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Soraya Thronicke
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_O que ainda faz aqui fora, filha?_ ouvi a voz da mamãe.

_Olhando as estrelas, estão lindas hoje_ comentei, olhando para o alto.

_Estão, mas acho que está na hora de entrar, aquele pessoal vai chegar_ olhei no meu relógio de pulso.

_, eu entro mãe_ ela entrou de novo.

A comunidade hoje estava tranquila, nada de som alto, confusão, tiroteios, como muito acontece por aqui, desde que vim ao mundo, estranho eu dizer que já estou acostumada com isso?

Moro com meus pais, nossa casinha é simples, mas é aconchegante, sei que minha mãe e o papai queriam me criar em outro lugar, mas diante das circunstâncias, esse foi o lugar que eles encontraram para viver.

Nesse pedaço em que moramos, é mais calmo do que lá em cima, passando da escadaria, é pra lá que acontece diversas coisas, e essas não são nada legais, porém, a dona da comunidade é gente boa.

Simone é o nome da mulher que manda em tudo aqui, ela praticamente me viu crescer, eu não consigo vê-la como um monstro, como muitos aqui ao redor chamam, não é um problema nosso a maneira que ela vive.

Meus pais não gostam muito quando me vêem conversando com ela ou com alguém de seu convívio, eu não tenho nada contra eles, nunca me fizeram mal, não comigo ou minha família, bobo é quem vacila com eles.

Olhei para o lado direito, vi algumas luzes e barulhos de motos, eram eles chegando, sempre costumam aparecer esse horário, quase nove da noite, parece que há algo mais no meio da cidade que a Simone é dona também.

_Soraya, entra, não fique sozinha_ mamãe falou de novo.

_ entro, mãe, tudo bem_ já deu pra perceber que eu sou teimosa né?

_Precisamos acordar cedo amanhã, tem culto, está lembrada?_ ela tocou o meu ombro.

_Eu sei mamãe, relaxe, vou entrar_ ela voltou pra casa de novo.

Eu estava sentada no pequeno e baixo muro, deixando minhas pernas penduradas, balançando, enquanto via aquelas motos chegando uma atrás da outra.

Uma moto estilo Naked, bem conhecida por mim, parou, desligou, e a motorista desceu da mesma, atravessou a curta rua e parou na minha frente, tirando seu capacete.

_E aí, pequena Sol, admirando as estrelas da noite de hoje?_ ela falou.

_Sim, estão lindas_ ela olhou para o céu também.

_Estão lindas como você_ ela me olhou.

_De onde estão vindo?_ fiquei curiosa e quis perguntar.

_Do hotel, fui ver como estavam as coisas por _ ela respondeu.

_Você tem um hotel?_ ela deu um sorrisinho de canto.

_Sim, eu tenho_ ouvi a porta abrir de novo.

_Vamos Soraya, entre_ mamãe disse de novo.

O preço de um amor bandidoOnde histórias criam vida. Descubra agora