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Simone Tebet
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_Hum... humm_ Soraya gemeu.

_Amo acordar assim com você, ter uma maratona de sexo e depois ficar de conchinha, dando selinhos_ sussurrei ainda contra seus lábios.

_Eu também amo, amor_ a gente se ajeitou na cama.

Soraya se deitou em meu peito, com sua perna dobrada, sobre meu quadril, deixei minha mão pousada em sua coxa grossa, enquanto com a outra enrolava a mecha de seu cabelo no meu dedo, gostava de fazer isso.

_No tempo certo, vou _ ela falou e levantou.

A vi tirar o lençol do seu corpo, andou nua pelo nosso quarto, pegou seu hobe branco, e deu um nó quase frouxo, deixou um selinho em mim e saiu, indo até o quartinho da Gabi, que começava a chorar agora.

_No tempo certo mesmo, filhota_ falei sozinha.

Estávamos nos referindo ao seu horário de acordar, tivemos o nosso momento de casal, aproveitamos que ela ainda dormia, e agora vamos aproveitar nosso momento à três de família.

Andei até o banheiro, tomei um banho, terminei e coloquei uma cueca, e vesti um roupão por enquanto, penteei meu cabelo, voltei ao banheiro e escovei meus dentes, logo fui até elas.

_Você ficando igual sua mãe_ ouvi Soraya conversando com nossa filha.

Ela tava perto da janela, com nossa menina em seu colo, vi os pezinhos gordinhos dela, passando um pouco do braço de Soraya, gabizinha tá grandinha já, no próximo mês já vai fazer um ano, nossa, como tudo passou depressa.

Lembro como se fosse hoje, o momento em que fiz o parto de Soraya e trouxe a minha pequenina ao mundo, foi desesperador porque eu nunca havia feito isso, mas foi mágico ao mesmo tempo, eu jamais vou esquecer disso, jamais.

Tatuei seu nome próximo à tatuagem que eu fiz do seu irmãozinho que não veio ao mundo, é forma de ter os dois juntinhos, mesmo em planos diferentes, se tudo tivesse sido diferente, se Soraya não tivesse se colado na minha frente para me salvar do tiro, ele ou ela estaria aqui.

Mas foi como era pra ser, a gente fala, fica com raiva, não entende, mas esse era o plano de Deus para nós, eu tenho essa minha vida bandida, mas não me desviei da fé que eu seguia assim como os meus pais, queria eles aqui com a gente...

_Quer ir onde sua mãe?_ me endireitei novamente.

Antes que Soraya virasse, fui até elas, Sol me olhou, meus olhos ficaram marejados com as lembranças, ela passou sua mão em meu rosto, eu sorri fraco.

_Relaxa, tudo bem... ei meu amor_ peguei Gabi no colo.

_Ela crescendo e ficando parecida com você, amor_ disse.

Eu sorri com a semelhança, Gabi tinha também a mesma marca de nascença na sua barriguinha branca, era fofinha.

_Vamos tomar café?_ falou Soraya.

_Ela mamou?_ perguntei.

_Ela ainda não quis, a fralda dela tava suja_ era o motivo do chorinho dela.

_Vamos, eu faço o café, ela não vai demorar a querer mamar, que ver?_ ela sorriu.

O preço de um amor bandidoOnde histórias criam vida. Descubra agora