72. A maior conquista: o amor.

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What would I do without your smart mouth?
Drawing me in and you kicking me out
Got my head spinning, no kidding
I can't pin you down. — Ele estava mesmo cantando para mim. Mike estava lutando por mim quando eu nem fiz questão de atender a sua ligação.

Eu achei que não me queria mais, que estava tão magoado com o meu surto que jamais me olharia com aquele brilho todo de novo. Mas agora ele estava ali, me olhando com toda aquela intensidade, me desejando de novo, cantando para que eu o desejasse de novo.

What's going on in that beautiful mind?
I'm on your magical mystery ride
And I'm so dizzy, don't know what hit me
But I'll be alright
My head's under water
But I'm breathing fine
You're crazy and I'm out of my mind. — O menino fez um careta e sorriu com os olhos fechados, o sorriso não foi para mim, mas ainda sim eu o provocava.

— Vai lá. — Larry sussurrou em meu ouvido.

— Você tá ficando maluco?! — Arregalei os olhos.

— Eu não, mas ele tá maluquinho por você. — Sorriu de canto, me fazendo dar um tapa em seu ombro. — Aí! Vai logo! — Me empurrou da cadeira, me fazendo levantar.

Cause all of me
Loves all of you
Love your curves and all your edges
All your perfect imperfections. — Mike sorriu ao me ver caminhando até o palco. Eu acho que só precisava daquele empurrão para tomar uma atitude. Irmãos sempre sabem. — Give your all to me
I'll give my all to you
You're my end and my beginning
Even when I lose, I'm winning
'Cause I give you all of me
And you give me all of you, oh-oh. — A plateia inteira começou a cantar juntamente com ele.

Quando subi no palco, ele tomou o microfone pela mão e parou de tocar, caminhou lentamente em minha direção.

— 'Cause I give you all of me
And you give me all of you, oh-oh. — Cantou a última parte sem a melodia, apenas a letra. Mike se aproximou aos poucos de mim e pegou um das minhas mãos. — Eu te amo muito. — Afastou o microfone ao dizer aquilo. O menino engoliu a seco antes de voltar a falar. — Por favor... você pode me perdoar por ser um bobão irresponsável que não ligou nem um pouco para os seu sentimentos? Esse é o meu pedido. Quero que o meu desejo seja esse, que volte para mim. — Eu sentia um de seus dedos acariciando a minha mão.

Eu sorri. Era como se minha ficha tivesse caído ali. Olhei para a plateia e todos pareciam ansiosos para o que eu diria. Todos pareciam torcer por nós. Observei os meus pais, imaginei que meu pai estaria bravo e tão irritado que nem um Godzilla conseguiria segura-lo. Mas não, ele observava atentamente. Minha mãe estava emocionada e chorava rios de lágrimas. Acho que era dessa pequena aprovação que eu precisava para seguir em frente.

Apertei a mão de Mike e voltei meus olhos para ele, com um sorriso radiante nos lábios. Senti algumas lágrimas escorrendo pelo o meu rosto e percebi o alívio que aquilo estava sendo. Não precisava mais ter medo de perde-lo, ele não iria a lugar nenhum se não fosse comigo. Eu não iria a lugar algum se não fosse com ele.

— Sabe Mike. — Esfreguei os olhos e prossegui. — Em toda a minha vida eu fiz planos. Eu fiz metas e conquistas que desejava atingir. E sempre foi assim, toda a minha vida sempre foi planejada. E ao ganhar uma delas, eu tive a total certeza que sem você não é tão legal assim atingir um objetivo. — Soltei uma risada ao me lembrar da premiação que sempre quis e quando consegui, não foi como eu imaginava. — Você surgiu do nada, não foi um plano. Eu não desejava, nao planejava, não era um objetivo e eu nem sequer queria. — A plateia começou a rir e ele também. — Mas agora que você surgiu, eu não quero a minha vida sem você. Você é a parte que faltava. — Sorri, tocando o seu rosto. — Eu tinha tantas e tantas conquista para ganhar. Tinha tantas metas para atingir que ganhei justamente a que jamais imaginaria conseguir. A maior meta de todas, o maior objetivo da vida, aquilo que todos almejam e desejam... — Dei uma pausa longa. — A maior conquista: o amor. — Passei os dedos embaixo dos olhos, limpando as lágrimas. — Me perdoa por ter dito coisas terríveis das quais não eram verdades e por ter te afastado por algo tão fútil. Você com certeza, foi a melhor conquista da minha vida.

Mike sorriu e como se aquela fosse a permissão necessária, uniu os meus lábios com o dele. Em um beijo de saudade, um beijo de alívio, um beijo de felicidade. Porque agora, ambas as partes estão juntas. Como Platão disse. Agora há uma unidade.

Era possível se ouvir vários e vários gritos do auditório. Todos pareciam eufóricos com aquela apresentação.

— Eu tenho tantas coisas para te contar. — Falei ao encerrar o beijo. — Como eu senti a sua falta.

— Agora temos todo tempo do mundo! — Ele agarrou a minha cintura e me levou para o alto, me girando pelo palco do auditório.

Eu observei as pessoas aplaudindo e gritando como loucos. Todos eram loucos quando o assunto era amor. Algumas meninas choravam enquanto batiam palmas, emocionadas. Aquilo me fez rir.

Eu me sentia leve, feliz e em paz. Só a presença de Mike podia me proporcionar aquilo. Obrigada amor, por finalmente me fazer sentir completa.

(...)

— FINALMENTE! — Hilary comemorou pulando envolta de nós dois.

— Agora sou a única solteirona no grupo. — Olivia levantou um dos braços e fez uma comemoração meio triste, o que nos fez gargalhar.

— Não fica triste. — Abracei a menina de lado. — Um dia aparece alguém legal, viu.

— Temos que comemorar! — Hilary sugeriu.

— E aquela pizzaria, Mike? Dessa vez vai? — Noah perguntou, animado.

— Agora vai! — Rimos.

Meus pais saíram do auditório. Observei eles caminhando para a saída. Pareciam discutir um com o outro. Quando o meu pai se exaltou mais que o normal, por algo que minha mãe disse, pensei em ir. Mas ele logo se controlou e a mulher se mantinha firme em sua postura. Apontou o dedo na cara dele e depois seu dedo voltou para nós, falando mais algumas coisas impossíveis de escutar.

— Eles estão brigando por vocês dois. — Larry surgiu no meio de Mike e eu. — Papai disse que vai manda-lo para o outro lado do mundo e destruir seu relacionamento. — Prendi a respiração. — Mamãe te defendeu. — Encarei Larry, surpresa. — Disse que se ele ousar interromper isso, ela entra com o divórcio e toma metade dos bens da empresa. — Larry sorriu. — E ela facilmente ganharia já que praticamente carrega a empresa nas costas por anos.

— Meu Deus... nossa mãe também se libertou das mãos dele. — Larry sorriu ainda mais. Nós estávamos mais felizes por ela, do que por nós mesmos.

A Maior Conquista: O AmorOnde histórias criam vida. Descubra agora