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Soraya Thronicke
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_É sério, Simone, me deixa sair_ mexi na maçaneta da porta de novo.

_ disse que não, Soraya, vai ficar , na hora de sair eu volto aqui de novo_ falou.

_Ei Simone, aqui tem vários minutos, presa, abre , vai_ encostei minha cabeça na porta.

Dessa vez ela não falou mais nada, ouvi apenas o chorinho longe de Gabi, voltei pra cama, peguei um livro, mas já nem conseguia focar na leitura, estar aqui dentro, presa, tá me matando, tô pra começar a chutar essa porta até cair e sair daqui.

_Sol, vou abrir_ ouvi ela dizer depois de vários minutos de novo.

_Finalmente, aguentava mais_ guardei o livro no lugar e me levantei.

_Fica na cama, espera_ disse.

Ouvi o barulhinho de chaves, ela abriu, lhe olhei com raiva, por me deixar aqui presa esse tempo todo, ela apenas sorriu, andou até mim, se abaixou em minha frente, colocando as mãos na minha cintura, e alisando.

_Não vem me amansar com suas carícias que eu não quero, sai_ ela sorriu ainda mais.

_Por quê tão brava assim, hum?_ ela beijou minha barriga.

_Devia era te dar uns tapas nessa sua cara, onde se viu? deixar a esposa presa?_ agora ela gargalhou.

_Ai Soraya, você é uma graça... vem, vamos agora meu amor_ ela levantou.

_Vamos para onde? não quero sair não_ falei, ainda com raiva.

_Não seja assim, vamos , você vai saber, vem, vamos_ segurou em minha mão.

Andamos até perto do quarto da nossa filha, ainda ali, ela me parou, colocou uma venda em meus olhos, segurou uma mão minha e pôs a outra em minha cintura, voltamos a andar, descemos os degraus da escada devagar, sou desastrada, e mesmo ela me segurando, eu poderia facilmente tropeçar.

_Olha , falando, Simone_ adivinhem, quis me soltar dela e caí.

_Você que quis se soltar, amor, machucou? deixa eu..._ senti sua mão em mim de novo.

_Sai, brava com você ainda, me deixou presa ali sozinha_ já estávamos na sala.

_Levanta, deixa eu tirar isso de você_ levantei.

Senti seu beijo em meu rosto e uma risadinha sua, ela logo tirou a venda, e assim que olhei para o que havia em minha frente, quis chorar, confesso, estava ali Janja, seu filho e Lula, mais ao lado, Vilma e Gabi no seu colo, eles sorriam pra mim com carinho.

Percorri com o olhar todos os detalhes, tinha uma mesa um pouco grande, os sofás estavam mais afastados, sobre a mesa, bolo, salgadinho, doce e várias coisinhas mais, e ao redor da madeira branca, onde tinha as coisas em cima, havia alguns balões.

O preço de um amor bandidoOnde histórias criam vida. Descubra agora