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Tire os olhos de mim, para que
eu possa ir embora
(Take your eyes off me so i can leave)

Estou com muita vergonha de fazer isso com você me observando
(I'm far too ashamed to do it with you watching me)

Isso nunca acaba, estivemos aqui antes
(This is never ending, we have been here before)...

Soraya Thronicke
*
*
*

Minhas mãos estavam tremendo, enquanto deixava cair mais e mais lágrimas de meus olhos, eu me sentei no chão do banheiro frio, em baixo do chuveiro, mas a água caía apenas sobre minhas pernas, eu tava encostada na parede, e tentava também acalmar minha respiração ofegante.

_Sol, abre aqui, vamos conversar_ ouvi Simone falar e mexer na maçaneta da porta.

Eu não disse nada, continuei calada, estou assim tem vários minutos já, meu corpo agora começa a tremer do frio que tô sentindo, a água é gelada, mas isso não tá me importando muito, por desespero, não quis mais ouvir k que Simone tinha para me dizer.

_Soraya, precisamos conversar, abre aqui_ deu leves batidas na porta.

Não disse nada de novo, levei as mãos ao rosto, encolhi minhas pernas, escondi minha cabeça entre os braços apoiados sobre os joelhos, ouvi a voz de Janja no quarto, e também ouvi o choro incessante de minha filha.

_Amor, gabizinha quer mamar_ eu não respondi.

Como ela ainda me chama de amor, me dando demonstrações de que vai terminar o nosso casamento? pensar nisso, só me fez chorar mais ainda, eu começava a sentir um aperto no peito, não imaginava a minha vida sem Simone comigo.

_Soso? sua filha está querendo mamar_ Janja falou.

E nada eu consegui dizer de novo, me levantei, desliguei o chuveiro, me enrolei em uma toalha, passei um creme no rosto, me olhei no espelho, meu rosto já tava inchado pelo choro recente.

_ estou saindo_ avisei.

No cantinho do espelho, há um retratinho meu, com Simone e Gabi, tiramos no carro, em um dia que fomos dar um passeio, nossa menina ainda tava com oito meses, lembro bem desse dia, e então voltei a chorar de novo.

_Eu não posso viver sem você_ sussurrei, olha a foto.

Lavei meu rosto, fiquei mais um tempo no banheiro, para logo sair, não encontrei Janja e nem minha filha no quarto, da varanda, vi uma fumaça subindo, era Simone que estava fumando, quis ir até lá, mas minhas pernas fraquejaram, e fiquei ali, parada.

_Ei querida, olha quem estava com fome_ vi Janja adentrar o quarto.

_Obrigada, Janja_ Gabi segurava sua mamadeira.

Ela já conseguia segurar sozinha, então não era mais preciso dar peito, mas ela quis vim para o meu colo, saí com ela para ir pro seu quarto, senti os passos de Janja atrás de mim.

_O que Simone está pensando em fazer?_ perguntei para sua amiga.

_Acho que é melhor ela mesma te contar_ disse.

O preço de um amor bandidoOnde histórias criam vida. Descubra agora