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Simone Tebet
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_Logo, logo vamos sair pra passear meu amor, eu, você e sua mãe_ gabizinha abriu os olhinhos.

Eu falava tudo baixinho, porque estávamos na varanda do nosso quarto, e a Sol ainda dormia, não queria acordá-la, essa madrugada foi agitada, nossa menina tava muito manhosa, e eu, bom, infelizmente estava no hotel, de um, fui para o outro, parece que resolveram arrumar problema em cada um deles, e quando cheguei, encontrei Soraya ainda acordada, tinha conseguido colocar nossa filha pra dormir à alguns minutos antes de eu chegar.

_Você é tão linda, sabia, filha? seus avós estariam muito felizes se tivessem a oportunidade de conhecer você_ comentei, com pesar na voz.

Encostei a cabeça na parede, fazia um carinho na barriguinha dela, por cima da roupinha de dormir que ela tava usando ainda, estávamos pegando o sol da manhã, eu e Soraya combinamos, quem acordasse primeiro levaria ela pra varanda, para tomar sol.

Virei minha cabeça, olhei pelas frestas da cortina branca de seda, a minha outra pequena continuava deitada, com o lençol cobrindo da sua cintura pra baixo, deixando sua costa nua à mostra, resultado do nosso momento quente que tivemos depois que cheguei, que foi incrível, como sempre.

_Em breve vamos te dar um irmãozinho, acho que quando você tiver dois anos_ sorri atoa.

Imaginei a cena, dois frutinho nosso, correndo por aqui, fazendo bagunça, sorrindo, gritando, um sonho pra mim, que já começou a se realizar, temos a gabizinha, fruto feito com a mulher que eu tanto amo, e sempre amarei.

_Você é o meu raio de sol... minha única luz de sol... você me faz feliz... quando os céus estão cinzas..._ cantei baixinho a tradução da música que Soraya cantou pra mim.

Meu celular vibrava na mesinha à minha frente, era Lula, atendi e conversei baixo, agora Gabi dormia no meu colo, e pra minha infelicidade, já era problema pra resolver, quis chamar tanto nome, mas me contive, minha filha tava aqui, jamais faria isso na sua frente.

_O.k Lula... , bom, certo, eu indo_ invadiram o hotel que tô reformando.

Bufei, levantei com cuidado, fechei as janelas devagar, puxei as cortinas, deixando o quarto escuro de novo, afastei os lados do mosquiteiro e coloquei minha menina deitadinha, arrumei as almofadas ao redor, e a embrulhei.

_Perdoa a mamãe por isso, prometo compensar um dia toda essa ausência na vida de vocês duas, eu amo vocês_ sussurrei.

Andei até a cama na ponta do pé, coloquei um joelho apoiado na cama, Soraya estava de bruços, beijei sua costa, afastei o cabelo de seu rosto, ela tava com a cabeça virada na direção do berço, deixei um beijo em seu rosto também, ela nem se mexeu.

Eu já tinha tomado um banho bem cedinho, então só tirei a calça moletom e coloquei uma social, troquei o top pelo sutiã, e vesti uma blusa de botões amarela, calcei um conturno preto, soltei o cabelo, terminei de me arrumar, só fui escovar os dentes.

_Que merda, será outro problema de novo pra mim resolver?_ falei para o nada, lavei minha boca ao terminar.

Saí do banheiro rápido, alguém tocava a campainha, não queria que essa barulheira apressada da pessoa do lado de fora acordasse a minha filha e esposa, olhei pelo olho mágico, para minha surpresa, a qual me causou estranheza, era a Silvia, a mulher que contratei para trabalhar aqui, seria uma ajuda pra Sol, ela já tava aqui há uma semana.

O preço de um amor bandidoOnde histórias criam vida. Descubra agora