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Soraya Thronicke
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_Vamos acordar, gatinha manhosa_ já era a terceira vez que Simone me chamava.

_Me dê mais dois minutos_ joguei o lençol em meu rosto.

_Você está dizendo isso desde às seis da manhã, vamos_ escutei o barulho que fez quando ela puxou a cortina da janela.

Senti a claridade invadir o nosso quarto, me virei, ficando de costa pra janela, e quando pensei que ia cochilar mais um pouco, Simone ligou o rádio em uma altura insuportável.

_Simone, baixa isso mô, arg_ afastei o lençol da minha cara.

_Que onça brava, vamos, levante_ disse de novo.

Comecei a fazer manha, uma mulher de vinte e três anos agindo como uma criança de sete anos que não quer ir pra escola, me sentei, a cama tava uma bagunça, com os lençóis branco e cinza misturado, e só então notei minha nudez, e antes de me cobrir, para levantar, Janja entrou no quarto.

_Minha nossa senhora, que ataque foi esse, meu Deus?_ colocou a mão na boca, admirada.

_Janja, por quê não bate? fecha seus olhos, não olhe pra minha esposa_ Simone falou para a amiga.

_Foi uma noite selvagem hein? cuidado na hora do banho, soso_ saiu depressa do quarto quando Simone foi até ela.

_O que foi que você fez?_ perguntei pra Simone.

_Eu? não fiz nada, sou inocente_ levantou as mãos em rendição.

_Estou arranhada ou algo do tipo?_ Simone não tirava os olhos do meio das minhas pernas.

_N-não amor, é... é brincadeira da... da Janja, amor, é isso_ voltou a olhar pra mim quando comecei a estalar os dedos.

_Meus olhos estão aqui, Simone_ ela pareceu atordoada por um instante.

_Mas essa imagem de baixo es tão..._

_Sai de perto, , saia_

_Que isso amor? nenhuma rapidinha?_

_Nem duas e nem três, está de castigo_

_Mas o que eu fiz pra ficar de castigo?_

_Ligou essa porcaria nessa altura_

_Foi mal amor, eu ..._

_Vou tomar um banho_ levantei.

Saí da cama, toda nua, ela não parava de olhar pra mim, descia e subia com seu olhar pelo meu corpo, joguei um travesseiro em sua direção e corri pro banheiro, fechando a porta.

_Precisa de ajuda ?_ ela perguntou.

_Simone, eu vou te matar_ disse e em seguida abrir rapidamente a porta.

_Vai me matar por quê? não fiz..._ ela já ia andando pra cama.

_Olha como está minha costa, olha minha coxa, olha minha barriga, olha_ comecei a lhe estapear.

O preço de um amor bandidoOnde histórias criam vida. Descubra agora