Capítulo 112 - Behemoth

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Aconchegada em um divã repleto de travesseiros, a Bruxa maior esbraveja:

_ Isso é intolerável, Gato! Como é possível tamanha incompetência se acumular dessa forma?

Ela se levanta em seguida, caminhando com o corpo seminu na direção de uma estante de frascos rebuscados como garrafas de perfume. Ela passa as unhas longas por vários deles até finalmente escolher um. Ainda irritada, conclui:

_ Vamos esmagar a abominação. A interferência dele superou minha misericórdia. _ Ela entrega o frasco ao Gato _ Isto garantirá que ele morra. Enquanto isso, mantenha Amadeo longe dele.


De volta na cidadela, com um círculo azul e verde ocupando o céu, Johan exclama:

_ Argh!! Não dá pra ter um segundo de paz...! O quão longe ela vai...?! ­_ Ele rosna, arranca a máscara e ajusta a espada _ Vamos ver quem morre primeiro...

Ele se vira para Dijana. A Paladina sorri e faz um gesto afirmativo com a cabeça. Os dois seguem na direção da criatura formidável que avança contra a cidade a passos lentos, destrutivos.

"O que...? Mas por que...?", uma Veneficus presente se pergunta, "É a oportunidade perfeita pra eles fugirem...". Não há explicação plausível; apenas um estúpido senso de dever e responsabilidade, além de um gosto extraordinário por combate (especialmente contra monstros gigantes)!

Nem Johan nem Dijana tem qualquer conhecimento específico sobre o Behemoth, exceto que se trata de um Fabulare teoricamente extinto, com centenas de anos. Ele é capaz de usar magia, mas não sabem quais. "Pra começar, temos que saber se conseguimos machucar ele", Dijana sinaliza, freando há alguns metros da criatura, cujas enormes presas de marfim revolvem a terra.

Ela estende as mãos para Johan. Ele entende de imediato e segura a espada com os dentes. Dijana o segura pelos pulsos e eles disparam mais uma vez até que, Johan tira os pés do chão e a mulher inicia um movimento giratório. Como se arremessasse um peso olímpico, ela atira Johan contra o monstro. Durante o voo, ela finge murmurar e seus Drekavacs reproduzem a voz: Um círculo de fogo se forma sob os pés de seu aliado e explode como um propulsor a combustão. As correntes se agitam no ar violentamente.

Johan colide contra a criatura como uma bala de canhão, mas o choque é suficiente apenas para fazê-lo oscilar discretamente. "Hm, será que um Fabulare desse tamanho tem pontos fracos...?", Johan se pergunta, escalando o pelo espesso, ainda com a espada na boca. Finalmente ele chega nas costas da criatura que simplesmente parece ignora-lo; afinal, não é como se o homem de 2m fosse mais que uma pulga para o titã de 70.

O dorso da criatura é recoberto por um minério cinzento que se estende da nuca até a proeminência das escápulas. Inicialmente Johan ignora a formação rochosa e se aproxima da cabeça. Com o máximo de força que a instabilidade da circunstância permite, ele finca a espada no couro. O Behemoth agita a cabeça e ergue um dos braços. O rapaz luta para não cair.

_ Moça! Moça!! _ A Veneficus desconhecida se aproxima _ Precisamos parar essa coisa! Se ele continuar descendo pra cidade, muita gente vai morrer!

Dijana concorda e sinaliza: "Como podemos fazer isso?". A mulher responde:

_ Tem canhões e correntes! Se você ou aquele... rapaz, conseguir arrancar uma parte daquelas rochas das costas dele, os canhões vão machuca-lo mais! E então, damos um jeito de segura-lo pelas correntes. Enquanto ele não usar os ataques sísmicos, temos uma chance...!

Dijana confirma e assobia. Os Drekavacs se aproximam dela e com um gesto de comando, ela envia ambos para o colosso. Em seguida, ela segue com a Veneficus para organizar o armamento. "Tem poucas pessoas aqui... A maioria deve ter ido evacuar a cidade ou... fugiu", ela pensa. Entretanto, um par de Rangers a aborda:

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