LÚCIOS CAPÍTULO 47.

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SEM CORREÇÃO CONTÉM ERROS.

LÚCIOS CAPÍTULO 47.

ESPERANÇA.

(Serei eternamente grata minha porção do inferno.)

Foram as últimas palavras dela antes que seus olhos se fechassem para mim, seu corpo tombar para trás. O tal Ruan gritou por seu nome, mas antes de me levantar choquei meu cotovelo na sua face o desmaiando em seguida.

UM DIA DEPOIS.

Me encostei no vidro, concentrado na chuva que caia sem sessar sobre as minhas terras, era um dos meus dias preferidos, chuva forte. Fechei meus olhos e me concentrei levando minha mente para debaixo daquela tempestade, ver os raios e ouvir os trovões. Era como música para os meus ouvidos, uma dança que envolvia meu corpo e minha mente, era sempre assim.

Eu e as fortes chuvas sempre fomos íntimos, enquanto minha mente era transportada para aquela tempestade, alguém batia na porta. Em meio aos meus pensamentos autorizei a entrada. Ainda de olhos fechados, perguntei. -Como ela está? -Paramos o sangramento a pressão normalizou, agora é só esperar ela acordar. -E a criança, está viva? -Sim.

Respirei fundo, ouvi seu resmungo, me virei e meus olhos se encontrou com os dela, me aproximei, me abaixei colando minha testa na dela. -Onde estou?  Sua voz saiu fraca e sonolenta. -Está na fazenda.

Ela se agitou na cama querendo se levantar. -Ruan o que fez com Ruan? -Fique calma.

-Coronel ela não pode se alterar, ainda está se recuperando, acho melhor o senhor sair.

Olhei feio para ele, eu não sairia dali, me voltei para ela. -Ele está vivo, agora tranquilize-se. A puxei para o meu peito, senti seu corpo relaxar. Não havia mais vestígios do médico dentro do quarto, estávamos sozinhos novamente. Respirei fundo o perfume que me trazia recordações de um passado limpo, inocente cheio de pureza, sem tristezas, dor, e nem escuridão.

Antes dela chegar, matar era o que eu mais gostava de fazer, qualquer erro cometido ao meu redor, ou nas minhas terras era punido com morte. O prazer de ver meus inimigos morrer, pelas mandíbulas poderosas dos meus animais, fazia meu corpo vibrar, exacerbado.

Os dentes violentos tragando suas carnes, o sangue escorrendo, era prazeroso, não havia perdão apelos pedidos de misericórdia, era ainda mais prazeroso quando imploravam.

-Mas agora, aqui, hoje, me sinto dividido, ela, a presença dela, o cheiro dela, me acalenta, me acalma, o seu cheiro me envolve trazendo consigo um pouco de paz para o meu espirito. E no mesmo instante que essa paz tenta ultrapassar, a barreira sombria que eu cultivei com paixão, a besta medonha grita pedindo para que eu me afaste, ela não quer paz ela quer sangue, morte.  

Depois que ela entrou na minha vida, morte se tornou, algo maior, matei o Jagunço por tela tocado, matei os dois homens, por fazerem parte de um plano para leva-la de mim. Ruan se tornou um inimigo, mas eu não o matei. 

Não poderia, ele ainda respira por causa dela. Se eu o matar ela se sentirá culpada, no instante que ela acordou e perguntou por ele, ela me deu a resposta para mantê-lo-lo vivo. Eu a conheço como a palma da minha mão.

Quando meu punhal desceu rasgando as entranhas daqueles homens, fazendo suas tripas se pendurarem para fora de seus corpos, eu não senti prazer. Apalavra prazer para mim agora se manifesta de outra maneira, tem outro sentido, outra definição. Prazer para mim agora tem nome, minha forasteira, quando nossos corpos se fundi em uma só carne, o prazer nos choca violentamente, blindando as nossas almas.

Eu os matei e senti raiva, ódio, eu me senti dividido, entre o mal e a paz que ela me traz os corpos foram guinchados ao fosso, foram devorados em minutos.

O Cheiro do pecado completa.Onde histórias criam vida. Descubra agora