante calmo.

— Existem três possíveis lugares que Mya pode estar. — Ela ergueu três dos dedos dela e me encarou. — A praia próxima de sua casa, porque é um lugar muito calmo a noite. Ela costuma ir para ler, talvez ache bom para espairecer se não estiver bem. — Anotei aquela informação em minha mente. — Pode estar na cafeteria bonitinha que fica na primeira rua depois da escola. Já fomos lá muitas vezes para estudar e uma vez ela me disse que o ar de lá era bom. — Fiquei impressionado com a memória da menina. Mas até eu anotaria todas as informações sobre Mya, ouvi-la falar era como uma bela melodia para os meus ouvidos. — E por último, a biblioteca da escola. Mya adora aquele lugar, e adora mais ainda a bibliotecária. Mas podemos descartar esse lugar já que a biblioteca está fechada. — Fiquei me perguntando para onde ela me carregava enquanto falava. — Sendo assim, precisamos daqueles dois para achar Mya. Não posso procurar em uma praia gigante sozinha. — Eu apenas assenti com a cabeça tentando não pensar no pior.

Será que ela está bem?

Para onde você foi, meu amor?

— Que droga! — Eu sentia uma tremenda raiva por não estar com ela nesse momento. E se agora ela precisasse de mim mais do que nunca? E se precisasse de alguém para reclamar e chorar da sua maneira descontrolada? Com quem ela faria tudo isso se eu não estava lá?

Pensa, Mike. Onde Mya está?

— Sala de música. — Soltei de repente, deixando Olivia confusa. — Ela está na sala de música!

A Maior Conquista: O AmorOnde histórias criam vida. Descubra agora