Epílogo

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  Alexander e Benjamin tinham completado dez anos. Estávamos na casa de Lady Clarisse, Cumberland's Place. Ela tinha envelhecido bem, estava adoravelmente gentil. Alguns fios brancos lhe foram acrescentados.
  Os anos que passou ao lado de Fitzwilliam tinham sido muito bons. Eles tinham um jardim que deixava qualquer um com inveja. Resultado de sua mais doce dedicação.
  E ela mimava meus filhos como se fossem seus. Sempre tinha um biscoito para eles, bordava as golas de suas camisas e sempre tricotava gorros no inverno.
  Caroline estava com quatro anos, uma menina maravilhosa e extremamente parecida com o pai. Tinha muitos cabelos escuros e lisos, que viviam constantemente desgrenhados, apesar dos esforços para mantê-los alinhados.
  Tia Clarisse e Fitzwilliam desenvolveram uma petúnia cor de rosa que suportava as baixas temperaturas, podendo florir no inverno também. E a batizaram de Petúnia Caroline, em homenagem a minha doce filha.
  Thomas, meu adorado marido, e a cada dia mais amado era, abriu uma escola de artes para que todos tivessem acesso ao ensino e admiração do que há de belo no mundo.
  Custeava estudo para jovens. Aulas de pintura, música, balé... Tudo estava acessível no Condado, como era seu sonho.
  A Galeria era referência.
  Pessoas vinham de todos lugares visitar em conhecer nossa coleção de artes. E quando íamos a Londres, nas temporadas, nossa presença era requisitada por todo lado.
  Resumindo, éramos influentes.
  Thomas nunca mais falou com seu pai. Seguimos nossa vida, apesar de tudo que tínhamos enfrentado.
  Minha querida e fiel criada, finalmente se casou com o mordomo. Boyle demorou a fazer o pedido, mas se casaram e tiveram um filho.
  A criadagem de Cumberland's Hall era conhecida por sua excelência e hospitalidade. Os nobres que se hospedaram na mansão, saiam deslumbrados pela ordem e educação.
  E consequentemente, todos eram muito bem recompensados. Ao ponto de ter uma lista de espera para novas vagas para trabalhar ali.
  Thomas e eu ainda tínhamos, entre nós, o amor perfeito e eterno. Assim como o casal de cisnes que vivia no nosso maravilhoso lago, cercado de narcisos.
  A cada novo amanhecer, nós dois tínhamos certeza de que isso nunca iria mudar. Porque, amor como o nosso, não existiria nunca mais.
 

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