Soraya Thronicke
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*Senti os lábios de Simone em minha testa, logo em seguida o outro lado da cama ficou vazio, ela tinha levantado, o quarto continuava escuro, as janelas não foram abertas ainda, puxei o lençol um pouco mais pra cima de mim, rapidamente um medo me tomou.
Meu coração se acelerou de uma maneira tão intensa que até achei que iria passar mal, me sentei, olhei ao redor, eu tava em casa, escutei a água do chuveiro, voltei a me deitar de novo e fechei os olhos, aquele pesadelo parece que ainda me persegue.
Já se passou uma semana daquele episódio, que foi o pior de toda a minha vida, fui sequestrada, me machucaram, corri o risco de perder o meu bebê, e quase fui violentada por aquela mulher má, mas então Simone chegou e me salvou, me tirando dali.
Peguei o celular dela que tava em cima da cama para ver as horas, ela tinha trocado o papel de parede, ao ver, eu sorrir, era uma foto minha com a mão na barriga, foi tirada ali na pequena varanda do quarto.
Ia dar seis horas ainda, Simone sempre se acorda cedo, mas será que aconteceu algum problema? voltei a ficar deitada de ladinho, fechei os olhos outra vez, o tempo foi passando, e quando eu estava quase cochilando, uma porta abriu.
Ouvi os passos dela pelo quarto, abri só um pouquinho o olho esquerdo, vi Simone toda nua, de costa pra mim, procurando por uma roupa, vi ela vestir uma cueca, e um top, voltei a fechar os olhos, alguns segundos depois a cama afundou próximo as minhas pernas.
_Oi bebê, como o meu guerreirinho está aí dentro, hum? tá tranquilo?_ ela passou a mão.
Queria lhe dar bom dia, mas ter Simone assim, conversando com nosso bebê, carinhando a minha barriga, me fez continuar do jeito que estava, para aproveitar essa boa sensação que só ela me causava.
_Ainda não sentiu desejo pra mamãe me fazer sair de madrugada e ir atrás?_ ela sorriu com sua própria fala.
Para surpresa minha, ouvi a minha própria voz soar baixinho no celular, cantando e tocando aquela música, ela me gravou, ficou tocando agora, esperei o que ela iria aprontar, só fiquei aproveitando.
_Sua mãe tem a voz bonita, né filho? sabia que ela toca piano também?_ logo o vídeo encerrou.
Simone deitou a cabeça em minhas coxas, e ficou com a mão em minha barriga, carinhando, conversando, sorrindo sozinha com as coisas que ela mesma falava, fingi que ia me espreguiçar, e logo abri os olhos.
_Bom dia, amor_ sussurrei, com minha voz que saiu rouca.
_Ei meu sol, bom dia_ se aproximou de mim e me deu um selinho rápido.
_Dormiu bem?_ perguntei.
_Muito bem, estava com você do meu lado, e você? dormiu bem?_ me devolveu a pergunta.
_Com você aqui comigo, sempre eu durmo bem, amor_ ela se enfiou debaixo das cobertas.
_Está chovendo hoje_
_Hum, há dias não chovia_
_É, o inverno tá chegando_
_Você já tomou café?_
_Não, esperei você acordar_
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O preço de um amor bandido
FanfictionQual preço podemos pagar diante de nossas escolhas?...