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Soraya Thronicke
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_Sol... ei, acordou amor_ abri de vez os olhos.

Vi Simone sentada ao meu lado, segurando a minha mão, fazendo um carinho, escutei um chorinho de bebê, rapidamente olhei para o outro sofá, mas era Janja ali com o Henrique no colo, comecei a chorar.

_Soraya, estamos aqui, vamos conseguir encontrar a abelinha_ Janja falou.

_Eu quero a minha filha, amor, eu preciso encontrá-la, ela precisa..._ fui me levantar.

Senti tudo girar, Simone que me segurou para eu não cair, me fez sentar novamente no sofá, Lula trouxe um copo de água pra mim, me entregou, e Simone me fez tomar.

_Você acabou de acordar de um desmaio, amor, não faz isso_ passou a mão na minha costa.

_Não souberam de nada ainda?_ perguntei.

_Até agora, infelizmente não_ falou calma.

A calmaria de Simone me assustava, mas sei que por dentro ela tava surtando, imaginando mil e uma forma de matar a pessoa que levou nossa filha, aproveitou que eu ainda dormia, me sentia muito cansada pela madrugada agitada que tive com a gabizinha, e depois do momento a sós que eu e Simone tivemos.

_Você não ouviu nada?_ olhei pra Simone.

_Nada, Simone, acordei e o apartamento tava um silêncio total_ o que era verdade mesmo.

Lembro de ter acordado, e logo me levantei, enrolei o lençol ao meu corpo nu, e como sempre, caminhei até o berço da Gabi, que continua no nosso quarto, mas então, antes mesmo de afastar o mosquiteiro, senti sua falta.

De início não me desesperei, imaginei que Simone estava com ela em outro cômodo, ou até mesmo a Silvia, que veio trabalhar pra nós, fui atrás delas, quando não a vi nem na sala e nem pela cozinha, já sentia que tinha algo de ruim.

_Levaram a nossa filha_ falei, me levantei de vez.

Saí andando até o nosso quarto, passei pela cama, parei perto do berço, me debrucei ali, passei a mão na sua manta, seu cheirinho tava impregnado no pano, olhei os ursinhos que ela gosta, peguei um trouxe até meu peito, deixei as lágrimas caírem outra vez, meu rosto já estava inchado de tanto que eu já chorei hoje.

_A gente vai encontrar nossa abelinha_ Simone sussurrou atrás de mim.

_Não sei o que eu posso fazer, não tenho idéia de onde esteja nossa filha_ eu olhei pra ela.

Recebi seu abraço, seu carinho em minha costa, ela me levou até a cama, fiquei deitada em seu peito, não sentia sono, apenas cansaço, Simone mandou eu tentar dormir um pouco, que iria cuidar de tudo, quando pensei em fazer isso, meu celular tocou, Simone pegou pra me entregou, logo estranhei, era a minha mãe.

_M-Mamãe? aconteceu alguma coisa pra senhora..._ fui falar.

_Você não imagina a felicidade que estou sentindo ao conhecer minha netinha_ imediatamente dei um pulo da cama.

_O quê? foi a senhora? como... como..._

_Ela é tão linda, parecida com você, lembro de quando você era um bebêzinho_

O preço de um amor bandidoOnde histórias criam vida. Descubra agora