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Soraya Thronicke
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_Preciso pegar minha filha_ sussurrei para mim mesma.

Eu estava na área externa da parte de trás da nossa casa, tentando me acalmar para que eu conseguisse entrar em casa e pegar a minha menina, consegui ligar pra Simone, meu celular agora começa a piscar insistentemente em minha mão, mostrando na tela o nome "meu amor" e um coração vermelho, não há como atender, não dá mais, minhas mãos tremem.

_Coragem, é sua filha que está ali_ sussurrei, tentando não chorar.

Me levantei, mas rapidamente abaixei de novo, há dois homens na cozinha, tem armas em suas mãos, não consigo entender o que eles conversam, gesticulam, e até sorriem, quem seria eles?

_A-alô?... Si-Simone, você está vindo?_ não sei se ela entendeu, eu falava muito baixo.

Ela disse que já estava à caminho, pedi que ela não viesse sozinha, tinha medo de que pudesse chegar ou ter mais pessoas dentro de casa, ela já carregava raiva em sua voz.

_Por favor, depressa, nossa filha está dentro, amor_ chorava baixinho.

Coloquei a mão na boca, se me descobrissem não sei do que eles seriam capazes, mas a minha preocupação maior é com minha filha, daria a minha vida para salvar a dela, sem pensar duas vezes.

Um daqueles homens vestido de preto, andou até a pia, ao longe, bem ao longe, eu pude ouvir um chorinho, Gabi acordou, com certeza Stela deve estar escondida com ela no quarto, mas já podem ter descoberto.

Porém, eu fico impressionada quando vejo a babá da nossa filha aparecer ali também, com uma outra roupa, mas precisamente um terninho, nunca a vi com roupas assim, ela está totalmente diferente.

_Não, isso não é..._ me calei antes de concluir o que iria dizer.

Ela conversava com os homens, conhecia eles, ela enganou a gente todo esse tempo que está aqui com a gente, e se estiver tramando algo com minha menina? não, não posso deixar que ela faça algo com Gabriela.

_Soraya? querida, vamos, saia daí, eu sei que está aí, vamos_ ela mentiu, disse que era americana, mas o que...

Antes que eu concluísse outra vez meus pensamentos, alguém me puxou pelo cabelo, me levando arrastada para dentro da cozinha, fui empurrada contra o balcão, bati minha cabeça, levei a mão até onde bati, saia sangue, machucou.

_Você tem cinco minutos para se arrumar e vir com a gente_ sem esperar, levei um tapa na cara.

Fiquei com o rosto virado, ardeu, e eu comecei a chorar, me levantaram à força, ela mesma me segurou pelo braço e saiu me levando para o andar de cima, encontrei Gabi em pé, dentro do berço, chorando ainda.

_Oi filha, mamãe aqui_ lhe peguei no colo.

_Vamos garota, rápida, e faça essa criança parar de chorar agora_ gritou, isso assustou minha filha.

Precisava sair, mas como? fingi que iria até a cômoda, ela veio até mim, lembrei de algumas coisas que Simone já me ensinou até agora, lhe dei então uma cotovelada, ela se contraiu, com dor, e logo dei uma rasteira, assim, consegui correr até o meu quarto, me trancando rapidamente.

O preço de um amor bandidoOnde histórias criam vida. Descubra agora