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Simone Tebet
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_Amor, está começando, venha_ ouvi ela me chamar.

Apressei a minha ligação, e antes de encerrar, pedi à Richard, que estava cuidando de várias coisas pra mim agora, para não me ligar mais essa noite, meu tempo com Soraya e minhas filhas voltaram a ficar curtos novamente, veja só, hoje só fui chegar com a noite já chegando.

Me sinto péssima por isso, como sempre digo, elas precisam de mim, sentem minha falta, assim como sinto falta delas, preciso ser e estar presente, ou se não, quando vê, ao chegar em casa, minhas filhas já tão indo pra faculdade.

Quero acompanhar esse crescimento, e por isso que eu tô tentando agilizar tudo isso, até Lula virá aqui outra vez, para me ajudar com essas coisas, e pouco a pouco, mesmo sem dizer muita coisa, a Sol tá sabendo que há algo acontecendo, ela sofre com isso.

_Ei amor, começou, fiz pipoca_ apareceu na porta do escritório.

_ estava indo, amor..._ sussurrei. _Ok, bom, sim, ótimo, até_ enfim terminei a ligação.

_Estou sendo muito invasiva em seus negócios, não é?_ perguntou.

_Não amor, eu tava terminando... o que conversamos?_ me aproximei dela.

Levei as mãos para cada lado do seu lindo rosto, beijei sua testa, pontinha do nariz, bochecha, queixo e toquei seus lábios, iniciando um beijo lento e gostoso.

Com cuidado e sem pressa, fui adentrando minha língua em sua boca, toquei a sua, senti ela suspirar com isso, ao finalizar com três selinhos, lhe abracei.

Fico mais quebrada ainda por dentro quando vejo Soraya se culpando, por isso, ela já teve uma crise forte, na minha frente, meu coração ficou em pedacinhos por isso.

_Eu te amo, meu Sol_ adentrei minha mão em seu cabelo.

_Eu te amo, Si_ lhe olhei.

_Agora vamos lá, o filme está nos esperando, hum? vamos_ segurei sua mão.

Ela veio toda animada para a sala, na tv, podíamos ver a cena que já estava o filme, ainda era na loja de departamentos, no comecinho ainda, me sentei, na parte do sofá que é como cama, puxei Soraya pro meu colo.

_Olha como Therese fica toda boba_ comentei.

_Igual eu ficava quando via você_ ela disse naturalmente.

_Uma revelação, isso mesmo?_ notei ela corar.

_É, eu ficava assim, como Therese, quando te via na comunidade_ disse de novo.

Busquei por essas lembranças, uma das boas coisas que carrego comigo lá do Brasil, de quando conheci ela, mesmo quando ainda tinha cinco aninhos, como isso é impressionante, vi essa mulher em meu colo crescer, e hoje ela é minha esposa e mãe das minhas filhas.

_Sabia que quando tinha confronto , eu rezava baixinho para nada te acontecer?_ voltou a falar.

_E eu rezava para que você não tivesse algum tipo de crise por isso_ disse à ela uma verdade.

O preço de um amor bandidoOnde histórias criam vida. Descubra agora