Capítulo 117 - Poder

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_ Sayuri, vamos fazer o seguinte: Eu distraio a Bruxa e você liberta Amadeo.

_ U-Ugh, mas te deixar ir sozinho...? _ A lontra responde, buscando algo em sua bolsa _ Ah, eu tenho uma ideia! Vamos colocar um "feitiço atemporal" em você, Fumio! Em escala miniatura, claro... A moça Vampira disse que este lugar é gerado como as cidades de noite eterna, então, ele é autossustentável por absorver energia cósmica. _ Ela pousa as duas mãos no rapaz _ Eu consigo redirecionar parte dessa energia para você por algum tempo e, se colocarmos um "dissipador de hiper-fluxo", você vai conseguir usar um volume de energia espiritual bem grande de uma vez só! _ Ela parece apreensiva _ Deve ser suficiente para, ao menos, mandar a Bruxa para longe. O que acha...?

_ Que ideia arriscada... Se você mantiver isso por muito tempo, nós dois iremos sobrecarregar. _ Ele coça o queixo _ Um erro infracentimétrico e nós morremos, Sayuri. Keisha definitivamente não aprovaria esse plano. _ Ele sorri _ Ainda bem que ela não está aqui! Vamos lá.

A loucura tem início. Enquanto orquestra distorções no fluxo infinito de energia do universo, Sayuri pensa: "Uma ideia arriscada, não é? Assim como é criar um eclipse com um Bulgae para convocar um Gashadokuro no meio do dia!"

Logo que o encanto se completa, Fumio sente seu corpo todo vibrar, envolto pela luz pálida da lua. Sem respirar e de olhos fechados, ele saca a longa espada curva que traz à cintura. Deixando Sayuri na janela, ele voa acima da torre, segurando o cabo com as duas mãos para baixo. A lontra conta:

_ 3... 2... 1... JÁ!

No mesmo instante, o brilho lunar se torna amarelo e quente, como o sol do meio-dia. Fumio bate as asas e mergulha, com a espada direcionada para o chão. Ele imita uma estrela cadente perdendo energia contra a atmosfera. A torre é perfurada com a forma de um círculo perfeito e não rui, pois as paredes foram obliteradas com harmonia.

"Esperto, usando a espada para emitir a maior parte da energia", Sayuri pensa, entrando no castelo. Ela sobe alguns lances de escada e chega a um quarto puramente branco. As paredes geram uma ilusão de infinitude e vazio absoluto. Em seu centro, um pedestal de pedra, com uma bacia larga de vidro colorido no topo. Uma chama ínfima, azul e lilás, queima. Sayuri reconhece que ela... chora. Usando uma barreira de energia como degrau, a Kawauso se aproxima:

_ Desculpe por ter demorado tanto... Irei liberta-lo agora.

Assim que ela sente o impacto de Fumio contra a Bruxa, ela libera a convergência de energia e se concentra no problema à sua frente.

Leah, extremamente confusa, sente seu peito ser destruído por uma lâmina incandescente. Ela não consegue respirar pela surpresa e pela dor. "C-Como...? Como eles chegaram aqui...? Quem...", ela se pergunta, pendendo para frente ainda transfixada pela espada. O brilho que envolve Fumio se dissolve como uma nuvem de purpurina e ele se afasta um passo, empurrando a Bruxa para trás com um dos pés. Enquanto a inimiga geme, ele injeta uma dose da infusão que reverte sobrecarga de energia em si mesmo. "Uma das coisas boas que Fortescue nos deixou, huh", ele pensa, ajustando sua postura de combate.


Esse momento coincidiu com a poderosa mordida da serpente Vampira no braço de Daemon Cordis. A Bruxa recuou incrédula. Como era possível ela ter sido enganada por um truque tão bobo? Quanto tempo eles esperam que o "silenciador" atue? A raiva que ela sente é revestida por vergonha e humilhação. Ela cometeu o mesmo erro de suas ancestrais e filhas: Subestimou um inimigo que jamais luta só.

_ ...Que truque sujo... E são três contra uma... Isso não é justo. _ Ela diz, tentando esboçar pompa.

_ Claro! _ Penan responde _ A gente também é covarde! _ Ela e Johan concordam.

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