Capítulo 41 - As Desventuras de Okonko 3, A Escola!

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_ Okonko, eu preciso te pedir algo. Talvez seja a missão mais difícil que você terá que enfrentar durante toda a sua carreira no Sacerdócio. _ A chefe da Unidade diz, extremamente séria.

O rapaz engole em seco, com os ombros tensos. A chefe continua:

_ Uma escola enviou um pedido de intervenção para a Unidade de Serviços Especiais. Porém, eles estão muito sobrecarregados com outros problemas e pediram para que nós assumíssemos o caso. _ Ela faz uma pausa, entrelaçando os dedos _ É um caso delicado de bullying envolvendo uma criança Fabulare. Você acha que consegue...?

Okonko hesita. Lidar com crianças não é algo que ele domina. Porém...

_ Sim, senhora! Se alguém precisa de ajuda, eu não posso negar!


A escola é enorme. Ela ocupa o lugar que anteriormente havia sido um castelo da época em que o Império Nigrum ainda não estava unificado. A construção moderna se mistura com a pedra mal talhada, envolta por musgo.

Okonko é recepcionado por uma professora, que explica a situação:

_ Descobrimos, há algumas semanas, que um de nossos estudantes Impundulu* está sofrendo discriminação por crianças humanas. Parece que ele tem dificuldade de manter a forma humana e esses alunos estão humilhando ele com frequência. Os pais dessas crianças já foram informados, os alunos foram trocados de salas e o Impundulu está sendo acompanhado pela equipe de psicopedagogia. Mesmo assim, estamos preocupadas. Esse tipo de comportamento é tóxico para a saúde das crianças e nocivo para a estabilidade social. Por isso, pedimos para algum membro da Ecclesia conversar com as crianças.

_ Entendi... _ Okonko parece triste _ Eu tento falar com eles, mas eu queria confirmar: O que vocês gostariam que eu dissesse?

A professora ergue os ombros, entristecida. Seus olhos parecem dizer que se ela soubesse a resposta, Okonko não seria necessário ali.

Eles seguem em frente. Algumas crianças brincam no parquinho interno enquanto outras continuam em aula. Okonko se lembra de seus dias de estudante: "Sempre tem um grupinho de crianças implicantes. Empatia é a chave pra desenvolver respeito... Será que essas crianças tem problemas com isso? Hm..."

Finalmente, a professora abre uma porta. No interior da sala, uma garota e dois meninos estão sentados, de braços cruzados e expressões carrancudas. Os adultos entram. Um dos meninos solta um "Hmph!" e vira o rosto. A professor diz:

_ Davu, Fayola, Taj. Essa é o sr. Babantunde, da Ecclesia. Ele veio conversar com vocês sobre o que aconteceu com o Kasim.

_ Eu não quero! _ Davu baixa o rosto.

_ Vão dar bronca na gente de novo... _ Fayola diz, murmurando.

A terceira criança permanece em silêncio. Okonko se aproxima e sorri:

_ Dar bronca? Vocês fizeram algo ruim pra merecer uma bronca?

Silêncio. A professora se senta em uma das cadeiras próximas. Finalmente, Davu diz:

_ A gente só tava brincando com o Kasim! Não foi, Taj?

O garoto desvia o olhar, sem responder.

_ E você acha que isso foi uma coisa ruim, Davu? E você, Fayola? Taj? _ Okonko se ajoelha, ficando um pouco mais baixo do que as crianças.

Novamente, as respostas faltam. Fayola parece nervosa ao ponto de querer chorar. Depois de alguns segundo, Okonko faz mais uma pergunta:

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