Capítulo 27 - Centopeia

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Pouco mais de 2 anos atrás, o Paragon prodígio do interior de Albam chegou em ao forte de Meigdan, conhecido pelos professores extremamente competentes. Ele veio com um sorriso exausto e uma carta de recomendação com o timbrado do escudo. Deodoro o recebeu com um aperto de mão, já afirmando:

_ Eu fui convocado para ser seu tutor, mas as outras professoras vão contribuir conosco, tudo bem, Alscher?

Não demorou até que Dijana, Nayla e Emília o acolhessem, como a um velho amigo. Amadeo não estava acostumado com esse tratamento gentil e caloroso. Nayla repetia para si mesma: "Minha missão de vida é fazer esse menino tristonho ficar animado de novo. Isso e outras coisas, também!".

Quase um ano se passou, excessivamente rápido. Parte das atividades tutoradas de Amadeo era acompanhar missões com os Majores da sede. Um dia, Emília decidiu arrasta-lo consigo para as montanhas de Flavi, onde uma Omukade* havia aparecido.

_ Uma dupla de amigos de Nigrum me chamou pra reforço. Você vai junto pra ajudar a limpar a bagunça depois, moleque. _ Emília disse, com um sorriso sádico nos lábios.

Amadeo não podia negar. Eles partiram em um dia e chegaram no outro.

Na estação, os dois foram recebidos por Gamila, que nessa época, usava o cabelo curto, em um pequeno black-power. Ela abraçou Emília e, em seguida, cumprimentou Amadeo:

_ E você é?

_ Este aqui é o meu filhote de Paragon! _ Emília exclamou, afundando uma das pesadas mãos na cabeça do garoto _ Eu trouxe ele sem permissão da Lady Fortescue, então vamos manter isso... só entre a gente, Gamila. _ Emília piscou e Gamila confirmou com a cabeça _ Mas e Mooya? Cadê?

_ Ele ficou com vergonha de vir te encontrar e inventou uma desculpa para esperar na base. _ Gamila riu _ Ele tá naquela fase da transição em que as coisas ainda estão se ajustando, principalmente os efeitos dos remédios.

_ Que ridículo! _ Emília exclamou, furiosa _ E eu lá sou alguém pra se ter vergonha??!! Eu tô ajudando ele desde o começo e é assim que ele retribui?! Vou dar uma surra naquela bunda trans dele assim que o encontrar...!!

Gamila sorriu; Amadeo temeu pela segurança do colega, mas logo questionou:

_ "Mooya" é o Major Musonda? Achava que o primeiro nome era "Lolade".

_ Esse é o nome antigo dele. _ Gamila respondeu _ Diferente da Emília que entendeu a própria identidade de gênero rápido, meu primo demorou um pouco pra se entender consigo mesmo. Então, faz pouco tempo que fizemos a troca de nome social.

_ Ahh! Entendi. _ Amadeo respondeu, com um registro mental para não confundir os pronomes.

Os três seguiram até a base, no pé da montanha. No caminho, Gamila explicou a situação: Há 6 dias, uma Omukade de cerca de 350m de comprimento, apareceu ao sul. Rapidamente, as pessoas das cidades próximas foram evacuadas e duas vilas inteiras foram destruídas, felizmente, sem vítimas. Os membros da Distrital criaram um sistema de contenção, com muralhas e barreiras, impedindo que a centopeia gigante continuasse descendo. Entretanto, seus esforços foram insuficientes para matá-la e eles já estavam bastante sobrecarregados com as pessoas desesperadas. A UCA foi acionada para finalizar o assunto. Mooya e Gamila chegaram no dia anterior e preparam o plano de abordagem.

_ Você sabe o que é uma Omukade, Amadeo? _ Emília perguntou.

_ "Centopeias gigantes das cavernas úmidas de Flavi, irracionais e extremamente raras. Dieta carnívora de criaturas de grande porte, como Dragões. Secretam grande quantidade de veneno de suas pinças frontais, mas ele possui baixa toxicidade para humanos, sendo, porém, extremamente doloroso. A principal fraqueza da Omukade é saliva humana, por razões desconhecidas"*. É isso que eu lembro do Taxonomica. _ Ele respondeu, com um ar de desinteresse.

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