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Simone Tebet
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Eu passeava com a minha mão esquerda sobre a coxa de Soraya, ela estava de costa pra mim, passei por seu braço, afastei o cabelo do seu rosto, e deixei um beijo no seu ombro, a noite de ontem não sai da minha mente, Soraya entregou sua pureza à mim, foi somente comigo que fez tudo.

Preciso encontrar uma maneira de poder lhe levar embora dessa casa, para podermos então viver juntas, não posso deixar que ela continue aqui nesse lugar, onde o pai acredita em qualquer fofoca e enche a filha de surra, e com uma mãe que vê tudo isso e não faz nada para ajudar a própria filha.

Afastei o lençol de cima de mim, fechei as janelas, ontem acabei abrindo, estava muito calor aqui dentro, e então acabou ficando aberta quando eu peguei no sono também, saí com cuidado da cama, rodeei até o outro lado, deixei outro beijo, na sua testa agora, e andei até a cozinha.

_Janja... preciso de você_ falei quando ela atendeu a ligação.

_ me estranhando Simone, não gosto dessa fruta não_ suas palhaçadas começaram cedo.

_Sua boba, vou mandar uma lista pra você, e não demore, tenho pressa_ desliguei.

Entrei na conversa com Janja, digitei algumas coisas que eu queria que ela comprasse, iria preparar um café da manhã especial pra minha pequena, e por último, pedi pra Janja não fazer muito barulho com a moto.

Aproveitei para fazer logo o café, caramba, não iria ter nada pra Soraya comer se fosse pra faculdade hoje, é bem provável que ela não vá, sei que suas pernas estão doloridas, mas eu também já dei um jeitinho nessa situação.

Falei com Lula assim que eu acordei, já estava acordada desde às cinco da manhã, agora são seis e um, desliguei o despertador dela, pedi pra Lula fazer um pequeno serviço na faculdade, assim eu não mato ninguém.

Soraya me contou das gracinhas que aquelas alunas estavam fazendo com ela, e conhecendo bem esse tipo de gente, iriam começar uma implicância com a minha Sol, quando ela fosse pra lá, tenho certeza.

Escutei um barulho de moto ainda longe, imaginei que era Janja, abri a porta com cuidado, andei até o pequeno portão, e peguei das mãos de Janja todas as sacolas que ela trouxe, como pedi.

_Café da manhã pra sua pequena?_

_Sim, é uma das várias coisas que ela merece nessa vida, Janja_

_ arriada os quatro pneus hein?_

_Estou mesmo e não nego, agora vai ali falar pra aquela senhora ficar calada_ apontei para a mulher da casa mais à frente.

Janja foi toda contente, adoro dar alguns sustos nas pessoas, espero que ela entenda o recado, não quero eu mesma fazer isso, e mandar mais uma para os quinto dos infernos.

Entrei e fechei a porta, passei pelo quarto de Soraya, ela tava encolhidinha na cama, fui pra cozinha, deixei as coisas sobre a mesa, e continuei preparando seu café.

Queria poder ficar o dia todo com ela aqui, a noite eu poderia lhe levar para o hotel, mas não terá como, já tenho alguns problemas para resolver logo mais.

_Pão, suco, iogurte, uva..._ fui falando tudo o que eu tinha colocado na bandeja.

Peguei em minhas mãos, fui andando até o quarto de novo, deixei sobre uma cadeira, e me sentei ao seu lado, passei a mão em sua testa, ela parecia estar febril, logo mandei mensagem pra Janja de novo, para trazer alguns remédios aqui, podia ser um resfriado.

O preço de um amor bandidoOnde histórias criam vida. Descubra agora