LÚCIOS CAPÍTULO 37.

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SEM CORREÇÃO CONTÉM ERROS.

LÚCIOS CAPÍTULO 37.

DA TEIA DO DESTINO NÃO TEM ESCAPATÓRIA.

Ela não serve para você. Ela é minha, ele não sabe de nada.
Ela é tão depravada como eu. Não, ela não é, não pode ser, como ele. 

Não sai da minha cabeça as palavras dele, estão me perfurando. 
Ela é tudo que você abomina.
Ela é tudo que eu quero e preciso.

Ele é igual aquele velho maldito.

Eu estava morto de fome, cansado, tinha passado o dia sem almoço ou um pedaço de pão. Eu tinha sido castigado porque não aceitei entrar em um quarto da zona com uma mulher, que tinha a idade para ser minha mãe. 

Entrei na cozinha desesperado por um pão, ou leite, mas, não havia nada, ele mandava esconder tudo, não havia nem se quer uma sobra, estava tão faminto que não vi a prostituta deitada em cima da mesa. 

 Quando me viu abriu um sorriso se arreganhou ainda mais. Me chamou de coronelzinho disse que era minha refeição. Aquilo era um pesadelo, minha barriga roncava, minhas mãos tremiam de fraqueza. Me virei para sair, mas fui impedido por ele, meu pai estava em pé na porta com um rei na mão.
-Onde pensa que vai moleque? Eu não era mais um moleque já era um rapaz um homem.
-Vou tomar um banho. 
-Está mentindo eu sei que quer fugir. -Não estou mentindo eu preciso de um banho estou sujo e cansado.

Nunca gostei de mentiras, eu precisava de um banho e sair dali. Ele pegou no meu braço e me empurrou em cima da mulher. Eu estava esgotado com fome cai no chão.
-Faça o que quiser não vou tocar nessa mulher, se ela me tocar eu irei morde lá igual um cachorro.
-Você não tem coragem, seu veado. Quer que eu chame seu amiguinho.
-Eu não quero nada, eu só quero um prato de comida e um pouco de paz. É só o que eu peço nunca te pedi nada além disso.

-Porque faz essas coisas comigo? -Você sabe muito bem, já tem idade o suficiente para foder as putas e não faz, isso não é coisa de homem.

-Eu sou homem, isso não significa nada, aprendi valores diferentes com minha mãe eu já falei antes.

-Eu devia ter te trazido quando nasceu, aquela feiticeira encheu seus miolos de conversa furada e papo de maricona, você é um corona.

-Não fale da minha mãe, ela não era uma feiticeira, ela era um xamã. Ele podia fazer o que dava na telha comigo, mas falar da minha mãe, eu não permitia. Minha mãe sempre dizia que eu tinha uma fera dentro do meu corpo, que quando me sentisse acuado ou ameaçado ela se revelaria.

Meu corpo tencionou e eu o olhei com desprezo, se ele abrisse a boca para desonrar ela mais uma vez eu rasgaria sua garganta. Ele não era burro, ele sabia até onde ir quando o assunto era ela, ele recuo. Ele me encarou e no segundo seguinte desviou o olhar para a mulher, ele deve ter visto algo que não o agradou.

Eu ri, eu estava desposto a encarar ele pela primeira vez, senti algo tomar meu corpo e dar a força que eu precisava, hoje ele seria testemunha de quem era seu filho bastardo, e o que ele escondia por dentro do corpo magro, pálido e cheio de cicatrizes marcas horrendas que ele mesmo fez.

Ali naquele dia o monstro se revelou pela primeira vez, ele não me tocaria mais, seu rei não me alcançaria, suas mãos se tornariam inúteis para me machucar, eu não veria mais desprezo em seus olhos, eu sou um corona, devia ser respeitado.  

-Só irá comer se foder com a puta, e esporear na boca dela.

-Eu prefiro morrer de fome, mas não encosto nessa mulher.

O Cheiro do pecado completa.Onde histórias criam vida. Descubra agora