Obra completamente fictícia, nome lugares, qualquer semelhança com a realidade é mera coincidência.
UM ROMANCE DARK.
Para maiores de 21 anos, contém cenas de violência, física e verbal.
A ira é uma aberração do sentimento quando somos atacados, ela me atacou tomada por uma desordem de exagero com aquela gente, ela me afrontou por eles, e eu tomado de ira e soberba, me protegi, me defendendo da forma que eu conheço tão bem, a violência.
A ira é uma paixão violenta provocada por um sofrimento ou moralidade, no meu caso era minha moral, eu me vi desmoralizado, rebaixado a nada, meus homens estavam ali, meus peões, a minha soberba foi maior, eu tinha que puni-la castiga-la adverti-la.
Quando sua mão bateu na minha face perdi a noção de mim mesmo, e a ataquei duas vezes e ela caiu. Eu me senti ameaçado por ela e a ira violenta que emanava dos meus poros queria puni-la. A ira nos faz perder a amabilidade a moderação a sabedoria e eu perdi meus sentidos ali.
Toda essa ira que se manifestou em mim começou no quarto quando ela me pressionava por causa daquele povo, eu queria que somente eu povoasse seus pensamentos que ela pensasse somente em mim.
Mas aquele bando de mortos de fome é mais importante pra ela do que eu. Trazendo no meu peito uma cólera amarga.
A noite chegou fria, os ventos lambiam as telhas da sede querendo arranca-las, assoviava e se lançava contra as paredes de pedras. Soprava alto barulhento, com ele se ouvia um choro era sentido, magoado e triste.
Fiz unguento e passei em suas costas, somente gemidos de dor se escutava da sua boca, os olhos fechados e molhados a respiração fraca e lenta, a deixei de bruços, eu tinha aprendido a fazer esse remédio com a minha mãe, tirava a dor e não deixava cicatrizes.
Não conseguia evitar minhas mãos tremer, lágrimas, amargas desceram dos meus olhos, meu peito queimava e me sufocava, era desesperador.
Quanta dor me consumindo, quanta dor dei a ela, olho para ela e tenho vontade de arrancar meus olhos, cortar minhas mãos. Não havia mais ira e sim arrependimento, eu estava me afogando em arrependimento, ela sofria, sua pele ardia e ela se encolheu tentando se proteger, os olhos se mantinham fechados, ela não queria me olhar.
Minha mão deslizou na sua pele e os gemidos aumentaram, se eu pudesse tirar e transferir para mim eu o faria. Ela disse que me odiaria para sempre, e eu disse que não me importava, mas é mentira eu me importo. Eu não recuei, fiquei ao seu lado até que o sono lhe tragou.
Uma corrente de ar frio entrou pelo corredor empurrando a porta do quarto, me levantei da cadeira que estava sentado e fui para o lado de fora.
Gritei aos prantos de joelhos na terra para que ela não me virasse as costas pedi socorro, ela seria a únicas a quem eu pediria algo aquela noite fria e triste.
O vento se calou e fiquei sem resposta, comecei a caminhar no escuro sem rumo, avistei o pé de seringueira sobre a luz do luar e me sentei nas suas raízes, a imagem dela presa no mourão foi a única coisa que vi antes de apagar.
SONHO
Mãe não me abandone. -Quem é você que me chama nas sombras? -Sou eu mãe seu filho Lúcios, seu pequeno lobo. - Se essa criatura sombria é meu filho, então me diga quem sou eu.
-Você foi quem me gerou, quem me deu vida, me deu amor, curou minhas pequenas feridas, me alimentou, foi a luz da minha vida, me ensinou a diferença do certo e o errado, o bem e o mal.
-Não pode ser meu filho, meu filho tem o sorriso de um anjo, não carrega o mal, você está tomado pelo mal, lágrimas e dor de um inocente. -Seu pequeno lobo virou um alfa e precisa dos seus conhecimentos, eis me aqui minha mãe, não vire as costas para mim, me ajude a arrancar essa dor AMARGA do meu peito.
-Eu não posso, não seria uma boa mãe se deixasse meu filho imprudente sem castigo, você fez sua escolha, e optou pela mais fácil agora aguente as consequências. -Mas doe demais, não vou suportar todo esse amargor.
-Não confunda amargor com amor, seu orgulho o levou a isso, amor é a coisa mais sublime e forte entre os seres humanos, quem não tem amor não tem nada, amor é cuidado, carinho, respeito, humildade, humanidade.
Um dia conheceu todas as formas de amor e sentiu, mas deu as costas e se alimentou de ira, soberba, orgulho, sofrimento e maldade.
Isso não é nem o começo, lembra quando disse que a natureza cobra seus carrascos, ela virá contra você como uma onda gigante, te levará para o mais profundo dos abismos, e não terá escolha porque sua escolha já foi feita.
Irá chorar pelo sangue do seu descendente, irá pedir perdão ao seu semelhante, irá se ajoelhar e clamar por misericórdia, mas terá que ser digno para receber tudo isso. Me diga qual o seu maior medo, meu filho?
-Que me achem um homem fraco. -E o que entende sobre fraqueza, não se cale, me responda quem é você que eu não reconheço?
Sentir fraqueza é maior do que seu amor, não tem coragem nem de pronunciar, acha que será menos homem se admitir que ama, que tem sentimentos, ao contrário será admirado. O destino lhe bateu na porta, e se fez de cego.
-Meu destino me abandonou e eu tomei as rédeas da minha vida a controlei segundo minhas vontades, eu o esperei por toda uma vida, mas ele não se pronunciou.
-Tolice, o destino nunca atrasa e nem adianta chega no momento exato. Eu lhe disse uma vez que quando sua companheira de alma chegasse estaria tão mergulhado nas sombras que nem o mais simples e puro dos perfumes você reconheceria.
Busque na sua mente está aí contigo guardada em algum lugar dos seus pensamentos antes que seja tarde demais. Tudo que se referiu ao seu destino esteve contigo, você deu as costas a ele, mas ele não deu as costas a você.
A sua ignorância foi tão medonha que passou por cima das pessoas que foram mandadas pelo destino para aliviar seus tormentos.
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Acordei com Jacinto me sacudindo, o sol já estava imponente no céu, me levantei sacudi a poeira e fui para sede. Acelerei os passos com ansiedade para vela. Empurrei a porta do quarto e ela estava na mesma posição que a deixei.
Ouvi um suspiro e dei a volta na cama, seus cabelos estavam todos caídos na sua face, ela estava acordada, mas pelo jeito não queria me ver.
