1790

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1790, França.

Eddie

Um ano se passou e eu ainda não consegui tirar esse vazio de meu peito, essa dor de não tê-la mais perto de mim. Por mais que eu tente, por mais que eu me envolva ainda mais no movimento revolucionário, eu não consigo superar a perda. Eu tento esconder de Effie o quanto eu estou destruído por dentro, mas ela percebe. E isso está afetando o nosso matrimônio de uma forma desproporcional.

- Eddie, eu preciso conversar com você.

Olho para Lil e concordo. Acompanho ela até a biblioteca de minha antiga casa e indico um acento. Ela se senta e eu reparo que ela parece bem nervosa, pálida inclusive. Então pergunto.

- Você está bem?

Ela nega com a cabeça e suspira, então diz com a voz quebrada.

- Eu tentei me segurar, juro.. mas eu não suporto mais. Amanda era como uma irmã pra mim. E quando eu vi o Senhor se casar com aquela cobra peçonhenta. Deus, como o Senhor pode?!

Franzo o cenho sem entender o que ela quer dizer. E porque ela chamou Effie de cobra peçonhenta?

- Eu não entendo o motivo de sua aversão a minha esposa Lil... eu.. eu sei que você amava Lili. Eu também a amo. Eu apenas respiro mas não estou realmente vivo sem ela, por favor não se engane quanto aos meus sentimentos pela sua amiga. Amanda sempre vai ser meu amor, o mais puro e profundo que eu terei em toda minha vida.

Digo sentindo minha alma doer dentro de mim. Lil se levanta de sua cadeira e diz com os olhos esbugalhados.

- Foi ela.. ela matou Amanda covardemente!

- O que você está dizendo mulher?!

Digo com o cenho franzido.

- No dia em que vocês saíram para se casar. Ela apareceu na casa onde nós estávamos escondidos, ela seguiu vocês.. eu tentei correr, mas não cheguei a tempo de evitar esse desastre. Foi ela Eddie, ela queria você, a herança de Amanda, ela queria tudo que era de mais importante para minha amiga.

Olho pra ela sem realmente acreditar no que ela estava dizendo. Isso não é possível, ela não seria capaz, seria?

- Se não me acredita.. pergunte ao Sr. Riccardo. Ele pode confirmar tudo o que digo.

- Eu farei isso!

Digo exasperado. Saio da biblioteca as pressas e corro para fora de meu chalé. Monto em meu cavalo e galopo a todo até a casa de Riccardo. Quando chego em frente a sua propriedade eu desço do cavalo suado e bato desesperado em sua porta. Alguns minutos depois uma criada abre as grandes portas e eu abro caminho sem mesmo me apresentar.

- Riccardo!

Grito entrando as pressas dentro da casa, minutos depois ele aparece na minha frente. Ele estava péssimo. Fiquei sabendo que ele entrou em uma depressão profunda quando Amanda morreu. Encaro ele e então ele diz com os olhos vermelhos.

- Foi ela meu caro, você se casou com a mulher que trouxe a sua desgraça!

- Bastardo!

- Sim, eu sou. Fui envenenado por aquela esfinge em forma de mulher e ajudei a arquitetar e matar o único anjo que eu conheci em toda minha vida. Deus o que eu fiz..

Sinto todo meu corpo se retesar em resposta a essa confirmação. Eu me casei com a assassina de minha amada. Meu anjo. Engulo em seco e saio dessa casa sego pela minha necessidade de vingança. Monto em meu cavalo e cavalgo ao encontro dela. Quando chego eu desmonto e corro para dentro da grande casa, subo as escadas e entro dentro do quarto que um dia foi de Amanda. Encontro ela sentada de gente penteadeira, ela se vira pra mim e sorri.

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