:29:

1K 110 44
                                    

Soraya Thronicke
*
*
*

_Vamos, Sol, as horas estão passando_ gritou ela lá da sala.

_Eu vou, amor, calma_ falei alto também.

_Não tendo mais paciência, vamos_ olhei na direção da porta.

Achei que ela iria chegar ali, furiosa, como fica quando está nas suas pressas, continuei me arrumando, mesmo não querendo, mas era o jeito, quando há esses eventos assim, ela diz que eu tenho que ir, pois sou sua esposa, devo cumprir com meu papel, palavras dela.

_Soraya, vamos Soraya_ chamou de novo.

Peguei os sapatos, e a bolsa, saí descalça do quarto, colocando um e outro ainda pelo corredor, ela tava de costa, tomando seu whisky, desci as escadas e ela se virou.

_ pronta, desculpa_ falei.

_Soraya, você está perfeita_ ela me olhou de baixo a cima.

Eu usava um vestido cor vinho, bem justo ao meu corpo, tinha uma fenda na lateral da coxa direita, deixando bem à mostra minha pele, foi Janja que me deu esse vestido, para usar hoje.

_Você vai mandar eu tirar?_ perguntei.

_Não mando porque você está muito maravilhosa_ chegou até mim e me deu um selinho.

_Vamos, então?_ ela pegou em minha mão.

Saímos do apartamento, pegamos o elevador e descemos pra garagem, entramos em seu carro, e logo ela deu partida dali, olhei melhor pra ela agora, tinha no corpo uma calça cor vinho também, uma blusa preta de botões, e seu blazer da cor da calça, nos pés, um sapatinho social.

_Quando vai me ensinar?_ ela me olhou rapidamente.

_Ensinar o quê?_ me ajeitei melhor no banco.

_A dirigir, quando vai me ensinar?_

_Por quê você quer tanto isso?_

_Vontade apenas, acho legal_

_Legal ou quer fugir de mim?_

_E se eu fugisse, iria pra onde?_

_Pra casa de algum amigo ou amiga_

_Nem isso eu tenho mais_ encostei a cabeça na janela do quarto.

Vi os outros carros passando, prédios e mais prédios altos, talvez fosse chover, não tinha nenhuma estrela no céu hoje, fechei os olhos, e lembrei de casa, várias noites eu ficava sentada no muro para olhar o céu, as estrelas, hoje faço isso da janela da sisa.

_Chegamos, está dormindo?_ ela perguntou.

_Não, não estava_ ela saiu do carro.

Vi ela passar para o outro lado, para abrir a porta pra mim, me deu a mão, e eu saí, tinha vários carros ali, parece que Simone vai inaugurar um outro andar, para jogos.

_Não solta a minha mão_ ela disse.

Andamos por entre aquelas pessoas que cheiravam à álcool e cigarro, Simone mascava um chiclete, me deu um também, confesso que já sentia saudade disso, de ganhar sempre um trident.

O preço de um amor bandidoOnde histórias criam vida. Descubra agora