LÚCIOS CAPÍTULO 48.

4.7K 611 125
                                    

 SEM CORREÇÃO CONTÉM ERROS.

LÚCIOS CAPÍTULO 48.

A BESTA DORME ENQUANTO O CORDEIRO ESTÁ EM DESESPERO.

Acordei na madrugada, não havia mais vestígios da chuva apenas silêncio, levei as mãos em meus cabelos, puxando em agonia. Meu corpo estava descansado, mas minha mente não. Como ela me pede para contar algo tão absurdo, eu não posso, não, não estou preparado para isso, acho que nunca estarei. Não consegui mais dormir e fiquei vagando dentro do quarto, pensando e pensando, mas minha mente não me dava uma solução.

Espero o amanhecer e a observo, ela respira calmamente enquanto dorme, o dia chega, mas não á sol somente neblina, mas como diz o ditado névoa baixa, sol que raxa a olho, mais uma vez e saio do quarto.

Respiro o ar puro da manhã, e sinto a brisa fria na minha face, como eu precisava disso para revigorar minhas forças, mas sinto que é em vão, os pensamentos de angustia me arrebatam, e este segredo me deixa impotente. Será que conseguirei carregar esse fardo sem dividir com alguém, já não passei por tragédias o bastante, meu corpo e minha alma já não foram castigados o suficiente.

Montei uma pequena clínica, na zona sul da fazenda, são três minutos de helicóptero até a cabana dela, foi assim que consegui socorre-la tão rápido, e salvar a vida deles. Mas até quando será assim, ou será que tentar salvá-la, quantas vezes for necessário faz parte da escolha certa.

Minha mente se toma de perguntas e confusão, o ar que respiro se torna sufocante e desprezível, não quero viver sem ela ao meu lado, essa criança é a única coisa que prende ela a mim. Ela não tem sentimentos por mim, uma parceira de alma que não ama sua outra porção.

Jacinto está de vigia, ele me olha de soslaio encostado na pilastra, ele nota que não me encontro num bom dia, mas se mantém calado apenas observando. Jacinto é leal, talvez ele seria uma opção para desabafar, mas será que ele entenderia, pela primeira vez não sei o que fazer, e como agir, é um caminho de mão única para o desconhecido.

Sinto meu peito queimar e meus olhos arder, abro minha boca e puxo o ar inflando meus pulmões evitando algo rolar na minha face não vou chorar, porque doe tanto, como doe saber que vai perder algo que ainda não tem, que não conhece? Como algo assim pode doer tão fundo, me aproximei do jagunço, meu coração se rasgava dentro do meu peito.

Num ato impensado, puxo a arma de Jacinto que está na sua cintura, e saio na neblina disposto a arrancar aquela dor que me sufocava, levei o cano da arma a minha fronte, e engatilhei, fiquei parado quieto. Eu estava tão perturbado, que estava ouvindo coisas, a voz, era familiar, tinha poder sobre mim saia sussurrada no nevoeiro. 

Fechei meus olhos com força, precisava arrancar aquela dor que me afligia, a dor da perda, a dor de carregar aquele fardo sozinho, eu tinha a necessidade de dividir aquele martírio, mas com quem, quem poderia me ouvir e entender aquela loucura, e não pensar que eu estaria louco.

Fechei meus olhos com força, precisava arrancar aquela dor que me afligia, a dor da perda, a dor de carregar aquele fardo sozinho, eu tinha a necessidade de dividir aquele martírio, mas com quem, quem poderia me ouvir e entender aquela loucura, e ...

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.
O Cheiro do pecado completa.Onde histórias criam vida. Descubra agora