HORTÊNCIA CAPÍTULO 16.
TODA AÇÃO CONTÉM UMA REAÇÃO, PARA O BEM OU PARA O MAL.
Consegui vencer esse dia na companhia dos trabalhadores e o sorriso das crianças que vem acompanhada de suas mães. Mexi na terra, plantei, nos intervalos brinquei de roda com as crianças camuflei minha dor e mágoa e algumas lágrimas teimosas que tentava me desestabilizar.
Mas agora vendo todos ir embora, abraço meu próprio corpo e me encolho fechando meus olhos sentindo os últimos resquícios dos raios do sol. A noite será minha única companheira. Um sentimento de sufocamento me toma, levo minhas mãos a minha garganta passando de cima para baixo, tiro o lenço que estava em meu pescoço para que ninguém visse qualquer sinal dos dentes daquele animal.
As lembranças me lapeiam a mente, caio de joelhos sobre a terra, quente do dia de sol escaldante e sinto o calor através do tecido da minha calça.
Senhor me de forças pelo menos para respirar, não me tire o ar ao meu redor, renunciei a tudo por liberdade para ser livre sentimento que até o dia de ontem era motivo de felicidade para mim, mas liberdade sem paz não existe.
A sensação de que a qualquer momento aquele homem poderá aparecer é assustadora, não quero me sentir uma coitada amedrontada, quero me sentir forte que sou capaz de qualquer coisa e dona de mim, e das minhas vontades.
As palavras proferidas pela minha mãe cabem como uma luva, ela disse que eu choraria lágrimas de sangue, e voltaria com o rabo entre as Pernas. Eu poderei chorar até um rio de sangue, ver minha vida se esvair de ante dos meus olhos, mas não voltarei.
Entro na minha cabana e tomo um copo de água fresca, mau acabo de engolir a água e escuto gritos no terreiro. -Dona, Dona. Ponho minha cabeça para fora e vejo um dos trabalhadores da vila desesperado e morto de canseira, a mão debaixo das costelas puxando o ar com dificuldade, de certo veio correndo.
-Francisco o que ouvi? -O... jagunço. -Respire devagar, o que tem o jagunço? Se acalme e me conte. -O caminhão pipa estava distribuindo a água pro povo da vila, mas o jagunço do coronel o impediu e a água está sendo jogada na terra, o motorista está caído no chão, não sabemos se está morto ou não.
Respirei fundo entrei de volta na cabana peguei a chave da camionete. -Vamos Francisco.
Cheguei na vila em tempo record o infeliz estava em cima da parte do caminhão que guarda água a mangueira jogada no chão aberta fazendo piscinas de água na terra. Primeira coisa que fiz foi ir até o motorista e ver seu estado, sua pulsação estava fraca mais estava vivo seu rosto estava com alguns hematomas, deve ter desmaiado com as pancadas.
Pedi ajuda de Francisco e levantamos o homem do chão se não era arriscado se afogar com aquela quantidade de água que caia no solo, então era melhor prevenir do que remediar.
Depois que o homem foi socorrido e acordava devagar, me direcionei ao infeliz causador da quela tragédia. -Quem pensa que é para bater no meu funcionário e jogar minha água fora?!
-São ordens do meu patrão. -Seu patrão dá ordens nas terras dele não no que é meu, esse caminhão está aos meus serviços e essa água foi tirada da minha propriedade com minha autorização para os meus funcionários.
Eu sei que estava sendo arrogante, mas teria que ser daquela forma ou aquele homem não me levaria a sério, me impus de forma autoritária, mas por dentro só deus sabia como estava apavorada. Mas ver aquelas pessoas sendo oprimidas me dava uma coragem que nem eu mesma sabia que tinha.
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O Cheiro do pecado completa.
RomanceObra completamente fictícia, nome lugares, qualquer semelhança com a realidade é mera coincidência. UM ROMANCE DARK. Para maiores de 21 anos, contém cenas de violência, física e verbal.