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Simone Tebet
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_Vocês são uns grandes babacas_ novamente acertei um soco na cara de um deles.

_Me perdoe dona Tebet, não foi..._

_Eu não trabalho com perdão, acho que vocês sabem disso, não sabem?_ eles assentiram, assustados.

_Outro vacilo desse e eu mesma acabo com a vida de vocês, entenderam?_ gritei em cima deles.

_S-sim senhora, dona Tebet_ era engraçado ver o quanto eles temem à mim.

_Agora saem daqui, e nada de aprontar novamente, vocês estão avisados_ Janja abriu a porta do galpão para eles saírem.

Fui até a pia que tinha ali, estava um pouco machucada, pelos socos que eu já havia dado neles momentos antes, da próxima eu uso a minha arma, sem dó nem piedade.

Onde já se viu isso? arrumar confusão aqui dentro da minha comunidade? parece que não aprendem nunca, são dois incompetentes, só fazem merda, que inferno.

_Está doendo?_ Janja me perguntou.

_ estou acostumada, Janja_ me sentei em uma das cadeiras.

_É melhor fazer um curativo aí_ falou.

_Não é preciso, Janja... vem, vamos embora_ saímos do galpão.

Fomos para o hotel, que fica mais no meio da cidade, estava agitado essa noite, várias pessoas bebiam e se divertiam, e também gastavam os seus dinheiros em altas apostas ali, me sentei um pouco distante deles.

_ fez o que eu mandei?_ perguntei para Janja.

_Está tudo pronto_ assenti.

Não via a hora de encontrar logo com Soraya amanhã, fiquei feliz que ela tenha aceitado ir almoçar comigo, decidi trazê-la aqui nesse hotel, os trabalhos só funcionam à noite, não quero também deixá-la assustada.

Pedi para que Janja cuidasse de tudo, eu confio nela, hoje é ela que é o meu braço direito, a ajudei assim como Eduardo já me ajudou um dia, ela foi expulsa da casa de seus pais aos vinte e dois anos.

Ela que chegou até a comunidade, ainda assustada, alguém me contou de sua situação, e eu quis ajudar ela, sei que não é um bom caminho para quem cursava direito, mas foi o único lugar que ela encontrou para recomeçar.

_Eu vou indo, cuide de tudo pra mim_ me levantei.

_Pode deixar, até amanhã, Tebet_ nos abraçamos.

_Até amanhã_ saí dali.

Encontrei com Lula, ele namora com ela, desde que ela chegou aqui, se conheceram e começaram rápido uma relação, e estão até hoje, desejo que continue assim.

Lula é um outro grande amigo meu, era amigo também de Eduardo, ele que me ajudou a começar lidar com tudo que ficou pra mim, e nunca vacilou comigo.

Fui para o último andar desse hotel, é onde vivo na maior parte do tempo, tirei toda a minha roupa e entrei no banheiro, tomei um banho e fui me deitar.

Da minha cama, olhei para a grande janela de vidro, que estava aberta, o vento fazia as cortinas da cor beje balançarem, pude ver o céu, estrelado, como sempre.

O preço de um amor bandidoOnde histórias criam vida. Descubra agora