XVIII

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França - 1789

Espero ansiosa a noite toda junto de Lil que estava muito calada. As vezes eu ouvia ela sussurrando e eu acho que ela orava baixinho. Quando dá cinco horas em ponto eu já começo a entrar em desespero, já era para ele estar aqui!

- Que demora é essa!

Digo alterada e lembro que estão todos dormindo a essa hora. Quando estou prestes a reclamar novamente eu ouço a batida em minha porta. Foi tão baixa que se eu não estivesse atenta a qualquer barulho eu não ouviria. Corro e abro ela, ele acena com a mão para eu segui-lo e pego minha única mala. Lil vem logo atrás de mim pisando em ovos para ninguém ouvir nossos passos. Nós descemos as escadas e andamos direto para a cozinha, passamos silenciosamente até os fundos e eu vejo uma carruagem ali. Com a respiração acelerada eu coloco minha mala lá dentro e deixo Lil entrar primeiro, ela estava muito pálida, eu estava com medo dela passar mal bem na hora de nossa fuga. Quando eu estou prestes a subir na carruagem eu ouço a voz de minha prima atrás de mim.

 Quando eu estou prestes a subir na carruagem eu ouço a voz de minha prima atrás de mim

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- Aonde você pensa que vai?

Eu olho para trás sentindo um ódio mortal em meu coração e a encaro.

- Você não vai a lugar nenhum priminha!

- Tente me impedir!

Eu a desafio sentindo meu sangue esquentar e ela sorri para mim. O criado aparece bem na frente dela me protegendo e ela o encara.

- Entre na carruagem senhorita Amanda!

Ele diz e eu obedeço. Eu queria sair daqui o mais depressa possível. Vejo ele encarando minha prima e então ela recua. Ele sobe na carruagem e nós entramos em movimento. Em algum momento da viagem eu pego no sono e de repente eu me vejo em frente a uma casa no centro da cidade, ficava a poucas quadras da basílica e eu desço um pouco grogue, Lil vem logo atrás de mim e eu vejo o sol raiar imponente sobre nós.

- Vamos entrar senhorita Amanda!

- Vamos!

Digo ansiosa para ver meu amor. Nós entramos na casa e ele diz.

- Espere aqui na sala, eu vou chamá-lo lá em cima.

Antes dele subir as escadas Lil diz.

- Eu posso ir com você? Quero ver Gaspar logo!

Ele assente e ela sorri fraco para mim. Eu vejo os dois subirem e logo desaparecerem. Me sento no sofá e espero por ele. Em poucos minutos eu o vejo descer as escadas de madeira, eu o examino com meus olhos e vejo seu braço enfaixado, ele estava sério quando me viu. Eu estendo minha mão para ele e então ele a pega. Se senta ao meu lado e eu digo.

- Como isso aconteceu?

Ele encara o chão sério e eu não entendo o porquê dele estar agindo assim. Por fim ele diz.

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