LÚCIOS CAPÍTULO 53.

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SEM CORREÇÃO CONTÉM ERROS.

LÚCIOS CAPÍTULO 53.

ONDE TUDO COMEÇOU IRÁ ACABAR.

Eu devia ter contado a ela sobre a morte do desgraçado, talvez o choque teria sido menor, eu devia ter lhe contado sobre tudo, sobre minha mãe, sobre nossas vidas passadas sobre nosso filho.

A maneira como ela me olhou quando a chamei, foi devastadora era uma mistura de medo, pavor, asco, nojo, me fez vacilar, me jogou no chão.

Eu fiquei em silêncio, eu escolhi o silêncio, e quando abri minha boca as palavras ditas se tornaram uma avalanche de coisas sem sentido, eu estava perdido, não sabia como conduzi uma conversa com ela sobre o que eu tinha decidido.

Eu queria o meu filho, eu a queria, mas quem eu seria dali em diante a escolha que eu tinha feito iria afasta-la de mim? Essa era a pergunta que eu me fazia ou ela se manteria ao meu lado e faria vista grossa para meus desmandos, meu comportamento maligno.

Eu a amo, eu a amo muito.

Ela me conhecia, sabia da minha alma cruel, diabólica, infernal, ela seria capaz de suportar, ficar ao meu lado aceitar a mim com meus demônios aflorados, como no dia que matei Jorge.

Como eu a amo.

Eram muitas perguntas muitas perguntas e eu não tinha resposta, então fiz a burrada de falar a ela que fosse pra longe, mas na verdade o que eu queria ouvir era que ela dissesse com sua boca que ficaria por mim, que não iria a qualquer parte por mim, que me queria que ficaria comigo sem se importava com nada, somente eu.

Eu não soube me expressar de forma direta e ela se sentiu rechaçada quanto mais eu falava mais as palavras se distorciam na sua mente, eu fiquei em pânico. Eu devia ter calculado, ter me antecipado a sua reação, mas eu também estava confuso perturbado com as últimas conclusões que eu tirava sobre nosso filho.

Eu a amo.

Ela tem uma personalidade forte é independente, não aceitaria que eu a dirigisse ou a fizesse viajar para qualquer que fosse o lugar e por escolha minha, o que eu estava pensando em que raios eu estava pensando?

Mas eu a amo.

Tentei toca-la, e ela se desvencilhou do meu toque, aquela reação agrediu minha alma, tentei alcança-la, mas era tarde, havia raiva e determinação no seu olhar, ela entrou no seu carro nitidamente desestabilizada horrorizada.  

Quando sua voz chorosa e magoada entrou por meus ouvidos dizendo que seguiria meu concelho e iria para longe, me senti morrendo em vida, pela primeira vez me senti sendo punido, arrebentado por dentro. 

Eu não queria que ela partisse.

Ela não podia sair daquele jeito dirigindo naquelas condições fui atrás dela. Ela estava tão perto eu podia toca-la, mas agora ela está indo e eu temo, eu sinto o mal por perto em mim, a minha volta a minha frente.

Em todas as partes que meus olhos e meus sentidos se direcionam. Eu buzinei pedindo para ela parar, mas a teimosa simplesmente me ignorou aumentou a velocidade, ela estava num carreador que dava numa curva acentuada e na velocidade que ela estava ela não iria conseguir, a curva iria engoli-la.

Antes da curva a picape fez um zigue zague no barro, ela perdeu o controle entrando na vegetação, existia apenas duas formas para ela parar naquela situação catastrófica, uma árvore ou o rio, ela cairia direto no rio ou colidiria numa arvore.

Medo, eu senti o medo o pavor tomando meu corpo me arrebentando me consumindo, nossa história não poderia acabar dessa forma. Eu socava o volante eu estava em agonia, não podia pará-la, não estava ao meu alcance, era insuportável a sensação de ser incapaz de salvá-la de uma tragédia.

O Cheiro do pecado completa.Onde histórias criam vida. Descubra agora