Capítulo 115 - Invasão

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Ansiosa e aflita, Sayuri desce da carruagem em uma estação desconhecida. Entre as patas, ela traz uma pequena bolsa cheia de palitinhos, incensos, fósforos e outros amuletos que lhe podem ser úteis na missão que está por vir. Na distância, ela vê uma mulher de cabelos castanhos claros ofendendo um rapaz baixinho em libras. "Sei que você dedurou a gente naquele dia, corvo malandro!!" é a única frase que Sayuri consegue compreender antes de se aproximar o bastante para ouvir a resposta:

_ Não fui eu, Dijana! Eu juro!

_ C-Com licença... _ A lontra interrompe, tímida _ Vocês são Dijana Belinda e Fumio Tomio, eu presumo? Desculpem por atrapalhar... Eu sou Sayuri Teru; acho que não nos conhecemos.

Os três se cumprimentam com apertos de mão. Realmente aquela é a primeira vez que se encontram. Suas únicas conexões até então eram Keisha e Johan. Finalizadas as formalidades, a Kawauso entrega um pequeno dispositivo metálico, ovalado, para cada um deles. Depois, explica que eles devem mantê-los nos ouvidos o tempo todo. Dijana e Fumio obedecem e, no mesmo instante, escutam a voz de Keisha: "E aí? Tão me ouvindo?". Os olhos dos dois acendem como faróis de empolgação. Sayuri ri.

Keisha completa sua fala: "Esses comunicadores vão garantir que eu ajude vocês daqui. Tem um atraso de 1.2 segundos, então prestem muita atenção no que eu for falando. Sasa, trouxe as borboletinhas?"

Com um saltito, a lontra tira um frasco de sua pequena bolsa. De seu interior ela puxa borboletas brancas que de tão pequenas parecem flocos de neve. Pelo comunicador, Keisha explica: "Boa! Agora consigo ver vocês, hehe! Essas aí serão meus olhos, então não amassem elas, tá?!"

_ Realmente, impossível estarmos mais bem preparados. _ Fumio diz.

Ele se aproximan da cabine de Distorção Espacial  e continua:

_ Com licença. _ Ele sorri para o atendente _ Peço desculpas pelo inconveniente, mas, eu e minhas amigas ali estamos com um grande problema. Precisamos de uma viagem urgente para estas coordenadas aqui, por favor.

O atendente olha para o papel e se prepara para recusar, mas... Fumio apoia o queixo no punho sobre a bancada, revelando uma adaga entre os dedos. Ele ainda sorri. O atendente congela. O rapaz conclui:

_ Uma viagem para um lugar sem estação secundária é 2.000 Croix, certo? Então, 10.000 deve ser suficiente para nós três, sim? _ Ele pousa várias notas sobre a bancada _ Existem várias formas de resolvermos problemas. Você escolhe.

Sem atraso, o atendente prepara a viagem. A maioria dos deslocamentos por DE precisam que dois portões sejam ativados no mesmo instante, mas com um dispêndio extraordinário de energia, é possível forçar uma abertura para um local específico.

Rapidamente, os três atravessam o portal.

Para sua surpresa, deparam-se com um grande campo aberto no sul de Nigrum. Além das árvores, não há nada aparente até onde a vista alcança. Keisha ordena que eles sigam em frente por mais alguns metros. Não demora até eles avistarem uma figura vestida de vermelho, deitado sob a sombra de uma copa, com um pequeno morcego dormindo em seu ombro. Dijana ri, assim como Sayuri.

O grupo se reúne, enfim, e aqueles que ainda não se conheciam pessoalmente trocam cumprimentos. Johan não diz uma palavra sequer. Fumio percebe linhas pretas no dorso de sua mão e na base de seu pescoço. Keisha pede para que Penan explique como encontrou aquele lugar. A Vampira, ainda na forma de criaturinha, diz:

_ Na verdade, foi bem fácil até. Apareceu uma fumaça preta do nada e eu comecei a seguir ela. Aí enquanto voava, PAM ☆⌒(>__◎), bati num negócio! Parece que é uma redoma de vidro, sei lá, envolta por um "feitiço atemporal" que nem os das cidades de noite eterna!

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