Capítulo 33 - Garganta

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_ Johan? _ Amadeo fita as margens da lagoa, enquanto anda de um lado para o outro _ Joohaan? Hm... Vai fazer um tempinho já. _ Ele se abaixa e estica a mão em direção à água _ Jo-!

Entretanto, antes que pudesse completar a fala, o braço do moreno agarra seu punho. Assim que seu rosto se exterioriza, Johan inspira profundamente pela boca, mas não demora até raiva se apossar de sua face.

_ Johan! Que bom que você tá bem! _ Amadeo sorri, cínico, ajudando o outro.

_ Você não fez nada!! _ Ele rosna, já com os pés no solo.

_ Ora, mas você que disse que não precisa da minha ajuda! _ Ele mantém a pretensão.

_ Seu...! _ Johan o puxa com uma das mãos, enquanto aperta o outro punho.

_ Calma, calma! É brincadeira! Se você realmente estivesse em perigo, eu ia ajudar.

Johan o solta e suspira. "Por que eu aceitei ser dupla desse idiota?", ele se pergunta, ao mesmo tempo que seca o rosto e aperta o laço dos cabelos. Porém, subitamente, a criatura emerge com um grande salto e sobrevoa os dois. Ele guincha. Amadeo gira o braço, formando uma lâmina de esgrima dourada.

_ Achei que você tinha matado ele! _ Exclama.

_ Eu estava mais preocupado em não morrer afogado...! _ Johan replica.

Com uma estocada rápida, o Paragon atravessa a criatura-sapo com sua arma, que logo se desfaz. Ele sorri e diz:

_ Esse carinha é um Llamhigyn Y Dwr. Eles são um híbrido de sapo e morcego, bem comuns em pântanos aqui em Albam. Geralmente eles vivem um grupos grandes. São colocados como Ameaça grau 3 por isso. Parece que estamos com sorte de ter só um! _ Ele se volta para Johan.

Ele está correndo os olhos pelo cenário, como se caçasse algo. Lentamente, ele estende uma das mãos e diz, em voz baixa:

_ Você falou cedo demais...

A água borbulha e a lama se move, vagarosa, como se todo o pântano tivesse despertado. Dois sapos voam em direção à dupla. Amadeo avança um passo e separa as pernas, ao mesmo tempo que cruza os braços em direção ao solo. Isso faz duas estalagmites surgirem do chão, trespassando as criaturas. Com um novo gesto, ele faz as colunas de pedra colidirem entre si.

_ Tudo sob controle! _ Ele apoia as mãos na cintura, orgulhoso.

Entretanto, logo sente uma língua viscosa envolver sua perna. Lutando para manter o equilíbrio, ele percebe dezenas de outros Llamhigyn Y Dwr surgindo das profundezas das lagoas. "Esses bichos geralmente não são tão agressivos...", Amadeo pensa. Simultaneamente, Johan pisa sobre a língua do Fabulare, libertando o loiro. Eles trocam olhares fugazes e, sem hesitar, Amadeo busca a pequena faca que traz à cintura.

_ Espada?! _ Ele exclama; Johan apenas ergue os ombros.

As criaturas avançam, com saltos e grunhidos agudos. Amadeo recua até chocar-se com o moreno. Assim que começa a retirar a arma do círculo de transformação, ele sente o peso das mãos de Johan tomando a empunhadura para si. Por poucos centímetros, a lâmina não atinge o rosto de Amadeo. "Ele fez de propósito!!", pensa.

Johan se prepara para contra-atacar três criaturas que coaxam em sua direção. Sem dificuldade, ele empala um dos monstros, e, em seguida, ao avançar alguns passos, esmaga outro deles entre o cotovelo e o joelho. O terceiro inimigo pula em sua direção, porém, antes que ele pudesse reagir, uma pequena adaga voa, como uma flecha, rasante a sua orelha, e acerta uma das pernas musculosas da criatura.

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