O preço de um amor bandido

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Soraya Thronicke
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Minha vida mudou tão rapidamente, da noite pro dia, tô tentando ainda me acostumar com toda essa situação, estou agora morando com a Simone, que mandou me buscar em casa no dia em que eu apanhei outra vez, após a mamãe ter descoberto os remédios que eu tava tomando, e saber que eu tinha colocado a mafiosa dentro de nossa casa.

Para tristeza minha, eu perdi a bolsa dos meus estudos na faculdade, tudo isso graças à mamãe que foi lá falar que eu tava envolvida com bandidagem, foi assim que ela falou, e ela tem culpa nisso, se tivesse sido mais presente em minha vida, se me livrasse das surras que meu pai me dava, se estivesse comigo, talvez eu ainda estaria lá.

Simone está preparando algo, como uma festa, no seu outro hotel, irá me apresentar como sua mulher essa noite, assim como ela me falou, o meu vestido já está separado para ser usado, estranhei quando vesti, é muito diferente dos que eu usava, daqui até a noite aprendo a gostar, me acostumar com ele em meu corpo.

Estava na sua cama há mais de duas horas, pela primeira vez, eu e Simone discutimos, simplesmente pelo fato de eu falar que ainda não me sentia pronta para encarar todos agora, eu ainda estava magoada com tudo que me aconteceu lá em casa na semana passada, só bastava ela entender um tiquinho, não custaria nada.

Tenho medo, não nego, mas eu tenho consciência da escolha que eu fiz, e se pudesse voltar ao tempo para mudar tudo, eu não mudaria nada, talvez me entregasse mais rápido para a Simone, assim, salvando a minha pele de alvo de várias surras que levaria, mas sobre amar e me apaixonar por ela, eu não mudaria.

_Ei Sol, trouxe pra você_ nem quis me virar.

Fechei os olhos, espremi eles na tentativa de fazer novas lágrimas não caírem de novo, passei a mão no rosto, me sentei na cama, apoiando a costa na cabeceira, e olhei para a mulher à minha frente com uma bandeja.

_Eu não estou com fome, Janja_ ela semicerrou os olhos.

_A Simone disse que é pra você comer tudinho, falou que você precisa_ colocou na cama aquele objeto largo de madeira.

_É sério, não estou com fome_

_Coma pelo menos esse mamão, vai_

_Pode ser o iogurte?_

_Claro, mas pelo menos coloque algo no seu estômago, está vazio desde ontem_

_Como sabe disso?_

_Ela me contou, por isso mandou eu te trazer esse café na cama_

_Ela ainda não voltou?_

_Daqui a pouco ela tá aí_ Janja ficou sentada ali.

Peguei a tigela pequena com aquela cauda rosa, levei a colher, mexi por alguns minutos, vi Janja bufar duas vezes ao me ver tá fazendo isso, até eu levar uma colherada até a boca.

_Deixa Simone descobrir que você não quer comer nada_

_O que ela vai fazer?_

_No máximo brigar com você e te deixar aqui, sozinha nesse quarto enorme_