68. Você tem outras opções?

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Narrado por Mike.

Oi, eu não sei se pode me ouvir mas sinto tanto a necessidade de falar com a senhora. Mãe, eu falhei. Mas não foi uma falha boba que pode ser consertada facilmente. Eu falhei e isso magoou alguém, alguém que eu amo intensamente. E eu não tenho ideia do que posso fazer. Eu sinto a falta dela e não tenho mais tanta certeza se ela sente a minha. Eu a amo mas sei que talvez não sinta mais o mesmo por mim. Meu coração arde por ela mas o seu nem sequer bate por mim. Eu a desejo incessantemente mas talvez seus desejos sejam outros agora. O que posso fazer? A quem eu quero enganar dizendo que ela sabe o que faz? Que vou ficar bem com, ou sem ela. Eu não quero ficar bem sem ela... Eu a quero em minha vida. Mas como vou traze-la de volta? A senhora tem alguma dica? E bom, buquê de flores não resolve nada nesse momento.

Era domingo, eu estava deitado no sofá da sala com um único pensamento em mente: o que posso fazer para que me perdoe?

Eu escrevia mais uma daquelas cartas para minha mãe. Cartas em que eu depositava todos os meus sentimentos e depois guardava dentro de um caixinha lá dentro de sua sala.

Escrevia pois os meus sentimentos eram maiores do que eu podia suportar. Estava cansado de ficar o dia inteiro pelos cantos deprimido por conta do que aconteceu, então escrever era a melhor solução.

— Você vai ficar aí jogado nesse sofá o dia inteiro? Esse é o seu plano? — Meu pai surgiu na sala, se sentando ao meu lado no sofá.

— Em um universo paralelo eu estaria com a minha namorada enrolado em um edredom, comendo uma pizza e assistindo um filme romântico patético. Mas como é esse universo em que eu me encontro, estou aqui sentando no sofá, escrevendo para minha mãe e desejando que um milagre venha sobre a minha vida. — Declarei, deitando minha cabeça no sofá, desolado.

— Mas como é esse o universo em que você se encontra, você vai sair com seu amigo Noah, esquecer um pouco dos seus problemas ou resolve-los de uma vez por todas, certo? — Meu pai declarou, e em seguida, a campainha tocou, o que o fez sorrir. — Noah chegou.

— O quê? — Levantei brutalmente. — Eu não chamei Noah! Não quero ver ninguém hoje. Ah não ser, quem sabe, ela. — Meu pai revirou os olhos como se eu fosse um trouxa de coração partido. Aqueles que você não sabe se sente pena ou rir.

O homem foi em direção a porta e abriu, revelando um Noah tão arrumado que eu cheguei a estranhar.

— Bem-vindo! Obrigada por vir socorrer o meu filho e tira-lo desse fundo de poço. — Declarou, me fazendo encara-lo, incrédulo.

— Quando o senhor me contou, eu quase não acreditei que ele estava nesse estado crítico. — Balançou a cabeça para os lados. — Nunca imaginei que uma mulher faria isso com ele. — Peguei uma das almofadas do sofá e mirei no garoto. Arremessando bem no seu cabelinho arrumadinho. — Mike! Meu cabelo! Estou indo para um encontro com Hilary depois de te socorrer!

Mimimi — Fiz uma careta. — Você vai sair com sua namorada quando seu amigo precisa de ajuda? É sério?

— Sim. — Se sentou ao meu lado no sofá. — E fique satisfeito porque ainda passei aqui primeiro.

— Eu odeio você as vezes. — Dei uma risada.

— Vai voltar a me amar quando eu te ajudar a reconquistar, Mya. — Sua boca se curvou em um sorriso.

— Não sei se quero reconquista-la. — Ergueu uma sobrancelha. — Não, eu realmente a quero de volta, mas sou bom o suficiente para ela?

— É claro que é! O que eu já te disse? Você Mike Lewis parceiro! Todas te querem mas você só quer uma! E terá sua gatinha de novo.

(...)

O sol se pôs e as estrelas surgiram. A noite chegou.

Noah foi embora depois de algumas horas, alegando que tinha um encontro marcado com sua namorada. O tempo que ele ficou aqui, falou sobre suas ideias que passou a noite planejando para eu reconquistar Mya. Todas eram péssimas.

Uma delas até envolvia um barco. Sim, UM BARCO.

Então descartei todas elas.

Decidi então que o melhor era esquecer. Ela não queria falar comigo. Não me queria mais.

— Por que não canta? — Meu pai falou de repente, me dando um baita de um susto.

— Quê? — Levei a mão ao peito. Estava tão preso em meus pensamentos que nem notei a sua presença.

— Por que não canta? — Repetiu. — Uma vez, quando sua mãe estava muito brava comigo, eu cantei. Ela estava muito furiosa porque fui ignorante na frente de todo mundo. Então cantei uma música para que me perdoasse. Lembro-me até hoje.

— Você acha que ela vai me querer de volta porque cantei uma música? — Balancei a cabeça negativamente, desaprovando aquela ideia.

— Você tem outras opções? — Retrucou. — Acho que não, né? Ah não ser que queira perde-la.

O homem foi em direção ao seu quarto, me deixando ali com os meus pensamentos. Eu devia tentar, não é mesmo? Deixaria ela ir assim? Embora? Sem nem ao menos tentar?

Deixaria o amor da minha vida ir embora e não faria nada para que ela desejasse ficar? A única coisa que fiz foi ligar uma vez para ela e eu achava mesmo que aquilo foi muito?

Peguei o meu celular e liguei para Olivia, que atendeu depois de umas cinco vezes chamando.

— Olivia, quero participar do festival das artes. Na parte da música, por favor.

A Maior Conquista: O AmorOnde histórias criam vida. Descubra agora