Soraya Thronicke
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*Eu ainda estava admirada com o presente que Simone me deu há uma semana atrás, o dia que almoçamos pela primeira vez juntas, queria poder levar lá pra fora, mas não posso, meus pais vão querer saber de quem eu ganhei, e vão pirar se eu disser de quem foi, sinto que estou decepcionando eles desde já, mesmo sem eles saberem ao certo.
_Soraya, minha filha_ ouvi mamãe me chamar, e mexer na maçaneta da porta do meu quarto.
_Me aguarde um instante, mamãe, já... já vou sair_ com cuidado, coloquei meu telescópio em baixo da cama de novo.
Girei a chave da porta e logo abri a mesma, mamãe me olhou desconfiada, semicerrando seus lindos olhos, lhe dei um sorriso amarelo, e ela entrou, olhando ao redor, como se tivesse procurando algo.
_O que está escondendo da sua mãe?_ perguntou ao se virar pra mim.
_Não estou escondendo nada, mamãe_ ela sentou na cama.
_Está assim há alguns dias, o que há escondido no seu quarto?_
_Não há nada, mamãe, é sério_
_Nada mesmo?_
_Nada mãe, eu tava experimentando uma roupa nova, por isso tranquei a porta_
_Roupa nova?_
_Sim mamãe, aquela que eu disse que comprei ontem_ saí do quarto, indo para a cozinha.
Ouvi seus passos, peguei um copo e enchi de água, me sentei e ela sentou de frente pra mim, seu semblante era outro agora, minha mãe parecia triste.
_E a senhora? por quê está triste?_ tomei um gole da água.
_Não se preocupe, filha_ ela passou a mão sobre a minha.
_A senhora sabe que pode contar comigo, não sabe, mamãe?_ carinhei sua mão.
_Eu não quero que se preocupe, você precisa estudar, filha_
_Se precisar, eu posso deixar a faculdade de lado e arrumar um emprego, ou posso também conciliar os..._
_Não, isso jamais minha filha, uma oportunidade como essa você não terá outra vez, não, isso não_
_Me fale o que está acontecendo, mamãe_
_O seu pai... ele pegou todo o dinheiro que eu juntei para pagar o aluguel desse mês, e já fui cobrada hoje mais cedo_ raiva e tristeza tomou conta de mim.
Como o meu pai pode fazer uma coisa dessa? Ele nem trabalha, não ajuda em nada, vive bebendo, quando não tá na rua enchendo a cara, passa o dia dormindo de ressaca.
_Ele está no bar agora?_ perguntei.
_Eu acho, filha... eu preciso ir tomar um banho agora, para a gente ir_ ela se levantou.
Iria ter culto hoje à noite, é raro, na maioria das vezes é sempre de dia, o pessoal da igreja vive com medo de acontecer algum confronto de novo, mas hoje resolveram mudar.
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O preço de um amor bandido
FanfictionQual preço podemos pagar diante de nossas escolhas?...